Nineteen.

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Jennie-









Meus olhos se abriam lentamente aos poucos me dando a visão de um teto branco. Estava quieto, tudo muito silencioso com apenas o barulho semelhante a máquinas de saturação e de batimentos cardíacos. Notei em tão uma máscara de oxigênio sobre meu nariz e boca.

"Eu estou no hospital?" Me perguntava ainda atordoada "Jisoo!?" Tentei me levantar mas fui impedida pela dor que senti em meu ombro.

Senti o peso sobre uma de minhas mãos enfaixadas e então notei que era Jisoo que segurava minha mão. Ela aparentava estar dormindo.

A olhei de cima a baixo procurando por algum ferimento, mas felizmente não tinha nada.

Tentei apertar sua mão e então a vi levantar a cabeça e me olhar. Seus olhos estavam inchados como se tivesse passado a noite chorando, suas olheiras estavam enormes e seus cabelos estavam arrepiados.

— Jennie — me chamou se levantando. Apenas sorri pois estava fraca e atordoada, provavelmente pela anestesia. Ela me abraçou de maneira desajeitada, provavelmente estava col medo de me machucar.

Levantei minha mão até meu rosto tirando a máscara de oxigênio vendo Jisoo arregalar os olhos.

— não deve tirar! — tentou por de novo mas segurei sua mão.

— eu já estou bem — falei devagar levando minhas mãos até sua nuca — você está bem?

— tô sim — ela acariciou meu rosto.

— Lisa, como ela está? — tinha notado que minha irmã não estava.

— ela tá bem, só ficou muito preocupada, assim como eu.

— onde ela está?

— tá lá fora, falando com os policiais e investigadores — a olhei confusa — foi a melhor coisa que podíamos fazer nessa situação, chamar eles foi a melhor opção. Eles estão investigando o caso, já me fizeram perguntas, estão fazendo perguntas a Lisa e estão esperando você acordar, já que você é uma das principais. Descobriram sobre o chip e falaram que logo vão liberar que todos possam tirar o chip com segurança — passei a mão em sua nuca sentindo o curativo feito lá — por enquanto, eu, você e Lisa somos as únicas que não tem mais o chip.

— meus pais?

— eles ficaram muito preocupados, já vieram ver você e choraram. A empresa é o menor dos problemas pra eles agora, a filha dele é o que mais importa. Foi o que eles disseram.

— que bom — senti um alívio em meu peito — e a sua mãe? — a vi negar com a cabeça enquanto seus olhos já estavam marejados — sinto muito — encostei minha testa na sua tentando lhe confortar.

— senhorita Kim? — ouvimos a voz soar da entrada do quarto — oh, vejo que Jennie acordou — era a enfermeira — só por favor, não tire a máscara de oxigênio até permitimos — assenti pondo a máscara de novo enquanto Jennie me soltava — vou dar uma olhada nos seus exames e ver se já posso te liberar, os policiais querem falar com você — assenti.

Estendi minha mão para Jisoo quando percebi ela ter ficado cabisbaixa depois que perguntei sobre sua mãe. Eu entendia, não devia ser fácil perder alguém da família, ainda mais quando se trata da sua mãe.

















Algumas horas haviam se passado e os policiais tinham acabado de me investigar para ter com eles o meu ponto de vista. Obviamente ele batia com os de Lisa e Jisoo, já que todas nós falamos a verdade.

— ok senhorita Kim, provavelmente os advogados vão dizer que seu caso foi por legítima defesa e nós também acreditamos nisso. Mas você e sua irmã vão ter que acabar pagando uma fiança por isso, acredito que tenham condições — o investigador falava enquanto anotava algo em seu caderninho.

— claro.

— acredito que agora tenha compromisso — falou o homem olhando para Jisoo que me esperava já arrumada.

— sim.

— ok, até mais Kim — apertou minha mão com cuidado e caminhou passando por Jisoo — meus pêsames — se curvou e voltou a caminhar.

— não vai se arrumar? — perguntou com a voz trêmula.

— claro — me aproximei dela segurando suas mãos.

— suas roupas então separadas em cima da maca. Se precisar de ajuda, me chame que estarei do lado de fora.

— não será preciso — forcei sorrir para tranquilizar o clima pesado.

— mais uma coisa, depois que o enterro acabar, já pode ir pra sua casa, você recebeu alta — forçou um sorriso também.

Levei minha mão até sua bochecha a acariciando devagar.

— vai ficar tudo bem — a puxei para perto a abraçando.

Seu rosto se escondeu em meu pescoço, e então fui capaz de ouvir seu choro alto. A apertei em meus braços para lhe confortar daquela dor que sentia. Beijei o topo de sua cabeça enquanto acariciava seus fios de cabelo.























O padre fazia sua oração diante ao caixão que ainda não estava enterrado. Todos, inclusive eu, estavam vestidos com roupas pretas que simbolizava a perda de um ente querido.

Jisoo estava ao meu lado, segurando minha mão com força. Fui capaz de aguentar aquela dor por ela. Nesse momento, sua dor era maior que a minha.

Ao seu lado estava Heechul, que chorava descontroladamente enquanto meu pai tentava o acalmar. A única pessoa que ele tinha agora era sua filha.

Então a canção que foi dedicada a mãe de Jisoo começou a ser cantada com vozes calmas e angelicais.

O coveiro se aproximava do caixão e o colocou dentro do túmulo. Logo pegando a pá e jogando terra para preencher o buraco feito ao chão.

Foi uma perda difícil para a família Kim, que agora parecia estar sem seus pilares. Minha família e eu faríamos tudo para ajudá-los e conforta-los. Sabíamos que iriam ficar bem apesar de tudo, iriam superar, mas jamais esquecer.

De uma coisa eu tenho certeza, finalmente estávamos livres, finalmente o pior estava passando e poderíamos agir por livre e espontânea verdade sem medo de alguém estar nos controlando.

















Master sent... (Jensoo - +18)Onde histórias criam vida. Descubra agora