╰┈➤ ᴘʀᴏ́ʟᴏɢᴏ

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Haru viu um homem na rua enquanto estava indo pra casa, e eles entraram juntos em um metrô. Não era um homem qualquer, ele era diferente de todos os outros que ele já tinha visto. Os dois se encararam fixamente por alguns segundos enquanto passavam, mas Haru mantinha-se focado naquele cara.

Ele não sabia exatamente PORQUÊ reparou tanto em alguém assim, ainda mais um homem.

"Será que tem alguma coisa de errado no meu corpo? Esse rapaz não para de ficar me olhando..."

Haru vira seu rosto rapidamente para o outro lado, extremamente envergonhado. Ele se deu conta de que, até agora, estava assistindo cada passo e gesto que o desconhecido fazia.

"Eu não acredito que eu tava sendo um completo esquisitão. POR QUE CARALHOS EU TAVA COM OS MEUS OLHOS NELE?!"

Foi o que Haru pensava, pensando também em todas as possibilidades possíveis onde ele era julgado pela sociedade e taxado como pervertido.

"Não, não, NÃO. ISSO É IMPOSSÍVEL, AFINAL, NÃO É COMO SE EU FOSSE UM STALKER OU ALGO DO TIPO."

Enquanto ele visivelmente se contorcia de vergonha, as pessoas começaram a ficar desconfortáveis, e tudo que Haru conseguia pensar era sobre sair correndo dali.

- Com licença, tá tudo bem?

Era uma voz doce, mas profunda. Transmitia paz e segurança para todos que a ouvissem.

Haru, corado, se vira rapidamente pra fonte daquela voz tão harmônica.

- Uh, sim, está tudo be-

Antes que pudesse terminar a frase, arregalou seus olhos e levou um susto. O indivíduo era o homem que estava encarando.

O desconhecido faz uma expressão de confusão.

- Moço? Eu perguntei se você está bem-

- AH, SIM, ESTÁ TUDO BEM!

"EU... EU ACABEI GRITANDO"

O rapaz não pôde segurar seu riso, fechando seus olhos e dando uma sutil, mas perceptível gargalhada. Seu rosto era muito bonito, parecia que a própria luz do sol emanava dele toda vez que sorria ou não conseguia se manter sério.

- Bom, que ótimo que você está bem então~

Haru estava totalmente corado, não sabia ao certo o que responder, mas conseguia sentir seu coração bater um pouco mais forte do que o normal.

- E-eu acho que tenho que me desculpar por aquilo...

- Hum? "Aquilo" o quê, exatamente?

- Eu tô falando D-A-Q-U-I-L-O!

O homem, mais uma vez, não consegue manter sua seriedade e, novamente, solta algumas gargalhadas; mas dessa vez, um pouco mais altas.

- Desculpe, eu não sei do que você tá falando (risos).

- Mas você disse aquilo lá, e-

- Uh, mas eu não disse nada...

- Eh?

- Eh?

Foi uníssono. Agora todos estavam confusos.

- AAAAH, OLHA! É A MINHA ESTAÇÃO, PRECISO IR, ADEUS!

Haru saiu rapidamente do metrô, deixando cair sua carteira acidentalmente.

- Moço, espera!

Haru já havia saído em disparada, sumindo completamente de cena.

"A carteira dele caiu, e agora? Tenho que arrumar um jeito de devolver..."

Após Haru ter chegado em casa, rumou em direção ao banheiro para tomar um banho. Espera, algo estava faltando...

- MINHA CARTEIRA!! QUANDO FOI QUE EU PERDI ESSA BAGAÇA?!

O rapaz começa a ficar desesperado, correndo em círculos, com as mãos na cabeça.

"MINHA VIDA INTEIRA TAVA NAQUILO, EU TÔ NO FUNDO DO POÇO. NÃO, NÃO... EU TÔ NO FUNDO DA FOSSA DAS MARIANAS."

Ele também teve pensamentos sobre a possibilidade de ter sido roubado por alguém, mas logo esses pensamentos o levaram ao momento em que viu o homem desconhecido. Isso trocou completamente seu foco, passando a pensar em uma coisa completamente diferente, o indivíduo que viu mais cedo.

- POR QUE EU AINDA TÔ PENSANDO NELE? E SE ELE TIVER ME ROUBADO? VAGABUNDO, SALAFRÁRIO E VIGARISTA! ME ROUBOU NO MEU MOMENTO MAIS SUSCETÍVEL, E, E-

Haru respira profundamente.

- QUER SABER? NÃO ACHO QUE AQUELE GOSTOS-  QUE AQUELE HOMEM TENHA TIDO CULHÕES PARA ME ROUBAR!

- Tem certeza que tá usando a lógica, irmãozão?

- SUZUMI!? NÃO APAREÇA ASSIM DO NADA!!

- (Risos) então não queria que eu ouvisse sobre sua pessoa misteriosa?

Haru cora após ouvir "pessoa misteriosa".

- Alá, viu? Então é verdade!

- Não, não, NÃO! NÃO É VERDADE, EU NEM SEI DO QUE VOCÊ TÁ FALANDO! EU SÓ QUERO ACHAR MINHA CARTEIRA!

- ... E a sua pessoa misteriosa de novo.

- EU JÁ DISSE PRA VOCÊ QUE (...)

Os dois ficaram nessa conversa por algum tempo e o objeto perdido passou a não ser mais tão importante, apenas o "desconhecido do metrô" (como o homem de mais cedo ficou conhecido).

『 Ligados de Corpo e Mente 』Onde histórias criam vida. Descubra agora