O BOM DOUTOR

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     "A amizade é semelhante a um bom café; uma vez frio, não se aquece sem perder bastante do primeiro sabor."

     Immanuel Kant


    Quando o tempo passa, e nós não sabemos o que aconteceu; quantos cafés foram tomados, quantos cafés foram deixado de lado, quantos livros foram lidos e quantos não.
Em um tempo atrás, um psiquiatra ganhou diversos prêmios pelo seu bom trabalho. Cresceu muito. Ele sendo casado com uma estilista de moda, que fez o mundo com suas roupas rosa.
Uma autora que ninguém sabe o rosto, apenas um nome... Seu livro contava suas aventuras e de seus amigos. Chamado de "Um Dia Antes Do Inverno", por...
Dois amigos abriram a ECO, fundação para acolhimento de jovens. Fazendo com que os jovens fiquem menos tempo nas ruas.
   Mas nos tempos atuas, muito tem o que acontecer.

   Toc-toc; esse foi o som da porta quando um homem alto, negro e bem-vestido bateu à porta. Um tempo se passa e se ouve um grito: -Um minuto, por favor!- Esse minuto nem passa, pois rapidamente um homem de cabelos pretos, curtos e certo brilho branco, pois estava ficando velho. Ele vestia roupas bem simples, pois era seu pijama. Seu olhar negro tinha um certo tom de brilho.
   Ele analisa a pessoa que estava em sua porta. Esfregando seu rosto, ele questiona o outro homem: -Desculpa, mas minha mulher não está contratando modelos. - ele quis ressaltar a beleza do outro homem.
    O homem se espanta. -Eu não sou modelo! Sou psiquiatra!
     -Jovem, eu também sou, ok?
     -Não é isso. Eu sou Kape Hoph....
     -E eu sou Leny Niemi, mas onde você quer chegar?- Ele se toca de uma coisa: - Hoph? É um sobrenome Inglês, né? Por acaso, você tem algum parentesco com a Sherlock Hoph?- ele ficava bem atento aos olhos de Hoph.
    Ele concorda com a cabeça. - Sim, ela é minha mãe!
    Leny abre um grande sorriso. -Mentira! Elas me disseram que adotaram uma criança, um tempo atrás.
    -Isso já faz um tempo? Pois eu já tenho trinta. Elas me adotaram com cinco anos.
    -Eu não tenho culpa; suas mães, depois do casamento, foram para a Inglaterra, e eu fiquei ocupado com a faculdade. A gente meio que perdeu o contato. Mas como elas estão?
    -Estão bem!- agora que Leny percebeu o sotaque inglês do garoto. Leny percebe outra coisa: -Opa, garoto, desculpa! Quer entrar?- Leny se afasta da porta.
     Com a porta mais aberta, ele dá passagem para Kape entrar. Leny sempre teve boas educações.
     -Quer algo para beber, Acho que não tem café aqui, mas acho que ainda tem chá.
     -Chá é perfeito! - falou a pessoa que não bebe café.
   Eles cruzam a sala para alcançar a cozinha. Kape passa analisando a sala, ater os pequenos detalhes. Ele guarda as informações que tinham.
    -Pode se sentar!- ele aponta para um dos bancos que se encontrava perante ao balcão.
    Ele não faz cerimonia. Ele, sentado de frente para Leny, vê Leny colocar o chá ao fogo.
   -Mas o que você vem fazer tão longe de casa?- Leny o questiona.
    Hoph estranha na visão. A forma que ele foi direto ao ponto, lembra muito sua mãe Beifong. -Direto ao ponto, interessante.
   -Desculpa, costume - Leny observa o chá.
    -Não tem problema- antes de continuar, ele observa a cozinha onde tem cereais infantis. Na porta da geladeira tinha desenhos feitos a giz, Kape analisa o traço, ele tem os seus motivos. Uma parede parecia ter sido repintada nos últimos dias. -Só me fala- Kape parecia confiante.
-Sua filha tem quantos anos? oito? nove?
   Leny responde de bate pronto: -Dez...Espera! Como você sabe?- ele estava surpreso.
   - Os desenhos da geladeira, ela tem futuro nesse ramo, os cereais, esse tipo não é muito bom para crianças pode causa cárie e você vive em bairro bem longe do centro da cidade, mesmo ficando longe de tudo para você, o único sentido é você querer dar um ambiente mais tranquilo para uma criança...- ele faz uma pausa, até que se lembra: -Sua parede foi mal pintada, aposto que sua filha tenha se cansado dos papeis.
   Leny fica admirando, ele tinha acertado tudo, mas...- Como você sabe que é uma menina?
   - Dois motivos: nascem mais meninas do que meninos no mundo e pela marca do cereal.
   -Como?
   -A caixa. Tons mais simples, são características do feminino. sua filha deve ter ficada louca para querer aquele cereal, só pela caixa. As cores que ela usa em seus desenhos. com tudo isso, eu só consigo pensar que você tem uma filha, e não um filho.
