Dybala.
Encaro o baseado queimando na minha mão pensando em umas parada. Passo a língua pelos dentes esfoliando a saliva e saio do meu quarto com o celular na mão, e o baseado queimando na outra, falando com o Portuga.
Me tornei dono do 18 tem uns anos aí, sozinho mermo. Depois que a família virou as costas pro viciado e não deu nada a não ser o pensamento do meu corpo sendo achado em qualquer vala por aí. Eu não procurei ninguém, sou ruim pra caralho quando se trata de gratidão, gratidão eu tenho somente diante de Deus, o resto é resto, então pra mim tanto faz.
Eu saio lá fora olhando meu Audi branco estacionado ali na frente e destravo as portas indo até ele, abro a porta do motorista me sentando no banco, trocando umas mensagens rápidas com o Portuga, meu de frente. Nessa vida é difícil ter amizade, mas ele já fechou comigo pra caralho, tem uma cabeça firme e avançada em tudo que ele fala, O cara é sagaz, nosso santo bate e eu gosto de lidar com gente fácil pra não ter que me estressar.
Ele é meu de frente, e Kanno, o arrombado que eu quero matar cada 2 minuto que abre a boca, é meu segurança, moleque novinho de 22 anos, tá comigo desde os 17 dele. Apesar de ser uma pedra no sapato, confio minha segurança nas mãos dele com os olhos fechados, ele fez por merecer essa minha confiança.
Passo as mãos na corrente pelo pescoço, por cima da minha camisa verde e olho pro lado vendo o Fk se aproximar
Fk: Aí chefia - Tiro a atenção das casinha na minha frente e me viro por cima do ombro, vendo o moleque sem camisa portando o fuzil do lado - Tudo certo já, tamo só esperando por tu.
Eu: Vou encostar agora não - me viro pegando o coldre no porta mala apontando com o dedo pra ele - Tá monitorado?
Fk: Ainda pô, de ponta a ponta, qualquer intromissão nós vai tá sabendo no mermo segundo, tu pode curtir tranquilo.
Eu: Roubo, briga, celular gravando, tirando foto ou qualquer parada tu sabe que eu não tolero - Ele me olha atento - Sujeito a paulada, eu quero um aviso na entrada com as instruções se não seguir é consequência, porque a parada vai ficar lá fora. É pra curtir o bagulho na moral e deixar geral curtir também
Fk: Vou dar o papo pros menor fazer um agora mermo - Me aproximo dele fazendo um toque rápido de mão - Deixa comigo
Eu: Ó - Aponto o dedo pra ele que volta balançando no seu rosto - Vale pra todos da contenção também, exemplo no bagulho porque se eu pegar bolação eu não aliso. - olho bem no seu rosto analisando a expressão dura e seria que ele me olha também.
Fk: Sempre meu patrão - Fico calado e ele sai dali atravessando a bandoleira do fuzil no peito magro.
Chego na rua lotada de carro, o meu e do Portuga se destacando entre os outros, nós dois tem uma fixação por carro de grande luxo. Sou ganancioso nesse ponto, eu posso tá com a pior roupa mas se meu carro tiver limpo, cheiroso e bem cuidado isso vira um detalhe. Estaciono atrás de um 4x4 azul escuro e desligo tudo pegando minha carteira e celular do painel
O som rola alto por ali, a casa do Kanno tá com tudo aberto, algumas mesas de plástico cá fora, pela calçada e na rua também, tem umas pessoas ocupando as mesas bebendo e jogando conversa fora, eu passo sem falar nada e me aproximo da mesa onde o Portuga tá. Sentado de cabeça baixa, uma garrafa de cerveja na mesa junto com o copo cheio até a metade por ele já ter tomado. Eu chego sem dizer nada e me sento
Portuga: Achei que era o Kanno, ele tá ai - Diz apontando com a cabeça pra dentro
Eu: Falo com ele depois - Bato minha mão fechada na dele - Qual a boa?
Portuga: Tudo na paz terrível - Ele diz pegando o copo dele - Só rolou uns problemas ai, mas eu já resolvi, coisa de gerência mermo
Eu: Já manda pra gaveta - Cruzo os braços no peito encarando a porta do carro dele. É Audi também, só muda a cor. A porta do outro carro que tá atrás do dele se abre e de lá eu bato o olho no porte da mulher que desce, os pés no salto pisando no chão me chama atenção primeiro, eu desvio o olhar pra ela que tá segurando o copo na boca olhando pro outro lado e falando com uma mulher que tá do lado dela. Estreito os olhos olhando pra mulher novamente. Ruiva, as pernas grossas, o short bem justo no corpo cheio de curva, tem algumas tatuagens espalhadas pelo corpo, cara de marrenta, tem porte de mulher, jeito e postura. Eu percebo quando ela começa a andar sobre o salto fino segurando uma bolsa de lado branca, jogando o cabelo nas costas, e vem andando pra cá.
Portuga: Achou? - Ele se direciona a mulher que tá com ela, que nega com a cabeça - Deve ter caído fora então
Xx: Lindo eu usando um brinco só. Quer sentar aqui amiga? - Ela fala com a ruivinha
Xx1- Pode ser amiga, só vou pegar uma bebida ali - Observo ela andar com aquela bunda toda naquele short pequeno
Portuga: Tira ele pô, vai ficar usando um brinco só? - ela nega e se senta na cadeira vermelha, a ruiva volta e se senta do lado dela cruzando as pernas, eu acompanho o movimento passando a mão na boca, mas logo desvio pra frente
Xx: Depois eu tiro cara, relaxa - ela vira o copo com a cerveja
Portuga: Coé Dybala, vai beber não? - olho pro lado vendo ele falar comigo.
Eu: Hoje não
Portuga: Veio pra não beber, aí é foda hein - ele fala encostando na cadeira e eu sinto o olhar da ruiva em mim, mas não olho e ajeito meu boné na cabeça cruzando os braços no peito - Saiu só pra não ficar em casa, pretendia não beber também não, mas eu vi a cerveja e não vale a pena - Ele levanta o copo levando até a boca
Xx1: Cadê meu gin que até agora nada
Portuga: O moleque deve tá trazendo. Tu só quer gin, parece que é maluca
Xx1: Vontade - ela passa a mão pelo pescoço onde ostenta a correntinha, com a letra A, gravado dentro do pingente de ouro
Eu: Elas tão com você? - Falo baixo olhando pra ele
Portuga: Tá comigo pô, a Liz é minha parceira. Falei que ela podia trazer companhia e ela trouxe a amiga
Coloco a mão pro baixo das minhas correntes me ajeitando na cadeira metendo a mão no bolso pra tirar um baseado pra manter nos dedos, não acendo, só fico com ele preso entre os dedos balançando, mantendo a visão de águia por todo canto. Olho pra frente e o Kanno chega junto com um fuzil pra trás
Eu: E aí - Olho pra ele trocando o baseado de mão, fazendo um toque com ele
Kanno: Tudo em paz, chefe? - Ele se inclina na mesa entregando uma chave pro Portuga e olha pra ruiva sorrindo, ela desvia a atenção que até então tava na amiga e olha pra ele sorrindo também. Eu olho pro seu rosto vendo os traços finos que formam sua aparência... O sorriso chama ainda mais atenção pra boca coberta por um batom vermelho
Portuga: Certinho - Ele diz pegando a chave da mesa e a ruivinha olha pra mim se ajeitando na cadeira e olha pro Portuga.
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Um Bom Malandro
FanfictionEla odeia as minhas mentiras, eu finjo acreditar nas dela. Ela quer fugir de mim, eu busco refúgio dentro dela.