16. mãe

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O dia passou voando, já era manhã novamente e eu estava na academia, Luiza era minha primeira aluna do dia, enquanto esperava ela chegar lembro que tenho uma ligação para fazer.

- Mãe? Bom dia, por favor, me explica o que tá acontecendo e o motivo da senhora ter brigado com o meu pai e viajado por uma semana

- Mas o bom dia já é assim Valentina? Você sabe que seu pai não me deixa viver direito, eu tinha marcado uma viagem com minhas amigas, ele não queria que eu fosse, mas você sabe, fui do mesmo jeito e agora ele não me deixa ficar na minha casa, por isso eu quero passar um tempo com você

- A senhora é muito teimosa, vocês precisam se resolver logo

- Eu vou dar um jeito daquele velho me desculpar, você sabe que ele não consegue ficar muito tempo sem mim. Chego na sua casa as 10 horas, tchau minha filha

- Tchau, juízo!

Desligo o celular vendo Luiza se aproximar, fico um tanto nervosa, ontem nosso dia foi extraordinário, mas ninguém mandou mensagem, sinto que ela estava digerindo o que estávamos criando uma pela outra, assim como eu.

- Bom dia linda - falo enquanto sinto meu corpo se chocar com o dela num abraço apertado e talvez já cheio de saudade.

- Bom dia olhos verdes - ela deposita um pequeno beijo em minha bochecha.

- É bom você se preparar, hoje é dia de quadríceps e eu não vou pegar leve - digo enquanto confiro no celular a aula que tinha deixado anotada.

- É? Então você vai ficar sem beijos - Ela diz, enquanto colocava uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha.

A encaro, aquilo só pode ser brincadeira

- Não misture as coisas - falo no tom mais sério que consigo, reprovando sua fala, vejo sua expressão mudar para algo que parecia medo.

- Desculpe - sua voz era baixa e ela olhava para o chão.

Rapidamente junto nossos lábios em um selinho, como eu sentia falta disso

- Valentina, a gente tá no meio da academia - era sua vez de me lançar um olhar medonho.

Agarro sua cintura, juntando nossos corpos em um abraço, para que eu sinta seu corpo colado ao meu.

- Mas eu tava com tanta saudade da sua boca gostosa - falo baixinho em seu ouvido, ainda no abraço.

- Eu mentiria se falasse que não gostei - era sua vez de sussurrar em meu ouvido.

Após o ocorrido o seu treino começou, eu peguei pesado com ela, via sua dificuldade para levantar o peso da barra no agachamento, mas era possível ver sua determinação, ela não desistia. O treino tinha acabado, Luiza estava cansada, com os cabelos num rabo de cavalo, o rosto suado e se abanando, era incrível que esses eram os principais momento que eu achava ela a mulher mais linda do mundo.

- Valentina, você está agora com 70 anos sem beijos, o que você me fez sofrer hoje é brincadeira! Não sabia que estava com raiva

Não me controlo e beijo sua boca, ali, no cantinho da academia mesmo, estava menos movimentado por ser de manhã, eu agradecia internamente por isso.

Luiza ficava incrivelmente gostosa quando falava qualquer frase estando suada e com o cabelo preso, sua língua explorava minha boca, ela queria aquilo tanto quanto eu, não conseguia me concentrar em qualquer coisa que não fosse aquele beijo, o mundo estava no mudo naquela momento, estávamos em nossa bolha. Infelizmente tivemos que nos separar por uma tosse que ouvimos de um senhor que provavelmente era homofóbico, esse era o único motivo dele ter atrapalhado um beijo tão bom e lindo que estávamos tendo.

- Hoje você tá que tá em Valentina - ela tentava voltar ao mundo real, enquanto eu admirava a mulher linda na minha frente

- Culpa sua, quem mandou ser linda - beijo sua bochecha

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Chego em meu apartamento refletindo o quanto minha vida estava ótima, trabalhando com o que eu gosto, treinando como sempre, seguindo uma dieta e saindo com uma mulher maravilhosa, mas isso também me causava a sensação de que algo de ruim iria acontecer, o tipo de coisa que sempre acontece quando tudo na vida fica 100% bem.

Estava esperando minha mãe chegar, sentada no sofá, após ter tomado um banho, resolvo trocar algumas mensagens com Luiza, eu nem estava me recolhendo de tão grudenta.

Eu: Af, que saudade de uma morena dos olhos castanhos

Lu: Tenho certeza que essa morena também tá com saudade de você

Eu: Eu duvido, se estivesse com saudade estava aqui comigo

Lu: Ah é? Em 30 minutos estou ai

Eu: D U V I D O

Lu: 🙊

Luiza não iria vir, ela disse que teria trabalho hoje, continuei vendo algumas coisas no celular, já que ela tinha parado de me responder. Quando ouço alguém bater em minha porta, já me preparo mentalmente e fisicamente pra carregar as malas da minha mãe, era a minha oportunidade de me mostrar sendo forte.

- Tô indo mãe

Quando finalmente abro a porta dou de cara com a morena mais linda de todas, Luiza, porque minha mãe é loira.

- Mãe? Esse é meu apelido novo? Achei sexy - um sorriso lindo estava em seus lábios

Puxei ela pra dentro

- Não acredito Luiza, você não ia trabalhar mais tarde? - ela coloca as mãos em volta da minha cintura

- É que alguém duvidou de mim - me senta no sofá e logo senta por cima de mim

Luiza morde minha orelha e sinto meu corpo tremer

- Que foi Valentina? Provoca e depois não aguenta? - alguém abre a porta, merda, eu não tinha trancado













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