  Leny ficou sem acreditar, ele acertou cada ponto, só com aquilo? -Você falou que era psiquiatra? Que tipo?
   -Psiquiatria forense e infantil - ele olha para o furgão.- E se você não tirar o chá do fogo, vai queimar.
   Niemi tinha se distraído com aquele homem. Ele era fantástico. Leny sacode a cabeça, lembra do chá. Pegando duas xícaras no armário. Enchendo a xícara de Kape e depois a sua, Leny recoloca a chaleira sobre o furgão. -Eu não sabia que a escola de psiquiatria ensinava você a fazer deduções. Acho que estou ficando velho - fala Leny assoprando o seu chá.
  -E não ensina. A mãe Sherlock achou que seria bom eu aprender a ler as pessoas. Você tem que saber como as pessoas agem para saber seus problemas. nós humanos, somos todos iguais.- um longo gole é dado no chá por Kape.
  "Sherlock criou um grande homem e um perfeito psiquiatra, não esperava menos", pensa Leny. -Muito interessante. Bom, imagino que você não veio ater aqui só para falar comigo.
   -A escola Kafe-C me contratou para melhorar a saúde mental dos alunos. Na verdade, o governo ordenou que a escola parasse de incentivar a competitividade dos alunos, estava fazendo muito mal para os alunos. - Kape se inclina em direção a Leny. -Dizem que todos os ex-alunos são traumatizados.
   - Eu estudei lá. -Leny ficou o encarando.
   Kape ficou sem reação. -É...
  -Não se preocupe, eu nunca gostei desse negocia da competição, só que, a melhor nota da escola era a minha e meu placar no clube do xadrez era perfeito. - Leny fala calmamente.
   -E você não é competitivo?
   -Nem um pouco.
   Kape preferiu deixar para lá. -Mãe Beifong não está nada alegre com isso, pois eu rejeitei uma oportunidade em um grande hospital para aceitar essa.- recolocando a xícara sobre a mesa, ele continua: -Mas acho que ela só não queria que eu fosse para longe de casa.
   -Nunca pensei que a Beifong seria uma mãe desse tipo.- relata Leny.
   -Ela é uma mãe estranha, mas é minha mãe. E ela fez questão de eu vim aqui para você me convencer de não aceitar o emprego na escola, ela não falou isso, mas bom.
   Leny começa a sorrir.- Não se preocupe. eu não vou tentar te convencer de nada, mas se sua mãe perguntar, eu fui totalmente a favor dela.
   -Ela te dá medo, né?
   -Muito!
  Eles ficaram conversando por algum tempo. Hoph explicava como ia funcionar a escola a partir de agora: estaria proibido colocar a nota dos alunos nas paredes ou mesmo incentivar a competição entre os alunos. os professores estavam proibidos de favoritismo entre alunos. Não ficam apenas nisso, mas também sobre como foi os anos na Inglaterra; onde Beifong e Sherlock foram morar depois de se casarem, pois Sherlock era de lá. Beifong continuou bebendo, e Sherlock odiava isso. Leny falou como diminuiu sua rotina, mas mesmo assim se mantinha ocupado... a conversa continua até que:
   -Eu tenho que ir- se levanta Kape -Obrigado pela xícara de chá, estava ótimo.
   -Eu que agradeço.- ele se referia a saber como estava suas amigas e que se ele gostou do chá, significa que a alma de quem fez o chá era pura e perfeita, ainda. -Mas espere ai!- diz Leny, saindo as presas para um cômodo na casa. após alguns segundos. Suas mãos estavam cheias de poeira, juntamente do livro que ele carregava. Ele dá uma sacudida no livro que cai enorme poeira. dando umas batidinhas nele, pronto, está limpo. Agora era possível se ver o nome dele: "Suicidas da Meia Noite". Kape não sabia o que isso significa, visto que não tinha mais nada além do nome.
   -Pega!- Leny oferece o livro em direção a Kape.
   -Mas por quê?- Kape tentar analisar Leny, mas não consegue.
   -Eu perdi uma aposta com a Beifong. precisava pagar uma hora, né?- Leny sacode suas mãos para tirar a poeira, ou uma parte.
   Kape pega o livro e começa a ir embora, mas antes, ele aponta o livro para Niemi, e o questiona: - Posso saber qual foi a aposta?
   Leny usava sua camiseta para limpar suas mãos, quando olha para Kape. -Claro. Eu apostei que ela não ia ter coragem de pedir a senhorita Sherlock em casamento... Bom, estamos aqui agora. Verdade, garoto, vou te dizer só uma coisa que a Beifong me disse uma vez: faça o que ama, se não amar, refaça.
   -E o que isso significa?
   Em plena confiança, ele responde: -Não faço ideia. ela nunca me disse o que significa. Kape agradece pelo livro e pelas palavras, que ninguém sabe o significado, e sai pela porta se despedindo.




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