capítulo único.

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Fisicamente, não havia nada de errado com Taehyung. Todos os dias, ele acordava feliz e de ótimo humor, tomava seu café da manhã tranquilamente e mandava uma mensagem de bom dia para seu namorado de longa data, Jeongguk. Ele costumava treinar três vezes por semana e sabia que conseguia fazer cem agachamentos e correr um quilômetro em quinze minutos.

Mentalmente, ele era inteligente, apesar do estigma de que alguém como ele não poderia ser bonito e intelectual ao mesmo tempo. Ele até mesmo foi presidente do clube de matemática durante o ensino médio.

Psicologicamente, tudo também estava em ordem, exceto por sua pequena fobia por coisas que eram consideradas um tanto... grandes.

Jeon Jeongguk era praticamente o cara perfeito aos seus olhos. Financeiramente estável, alto, bonito, engraçado e inteligente. Taehyung conseguia se lembrar do dia em que se conheceram como se fosse ontem, e não há exatos sete meses.

Como o maníaco que era, Taehyung gostava de livros e amava café ainda mais. Por isso, decidiu procurar uma livraria para tomar conta em meio período e trabalhar em um café pelo resto do dia. Em outras palavras, era uma pessoa ocupada.

A primeira vez em que viu Jeongguk foi quando este entrou na pequena livraria procurando um presente para dar à sobrinha. E Taehyung, maravilhado com o homem de rara beleza, o ajudou a encontrar livros ilustrados e de fácil leitura. Ao finalizar a compra, Jeon perguntou seu nome e, como o baixinho não viu nenhum anel de compromisso em seu dedo, não achou problema em dizê-lo.

Depois daquele dia, Jeongguk não voltou a aparecer mais, e embora Taehyung tivesse ficado desapontado com o homem, não tinha qualquer esperança, então seguiu com a sua vida.

Todavia, algumas semanas depois, enquanto administrava a pequena cafeteria onde trabalhava, o bendito homem da livraria apareceu lá e pareceu surpreso ao encontrar Taehyung como regente do estabelecimento.

— Taehyung? — chamou curioso.

Pequenos fogos de artifício imaginários explodiram no interior do baixinho ao se virar para olhar quem o havia chamado, sorrindo ao ver que se tratava de Jeongguk e feliz pelo fato de o grandalhão ter se lembrado de seu nome.

— Ah, oi! Eu me lembro de você... Jeongguk, certo? — perguntou, tentando soar o mais indiferente possível.

— Isso mesmo.

Depois de servir ao homem uma dose dupla de café expresso, começou a se preparar mentalmente para outra decepção "amorosa" vinda dele, que só havia visto duas vezes, mas que já tinha se apaixonado.

Quando estava pronto para se afastar da mesa e atender outras pessoas, foi puxado pelo braço por Jeongguk, que o virou para encará-lo. Como havia uma boa movimentação dentro do café que ficava bem localizado em um bairro popular de Hannam-dong, Jeon o trouxe para mais perto, direcionando a voz num tom em que apenas os dois pudessem ouvir.

— Taehyung?

— Sim? — perguntou no mesmo tom, tentando não sorrir em sua direção.

— Isso pode parecer um pouco estranho, porque a gente só se viu duas vezes, mas será que você poderia me dar seu número?

— Número do café? Para contato comercial? — fez-se de difícil.

— Não exatamente, eu quero o número do seu telef-

Antes que pudesse terminar a sentença, Taehyung alcançou do bolso do avental um cartãozinho e uma caneta, onde rabiscou por breves segundos antes de entregá-lo a Jeongguk.

— Circulei o número da loja e, atrás, tem um contato para o qual você pode ligar quando precisar de algo após o horário comercial. Em outras palavras, meu número — disse, arrancando um sorriso de Jeongguk, que quase teve de morder os lábios para se conter diante das palavras proferidas de forma pretensiosa.

Big (taekook)Onde histórias criam vida. Descubra agora