Anos depois...
-Anna vamos logo! -Liza me chamou pela segunda vez. -Eu sei que você odeia festas, mas, é seu aniversário de 18 anos. Se anime um pouco!
-Não quero festa nenhuma, Liza!
-Mas, a mamãe preparou tudo com tanto carinho! Vamos! Você não precisa ficar a noite toda. Em uma hora eu prometo que cantamos os parabéns e eu deixo você se isolar em seu mundinho novamente!
Suspirei e levantei da cama. Liza olhou contente a minha roupa e eu revirei os olhos.
Descemos e mamãe me lançou um olhar agradecido. Era a primeira comemoração desde que Martin Summers morreu. Meu pai morreu há um ano. Se meteu em encrenca que jamais soubemos qual era e teve uma morte trágica.
Mamãe e ele já estavam separados há anos. Fazia um ano e meio que estávamos no Brasil quando mamãe descobriu que ele tinha outra mulher. Uma vadia que ele pagava caro para comer e para que ela não nos contasse tudo. Mamãe não pensou duas vezes. E assim Suzan e Martin se divorciaram.
-Pegue seu presente!
Ali estavam apenas alguns amigos da escola, que eu já terminei, o marido de Liza e a irmã caçula dele de um ano e meio. Elisa, que é o meu xodó.
Abri o envelope e quase cai com o que tinha escrito ali...
EM UMA SEMANA ESTAREMOS EM LA PUSH. E EM DEFINITIVO!
Gritei abraçando mamãe que sorriu. Desde que saímos de lá eu me isolei. Jacob e eu nos falamos algumas vezes por telefone. Mas, eu passei a ligar e Billy sempre dizia que ele não estava em casa. Até o dia em que liguei e o número havia mudado.
Até hoje não sei se foi o Billy quem não queria que eu falasse mais com o Jacob ou se o Jake simplesmente decidiu se afastar de mim. Sei apenas que eu não quis mais ninguém. Não namorei mais e os amigos que tive sempre era uma amizade superficial. Apenas algo na escola e pronto.
Como prometido, em uma hora cortaram o bolo e eu voltei para o meu quarto. Para o meu diário, para os meus livros e meus desenhos.
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Uma semana depois
Assim que pisei naquela praia senti meu corpo no lugar certo. Mesmo apaixonada por Jacob, naquela idade, eu era um moleque. Os cabelos escuros na altura do pescoço, calças rasgadas e largas, camisetas... Hoje eu era completamente feminina. Os cabelos agora loiros, roupas na moda... Sim, sou extremamente vaidosa, mas, não uma daquelas patricinhas paranoicas por compras!
Avistei um grupo de garotos. Eles estavam jogando bola.
-JAKE ROUBAR NÃO VALE! -Um deles gritou e eu senti meu mundo girar.
Jacob Black estava irreconhecível! Ele era um moleque magrelo, sempre foi alto, mas...
Agora ele estava usando apenas uma bermuda. Os longos cabelos dos quais me lembrava estavam curtos e despenteados. Os músculos eram de fazer enlouquecer. Ele me olhou e eu não pude fazer mais nada a não ser desmaiar.
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Jacob:Olhei a garota e assim que a vi cair eu corri. Os meninos e Leah me seguiram. A peguei e a olhei. Ela era linda. Os cabelos loiros, a pele branca...
Ela abriu os olhos e eu me perdi. Me perdi de tudo. Do mundo, de mim... Imprinting. Não tinha outra explicação.
-Jacob...
A olhei confuso. Ela me conhecia?
Ela se levantou com minha ajuda.
-Meninos o que vocês andam tomando? Bomba?
-Você nos conhece para falar assim? -Paul falou bravo e eu quase rosnei.
-Sabe... Grace? Seu temperamento não mudou tanto!
-Anna! -Falei e ela me abraçou.
-Caralho você tá gostosa! Cadê o moleque?
-Isso é jeito de se falar, Quil?!
Leah saiu arrastando o pessoal. Imprinting. Sofri imprinting com a garota que eu amei quando pequeno.
-Você... -Falamos ao mesmo tempo e sorrimos.
-Jake... Eu liguei tanto.
Esse assunto.
-Eu estava em depressão. Minha mãe tinha morrido há apenas um ano, meu pai naquela cadeira de rodas e você tinha ido embora. Eu não queria mais sofrer então tentei ao menos...
-Se livrar de mim.
-Por assim dizer.
-Então... Você está com alguém?
-Não.
Preferi dizer apenas isso do que contar que estava apaixonado pela minha melhor amiga, mas, depois desse imprinting não importava mais.
-E você?
-Não. Eu nunca mais namorei depois de você.
-Anna, me perdoa! Era tanta dor que eu só quis arrancar isso do meu peito.
-Tudo bem. -Não, não estava. Eu conhecia seus sorrisos e esse era um daqueles que dizia que sim, mas, que no fundo nada estava bem.
-Não está. Eu te conheço.
-Melhor que eu mesma. Jacob, doeu isso. Mais do que você imagina. Eu me isolei. Aconteceram coisas e eu precisava só da sua voz e eu não tive. Eu... Eu ainda amo você. Sempre vou amar. Mas, ouvir que você preferiu me afastar... Eu tenho que ir.
-Any... Não.
-A gente se vê.
Ela saiu correndo e eu fiquei sem reação. Ela ainda me ama e eu a magoei quando ela mais precisou...
Quando é que minha vida vai entrar nos eixos de uma vez por todas?