☏︎ Nome de Boneca - capítulo único ☏︎

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Um grosso, impertinente, mal-educado, insuportável. Não me levem a mal, não sou do tipo de pessoa que gosta de xingar. Mas tais definição não expressavam nem a metade do que ele realmente era.

Por que garotos mais velhos, em especial os irmãos de melhores amigas, gostam tanto de nós rebaixar? Acham  que somos crianças! Humpf. E ainda pensam que somos apaixonadas por eles. Como se fosse verdade...Só por que possuem os papos mais irados, um charme singular e uma petulância atraente, isso não significa nada.

Enquanto pensava nisso, meus dedos tamborilavam sobre a bancada de mármore onde se encontrava o telefone. Pegá-lo ou não? A necessidade de falar com a Laura era um lado da moeda; o outro era o medo da carga elétrica -- ativada pela voz de locutor do Guilherme -- envolver o meu corpo. Resolvi correr o risco.

Laura: Alô -- a voz de Laura soou tranquila. Senti a frustração cair sobre mim. Eu queria que outra pessoa da família atendesse.

Bárbara: Laura, ainda falta sua parte do trabalho de química.

Falar com Laura sobre o trabalho: necessário...

Laura: Bárbara, não tem como te mandar, mas o Gui leva aí na sua casa. -- respondeu, dando um risinho antes de desligar.

Encarar o encantador menino que me chamou de criança: muito desesperador.

O tempo passou rapidamente, aguçando minha atenção em ouvir a campainha tocar. Sem perceber, já estava parada na porta, olhando profundamente os olhos azul oceano mais cristalinos que conhecia. Estava encantada, bem como uma criancinha que ele achava que eu era.

Guilherme: Está aqui o trabalho, Barbie. -- abusado. E eu aqui, babando feito idiota. Não é porque já está na faculdade que tem o ousado direito de achar que eu gosto que me chamem de Barbie. Deliberadamente avancei em sua direção, meu olhar faiscando, enquanto os olhos dele permaneciam assustados.

Guilherme: Ei, ei...Vai me bater? -- recuei, sacudi a cabeça, exibi um sorriso falso e o mandei entrar.

Sem hesitar, Guilherme sentou-se na sofá e destinou a falar. Manobras de futebol não parecia uma rotina para alguém que só falava de livros românticos e séries de aventura. Mais uma vez, nem percebi que minha raiva foi passageira. Já estava ali, trocando palavras sobre o assunto na mesma intensidade. Um considerável tempo se passou. Ele se levantou e ameaçou ir embora, mas antes de deixar a casa, completou:

Guilherme: Nunca tinha conhecido uma garota com nome de boneca. Legal...Você é fofinha igualzinha a uma. Que tal um sorvete? -- involuntariamente, o músculo da minha boca formou um sorriso incrédulo. Bárbara e Barbie não eram nomes tão diferente para confundir, afinal.

Bárbara: Está esperando o quê? Vamos. -- apresentada a um novo ponto de vista, dei um salto do sofá, reprimi uma gargalhada e fui.

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