Através da minha janela

Karma

P.O.V KAUANA

Era final de semana, então eu estava no meu trabalho, era uma merda ter que trabalhar, ainda mais numa barraquinha de sorvete num parque de diversões... Eu só queria ser de uma família podre de rica igual à Daniela, aquela safada ordinária.

Eu não tinha me apaixonado por ela por causa de dinheiro, não sou assim, e acredito que todo mundo que é pobre também gostaria de ser rico, então...

Eu me apaixonei pela Daniela, simplesmente porque ela é.. Bom, ela.. Não dá pra explicar.

Fui tirada de meus pensamentos com o Nilson brotando do nada e pulando quase em cima do carrinho.

- Sabe aonde vamos? -

Ele perguntou.

- Aonde? - Perguntei de volta.

- Outra vez? É sério?! - Minha chefe chegou, dando uma bronca em nós dois.
- Tô cansada de ver você aqui.-

Rapidinho. - Nilson respondeu.

- Não, porque estamos muito enroladas, ou pede ou vai embora. – Ela ordenou e se afastou.

- Por favor, uma casquinha, moça. –— Nilson falou me dando uma moeda.

- Ainda é um pão duro! - Ela 1 respondeu, bufando, nos observando de longe.

- Aquela ali não é a sua vizinha? - Nilson perguntou, olhando para Daniela que vinha em nossa direção.

Automaticamente me escondi atrás da barraquinha, não queria que ela me visse ali, que saco.

- Que interessante né? - Daniela - falou e se aproximou da barraquinha. Eu sei que está aí embaixo, bruxa.

- Eu tava pegando umas coisas. - Respondi, me levantando para encara-la.

- E a gente pode conversar, ou vai se esconder de novo? - Daniela perguntou

Ele é o Nilson, meu melhor amigo. - Disse, apontando para o Nilson

- Então, melhor amigo e futuro esposo. - Nilson completou, e a Daniela segurou riso.

- Então, o meu irmão vai abrir uma boate, e a festa de inauguração é essa noite, queria te convidar. - Ela disse, ignorando o que a gente tinha acabado de falar. - Em recompensa pelo wi-fi. – Falou e ficou encarando nós dois. - Seu nome vai estar na lista, e... Pode levar quem você quiser. - Terminou e deu as costas para nós, saindo do nosso campo de vista.

- Eu a imaginava mais alta, ou mais simpática, talvez, né? - Nilson disse.

- Você quer ir comigo à festa? - Ignorei o que ele tinha falado, e perguntei.

- Ué, você vai?! - Nilson pergunta, indignado.

Já era noite e eu já estava na festa com a Julia, sim, eu resolvi chamar ela também, sei que ela adora esse tipo de coisa.

- Menina, quanta gente linda, né não? - Ela disse, maravilhada com as pessoas ao seu redor. - Eu tô amando essa nova Kauana, que sai pra festinhas e cola com os famosinhosss. – Ela falou empolgada. - Eu nasci pra ser rica, mas alguma coisa deu errado..Você quer alguma coisa? Eu tô morrendo de sede.

- Quero, o bar é pra lá. - Disse apontando pra um canto da boate, e Julia saiu correndo na minha frente.

Vou pegar alguma coisa forte. – Ela gritou.

Eu estava para em um canto, observando tudo, e tentando ver se achava a Daniela no meio daquele povo todo, até que a vi conversando com uma pessoa, e logo em seguida ela digitou uma senha numa porta misteriosa e assim que ela entrou, a pessoa fechou a porta novamente.

O que era aquilo?

Curiosa como eu sou, fui até a porta, mas fui barrada por aquele ser que guardava a porta com a porcaria de senha.

- Área VIP. - A pessoa disse com uma cara debochada.

Que ódio.

Não posso entrar? Tenho uma amiga aí dentro e ela me falou pra entrar. - Disse.

- Você espera mesmo que eu acredite nisso? - Respondeu.

- Aí, a garota do wi-fi pô, abre pra ela aí. - Rafael diz, nos surpreendendo, surgindo do nada, atrás de nós.

- Senha incorreta. – Aquela merda de guardião da porta disse, não colaborando com a gente.

- Tenho que entrar. - Supliquei.

- É uma convidada especial. - Rafael disse.

- Se fosse especial, eu a conheceria, e eu não sei quem ela é, e nem você. – o guardião da área VIP disse, com a maior cara de nojo.

- Não? Você não me conhece? - Rafael disse, indignado com o que tava ouvindo.

Com licença. - Bernardo passou por nós, digitando a senha para entrar na sala. – É meu irmão caçula. – Ele disse para o guardião e depois olhou pra mim, me dando espaço para passar e entrar na área VIP. - Ele não entra. - Completou, fechando a porta atrás de nós.

- Bernardo, por favor! - Ouvi Rafael falar do outro lado.

Ao entrar na área VIP, logo de cara já vi sei lá quantas pessoas se pegando, aff, que merda é essa? Sai procurando pela Daniela, ela tinha entrado, mas não tava lá dentro.

Saí por uma porta que dava num beco, a porta bateu atrás de mim, e acho que não dava pra voltar por ali, então segui andando pelo beco, até achar Daniela parada, encostada na parede, fumando aquele maldito cigarro.

Tá se escondendo de mim? -Perguntei.

- Nem sabia que você tinha chegado. - Ela respondeu seca.

- Bom, parecia que tava fugindo. - Disse.

- Pra ter que fugir, eu teria que ter medo de você, não acha? - Ela disse.

- Você devia ter. - Disse, parando em sua frente.

- Ah é?! - Daniela disse, jogou o cigarro num canto e se aproximou de mim, me encurralando.

- Talvez. - Disse nervosa.

E eu tô em perigo?! - Ela perguntou.

Ah, que se dane, era minha vez de agir.

- Você tem tanta informação sobre mim, e ainda se surpreende. - Falei e fui empurrando ela com o meu dedo indicador, até ela cair sentada numa lata enorme que tinha lá naquele beco.

- O que tá fazendo bruxa? - Ela perguntou, me encarando, e ainda
sentada.

Eu já disse... Pra você não me chamar assim. - Falei e resolvi sentar em seu colo.

Comecei a beijar o pescoço dela lentamente, e aparentemente, ela tava gostando, tanto que tentou me beijar, porém, hoje eu que tô no comando, então eu recusei o beijo, o que a deixou com a maior cara de ponto de interrogação.

Peguei suas mãos e levei até a minha bunda, pra ela entender que era pra ficar ali, e voltei a minha atenção para o pescoço dela, beijando e mordiscando toda aquela área, e eu podia sentir suas mãos me apertando cada vez mais, até que eu decidi simplesmente parar tudo, assim como ela havia feito.

- O karma é uma vadia, Deusa Grega. - Disse, e me levantei de seu colo, saindo daquele beco e voltando para dento da boate.

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