Existem raios de sol
Flores do Campo
Que ali sempre estiveram
Iluminando e embelezando o mundo;
São primícias e encantos divinos
Que nos renovam e nos lembram
De nossa natureza pura e elevada
Penetram nossa pele, vislumbram o olhar;
Mas existem os reclusos e os maus
Aos quais seus benfasejos atributos
Não agradam e os tornam piores;
Como não amar a flor?
Como não se revigorar ao sol?
E arrancam a flor, que morre
E fecham as cortinas dos quartos;
E é terrível que as flores e o sol
Se entristeçam e definhem
Porque alguns não os compreendem;
Não há como viver sem a beleza
Não se pode enxergar sem a luz
O sol é o alimento da flor
E a flor o alimento do amor
Se desistimos de enxergar
Vai-se exaurindo uma chama
Que se apaga aos poucos;
Morrendo a gente, isso é nada
Somos todos insignificantes
Mas matando nós elas, de tristeza
O que sobrará ainda de belo
Quem se encantará pelo mundo?
