Um guarda que estava vigiando o portão puxa um walkie-talkie e sussurra anunciando a chegada de 3 adolescentes e uma criança aparentemente ferida
Depois de que os portões são abertos os guardas pegam a criança e levam ela para o hospital e pegam o Kayo e levam ele de lá
- Por que levaram o garoto? - Samy questionou confusa
- Eu não sei
- Oxe
Um guarda chega perto deles e começa a os informar sobre como o local funcionava
- E onde a gente vai ficar? - Kauan perguntou
- Tem espécies de hotéis por aqui. Vocês podem ficar nos do governo, que são de graça, ou nos "hotéis" dos moradores que são pagos com vales
- Como a gente consegue os vales?
- Trabalhando. Os trabalhos de hoje foram todos pegos, só sobrou o de limpar o esgoto
Samy chega no ouvido do Kauan e sussurra
- Vamos limpar o esgoto?
- Não, a gente ainda tem milho, azeitona e pepino, quando a nossa comida acabar a gente trabalha
- Mas não é melhor pegar os vales? Elas são as moedas de troca daqui
- Samy, vamos nos alojar aqui, depois a gente vê isso
- Taaá
- O que vocês estão sussurrando aí? - O guarda perguntou
- Nada, senhor
- Então tá. Agora vocês vão ali naquela tenda pra fazermos a vistoria de vocês já que são novos
- Vistoria? - Samy perguntou
- Sim, vai lá logo
- Ok
Na tenda, tem duas caixas na frente do Kauan e da Samy enquanto 2 guardas estão vistoriando eles. Na caixa da esquerda eles colocam as armas, as munições, o mapa e a caneta, na outra, são postos as suas comidas
- Ok, tudo limpo - Um guarda afirma
Eles pegam a caixa da comida e deixam a outra lá
- O que vocês vão fazer com a nossa comida?? - Samy perguntou com agressividade
- Os suprimentos que entram aqui são todos armazenados e são da nossa propriedade até que vocês peguem os vales e consigam pegar comida - Um guarda respondeu
Samy da um passo a frente mas é impedida por Kauan segurando o seu ombro
- Pensa antes de agir, Samy
Samy olha pra ele e concorda com a cabeça
- Vou levar vocês até o lugar onde vocês poderão ficar enquanto estiverem aqui
Caminhando até o alojamento, podem ser vistas as ruas da cidade, estabelecimentos como se estivessem novos, diferente do que era visto fora de lá, vários hotéis e anúncios como "3 vales pela semana" e várias outras coisas
- Chegamos - O guarda anunciou
- Uma prisão?! - Samy perguntou surpreendida
- Sim, vocês vao ter que dividir cela com 3 outros por causa da superlotação do estabelecimento
- Ih rapaz - Kauan disse desapontado
- Que graça, além de termos que ficar nessa merda de prisão suja, vamos ter companheiros de quarto
- Não reclama, Samy...
Lá dentro só tem 4 camas, 2 beliches. Tem 3 mochilas, uma em cada cama.
- 4 camas? E agora? - Kauan perguntou
- Pode dormir na que sobrou, eu durmo no chão
- Oh...
- Agora vamos pegar vales trabalhando, quero ver se dar pra comprar um coldre
- Tá bom
Quando eles estão quase saindo e vão abrir a porta, ela é aberta por alguém de fora. E quem estão por trás dela são os mesmos que eles acharam nas ruas de São Paulo, o grandão e os outros dois adolescentes
- Oh se não são as duas criancinhas que achamos em São Paulo - O grandão disse
- Você? Você não tinha dito que era de um grupo que não gostava do governo de agora ou algo assim? Por que estão aqui? - Samy perguntou
- A gente tá em uma missão menina catatonica - A de cabelo loiro respondeu
- Numa missão?
- Larissa cala essa boca, ninguem pode saber que temos intenções aqui dentro - O grandão interrompeu
Samy olha com um olhar desconfiado. Ela bate a porta da cela e abre o jogo
- Me fala o que vocês vieram fazer aqui ou eu vou contar pros guardas que vocês não estão aqui por acaso
O grandão aponta a arma para a cabeça de Samy mas é interrompido
- Calma aí grandão - Diz Larissa abaixando a arma dele - Se você matar a garotinha aí, voce morre também
- Morre também? - Samy perguntou
- É, aqui não tem prisão ou coisa assim, se você infrigir as leis deles, vocês morrem
- Meu deus...
- É isso aí garotinha, vou esclarecer tudo logo. A gente veio tomar controle dessa área, pra livrar mais gente da desgraça do governo - O grandão disse
- E por que vocês querem fazer isso? As pessoas parecem felizes vivendo aqui
- O problema não é esse, aqui as pessoas morrem por regras sem sentido e muitas vezes as regras são distorcidas só para executarem os moradores como forma de lição para os outros. Isso sem contar o fato de que não escolhemos quem vai governar, culpa do desgraçado do presidente que colocou as ovelhinhas dele pra governar as áreas e cancelou a existência das eleições
Samy para um pouco pra pensar e se decide
- Eu quero ajudar vocês
- Samy? - Kauan perguntou surpreendido
- Ok então, quanto mais ajuda melhor - O grandão decidiu
- Como vocês pretendem fazer isso?
- Fomos avisados de uma festa que o governador daqui vai fazer na prefeitura. E que sim, foram os moradores que preparam tudo a troco de quase nada
- Sim...? E?
- E que a festa vai juntar todos os guardas menos os vigias. Quando todo mundo estiver lá curtindo e bebendo vamos jogar uma granada na sala principal. Todo mundo que estar dentro da prefeitura vai morrer. E quem vai cuidar dos vigias vai ser a Eduarda
- Oi, sou euzinha - A garota que estava quieta a conversa inteira falou
- Entendi, agora eu vou trabalhar porque eu preciso de vales
- Ei - Larissa interrompeu - Pode pegar um pouco dos meus, eu posso emprestar 10
- Ah, sério? Valeu
- Toma
- Eu vou sair e ver se encontro um coldre
- Tá
