/ATO 01 \ ∆'O SORO'
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A temperatura naquela manhã estava mais quente do que de costume, os raios de sol brilhavam com muita intensidade sobre a cabeça dos diversos trabalhadores que caminhavam pela avenida. Alguns, indo em direção aos seus trabalhos, outros indo resolver compromissos pessoais e que diziam interesse apenas a eles mesmos.
Entre todas aquelas pessoas apressadas e mal-humoradas, usando seus ternos elegantes e carregando maletas de couro, uma jovem de cabelos rosados corria apressada, segurando entre seus braços uma pasta amarela recheada de papéis e anotações importantes.
Quem era ela? Você talvez esteja se questionando, mas tenho certeza que, no fundo, já sabe a resposta para isso. Ela era nada mais, nada menos que Haruno Sakura, a brilhante cientista e Bióloga química da Broad Institute¹, o instituto de pesquisa mais requisitado do mundo. O motivo daquela pequena maratona logo de manhã cedo? Simples. Estava atrasada para o trabalho.
— Atrasada no primeiro dia do mês... — resmungou, desviando-se de uma senhora que segurava uma grande sacola de compras — Porra, Fuku, você tinha que desligar meu despertador? — xingou, levantando o pulso para conferir às horas. Eram exatamente oito e meia da manhã, uma hora e meia de atraso para ser exato.
Fuku era um gatinho que havia adotado recentemente, um filhote de Siamês vadio que trouxe para casa para suprir o vazio que seu apartamento andava tendo nos últimos tempos. Seu pai, sabendo da condição de mestiço que o felino possuía, tinha o péssimo hábito de chamá-lo de Fukulata sempre que ia visitá-la. Era um saco, mas o filhote parecia gostar disso, ao contrário de si, que sempre era mordida ou arranhada por ele toda vez que se aproximava para brincar.
E pelo visto, ao invés de ser acordada pelas unhas afiadas e pelos miados insistentes naquela manhã, o bichano decidiu pregar uma peça nela e cutucar a tela do seu smartphone com as patinhas pequenas e felpudas, desligando o alarme que havia programado para acordá-la e a fazer levantar da cama para se arrumar para o trabalho horas antes, justamente para evitar atrasos como este.
A Haruno, absorta em seus pensamentos e sem perceber as pessoas que caminhavam ao seu lado, tropeçou e caiu com violência contra um homem que era duas vezes seu tamanho. Sakura diria que, pelo seu aspecto, ele não passava de mais um dos muitos motoqueiros barbudos que eram vistos vagando pelas estradas e causando diversos problemas nos bares. E ela não estava enganada, já que notou uma tatuagem do que parecia ser uma cobra peçonhenta com uma caveira dentro da boca. Esse era o símbolo da gangue que frequentava o Gazeta's, um bar localizado na entrada da cidade e que a Haruno mantinha distância.
— Desculpe. — abaixou a cabeça rapidamente, evitando contato visual com o rapaz e os papéis da sua pasta escorregaram por entre seus braços. Merda!
O Homem barbudo apenas a fitou com uma expressão fechada e prosseguiu com seu caminho. Sakura mordeu os lábios para conter a fala irônica que ameaçava escapar de sua boca. Uma ajuda seria toda bem-vinda, senhor. Ela revirou os olhos, se agachando para apanhar seus papéis, antes que mais alguns deles voassem para longe do seu alcance.
Uma figura masculina surge repentinamente, observando Sakura, que não o identificou devido à luz forte que atingia seu rosto, prejudicando a sua visão.
Em sua breve distração com a aparição de um novo alguém, um executivo pisoteou a folha que estava para apanhar. A rosada xingou alto, choramingando ao ver a sola do sapato marcada contra a superfície de papel, borrando uma ou outra palavra que haviam sido cuidadosamente escritas ali. O rapaz de corpo esguio soltou um breve riso, e Sakura franziu o cenho, prestes a mandá-lo embora, já que estava sendo óbvio que ele estava parado ali apenas para assisti-la em sua desgraça, mas, para sua surpresa, ele pegou duas das folhas que estavam ao redor de seus pés e estendeu para a cientista.
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Metábole
FanfictionSakura Haruno é uma brilhante cientista. Seu trabalho de vida é conseguir criar um soro que force o corpo humano para além dos seus limites, como fazer uma senhora de idade ter agilidade de uma pessoa de 20 ou uma pessoa paralítica conseguindo volta...