Por todos os nossos Laços.

...

Baile do Imperador / Vila Valqueire, Rio de Janeiro - 16 Mai. 2021, 4:22 AM.

  E lá estava eu, numa madrugada agitada perdida em uma festa clandestina no Rio de Janeiro, local onde se apresentava meu ídolo, amigo, e companheiro de todas as horas. Já havia presenciado vários shows do Kevin, mas aquele estava me despertando sensações novas e desconhecidas na qual eu não sabia explicar o que eu estava sentindo; meu coração vibrava com cada batida do som e meus olhos brilhavam ao ver a pessoa que me fazia um bem danado, sorrindo tão alegre fazendo o que mais amava rodeado de pessoas que também o amavam e se agitavam a cada música que ele cantava. Não só eu, como todos que estavam ali, sua equipe, seus amigos, sua noiva e seus fãs estávamos todos envolvidos pela vibe boa que habitava no local.

   Como sempre, demoramos para sair do local após o término do show, porém assim que conseguimos sair de lá, adentramos a van e demos partida, rumo à casa onde estava um dos amigos do Kevin. Passamos algumas horas por lá, onde observei todos ali beberem muito e até usarem drogas, o que não era novidade alguma pra mim, aliás ele havia feito uso de algumas pré show, para se manter acordado e agitado; já eu, não bebi e nem fiz uso de nada, aliás eu nem podia e se caso fizesse tomaria uma bronca imensa de Kevin, já que o mesmo estava muito cauteloso e cuidadoso comigo, desde que soubemos...

   Meus olhos aos poucos se fechavam, porém eu estava relutando contra isso, queria aproveitar cada momento ali, já que ele fez um baita esforço para que minha mãe confiasse nele, prometeu de pé junto que cuidaria de mim e não tiraria os olhos da minha pessoa; ele realmente poderia fazer isso, se não estivesse tão embriagado a ponto de as vezes não conseguir nem se manter em pé, no fim das contas seria mil vezes mais fácil eu cuidar dele.

   Demorou, mas finalmente pude ouvir o "vamos embora, vamos pro hotel.", o que me deixou aliviada, levantando-me da cadeira e ajeitando minha roupa. Saímos dali e adentramos à van, onde fiz uma blusa de Victor de travesseiro, ele era legal comigo e isso causava um leve ciuminho em Kevin; confesso que eu achava engraçado, ele confiava cegamente que eu só precisava da amizade dele e não era necessário que eu criasse vínculos de amizade com nenhum outro homem que não fosse ele.

Riale Brisa Barra / Barra da Tijuca, Rio de Janeiro - 16 Mai. 2021, 09:13 AM.
  
   Senti meu corpo ser sacudido por alguém, que me arrancou do meu sono profundo, me influenciando a resmungar.

  -O que foi?

Victor: Acorda gatinha, já chegamos no hotel.

Encarei o garoto por alguns segundos, e logo me levantei do banco, devolvendo sua blusa. Desci da van espreguiçando meu corpo, enquanto sentia a leve brisa que vinha da praia logo do outro lado da rua, porém a mesma foi interrompida por um corpo que tomou a frente do vento.

  -Poxa Kevin, deixa eu tomar um vento cara.

Nego o tirando da minha frente, sentindo o mesmo se apoiar em meu ombro, perdendo o equilíbrio.

Kevin: Calma tio, cê tá muito estressadinha, qual que é a fita?

  -Nenhuma, eu só to com sono.

Kevin: Tá vendo? Se tivesse aceitado o docinho, não tava assim.

Ele ri, terminando de tomar o resto da tequila que estava em sua mão.

  -Você esqueceu que eu não posso, né? Aliás... Quando você vai contar?

Passei o olhar rapidamente por Deolane, o encarando em seguida.

Kevin: Logo menos, fica suave, vai dar em nada.

  -Em nada? Você é muito inocente.

Kevin: Nadinha nadinha, o que ela pode fazer? Eu e ela estávamos separados.