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Dybala - 32 anos
Acendo um fininho do hash, puxando a fumaça pra dentro. Seguro o litrão da cerveja gelada na mão, sentado na calçada de casa olhando a movimentação, em uma o baseado e na outra a cerveja. Se eu não fumar um, não tomar nem que seja uma cerveja no dia, eu fico estressado
Encho o peito levemente, procurando manter a fumaça na boca, sentindo a fumaça na minha garganta, inclino a cabeça pra trás e sopro a fumaça pra cima
Estreito meus olhos encarando o outro lado da rua, tá tendo festa desde cedo. Mandei o papo que era pra abaixar o som, mas o filho da puta se fez de maluco, tô só palmeando de longe. Já passei a visão, mas quando eu chegar lá eu quebro a porra do som dele
Portuga: Passa a visão papai- Eu olho por cima do ombro direito, vendo um cara queimado de sol, todo tatuado e usando um boné subindo as escadas
Eu: E ai - Tomo um gole da cerveja olhando as luzes dos postes tudo acesa
Portuga: Coé pô, esse pau no cu não abaixou essa porra ainda não? - Ele para do meu lado com as sobrancelhas franzidas, passando o fuzil pra trás e eu olho sério ao redor vendo o Kanno em cima da laje dançando, ele me olha e disfarça parando de dançar - Quer que eu vá lá? - olho pra ele novamente
Eu: Quem vai sou eu, vou dar só mais cinco minutos pra ele abaixar - afasto minhas pernas cruzando os braços no peito, e olho diretamente pra garagem da casa que tá tendo a festa. Logo o cara aparece do lado de fora sem camisa, um copo na mão e descalço, ele levanta o polegar pra mim enquanto o som vai diminuindo - Por que não abaixou na hora que eu dei o papo - gesticulo com a cabeça - Tá maluco tu?
Xx: Pô chefe, foi mal. Eu esqueci o que era pra fazer
Portuga: Que maluco arrombado, mané.
Eu: Esqueceu? Tu vai esquecer quando eu meter um tiro em tu também? - Ele se aproxima - Encaro ele que estende a mão, mas eu não pego e continuo encarando ele
Xx: Foi mal mesmo pô
Eu: Vou te dar o último papo, acaba com essa resenha - Se tu não quiser entrar em uma comigo, acaba com essa porra, isso aqui não é bagunça não
Xx: Mas eu tô na minha casa
Eu: A casa é tua, mas a rua não caralho. Tu tá incomodando a rua toda com esse barulho - Descruzo os braços apontado pro lado enquanto olho pra ele, já tô bolado desde cedo, pra eu dar um soco nesse arrombado é dois segundo - Acaba com isso - aponto na direção da sua casa - Tá desde de manhã nessa putaria, agora já vai dar 23h da noite - falo puto e ele ergue as mãos - Tu tá me achando com cara de otário seu vacilão?
Xx: Eu vou acabar
Eu: Agora, demora não - Gesticulo com a cabeça e ele olha pro Portuga andando de costas - Vou passar por aqui em 10 minutos, se ainda tiver gente nessa rua, eu vou passar metendo bala - Dou as costas pra ele sendo seguido pelo Portuga que logo aparece do meu lado.
Portuga: Eu levava logo pra dar um tratamento vip - Olho pra cima e Kanno desce lá de cima - Pelo menos um pau ele tem que tomar
Eu: Larga a sede de sangue. Solta a voz - Olho pra trás vendo Kanno seguir a gente enquanto segura o fuzil.
Portuga: Tudo em paz - Ele diz passando a mão na cabeça - Tirando esse arrombado aí, de resto tá suave
Kanno: Aí Dybala - Me viro olhando com as sobrancelhas franzidas pra ele - Tá maior paz mermo, chega a ser estranho
Eu: Quem desceu pra ficar de ronda? - Paro esperando ele se aproximar me olhando sério.
Kanno: Tô ligado não pô, mas deve ter sido um dos moleque do caixa - Respiro fundo impaciente e saio na frente sem dizer mais nada a eles.
Tô bolado, de ontem pra hoje só prejuízo. Polícia atrapalhando minha venda, perdi quase 100k de mercadoria pra eles, por erro de uns arrombado que eu já logo mandei pro inferno, vai dar trabalho pro capeta, pra mim não. Por isso que eu gosto de fazer minhas parada sozinho, quando não sou eu que faço, é essa porra aí que acontece.
Os dois não me segue e eu parto pra casa, moro logo na rua de cima de onde fui resolver essa do som, cara irresponsável, fanfarrão do caralho. Respiro fundo passando a mão no rosto e coloco a mão atrás das costas, tirando a arma da cintura, entro em casa sem me importar com o barulho.
