Capítulo 2

40 4 3
                                    

MARCELA VIEIRA

Estou indo embora para a casa, consegui dinheiro, graças a Deus.

Quando minha mãe foi diagnosticada com câncer, minha vida ficou uma merda, uma verdadeira MERDA.

Quando meu pai morreu, minha mãe recebeu uma miséreria de pensão que não banca nem metade do tratamento. Por isso, tive virar garora de progama. Pois não tinha nenhuma formação, os empregos que consegui vaga o salário eram muito baixo.

As únicas pessoas que sabem que trabalho com isso são, minha mãe, que desaprova, Gabriel e Alicia, meus melhores amigos.

Quando atravesso a rua um carro enorme bate em mim me fazendo cair.

Uma pessoa sai do carro e vem até mim e se agacha ao meu lado.

- Moça? Tudo bem?

É um homem, levanto meu olhar até seu rosto e olho em seus lindos olhos verdes. EU NÃO ACREDITO. É o mesmo homem arrogante, que "atropelei" no supermercado.

Estou começando a acreditar no ditado, aqui se faz, aqui se paga.

Me lembro o quanto ele foi arrogante comigo e me levanto, ou melhor, tento me levantar.

Meu tornozelo direito falha, e começa a doer, eu perco o equilibrio, quase caindo no chão, mas acabo parando em dois ENORMES braços masculinos.

- Estou ótima, pode me soltar. - Minto, ele me olha, e sabe que estou mentindo.

- Eu vou levar você a um hospital.

- Eu não vou. - Tento sair do seu "abraço".

- Estou dizendo que vai, então você vai! - Ele grita comigo.

- Me solta, seu arrogante. Eu não vou. Se você reparou não tenho dinheiro para ir em hospital pago. E se for no SUS eu vou ser atendida só no próximo século. - Grito com ele.

- Eu vou pagar. Fui eu que atropelei você. - Ele fala.

Solto uma gargalhada.

- E ficar devendo pra você? Mas nem que todas as vacas do mundo tusam juntas. - Digo.

- Cansei de ser legal. - Ele diz, e me coloca em cima do seu ombro.

- Me solta, seu bastardo, desgraçado, corno. - Digo, socando as costas dele.

Ele abre a porta do passageiro e me coloca sentada no banco e bate a porta. Ele entra logo depois. Eu cogitei descer do carro, mas se o fizesse meu tornozelo ia terminar de me matar de dor.

- Vou ligar para meu amigo, que é médico e você não vai nem precisar preencer fixa. - Eu viro o rosto para a janela, não quero olhar para ele.

Ele liga e coloca no viva-voz, pois ouço toda a conversa.

- Julio? É o Rafael, tudo bem, cara?

- Fala Rafa, tudo bem sim. Precisa de algo?

- Preciso, sim. Você está de plantão?

- Estou. Você está machucado?

- Atropelei uma mulherzinha nervosa.

- Cala sua boca, seu desgraçado. - Digo, raivosa.

- Nervosa, mesmo. - Diz, o tal Julio. - Trás ela ai. Estou parado aqui.

- Eu já disse que não vou. - Grito.

- Mas eu estou dizendo que vai. Nem que eu tenha que amarrar você.

- Vabundo. - Falo alto.

- Uiiii - Diz Julio.

Um Amor AnormalOnde histórias criam vida. Descubra agora