1.2 - NC. With our faces.

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18/05/2020

19:18pm

Não conseguia entender como tínhamos parado naquela situação, em minha cama, comigo abaixo do físico tão forte de Suppasit e parecendo ser tão pequeno ali – embora centímetros maior que ele. Aquela diferença entre nossos portes era... Excitante, para mim, é claro. Mas, por alguma razão, para ele também parecia ser porque, bem... Eu estava sentindo, sentindo muito bem. Não tinha como aquilo passar despercebido até porque... Era pressionado em mim, esfregado em mim.

O corpo acima do meu se movimentava, com toda certeza ele já esteve em uma situação como essa antes. Eu não. Quer dizer, não sendo a pessoa por baixo... Ele roçava aquilo contra mim e eu apertava o corpo másculo com os dedos, pressionava-o para mim e... Eu gemi. Quando aquele som chegou aos ouvidos de Mew, ele me olhou. Tanta luxúria continha em seus olhos, parecia que iria me devorar a qualquer instante e fez isso. Beijou-me na boca com tanto anseio, parecia ter fome de mim.

Tudo aquilo estava sendo tão gostoso que sequer parecia real, mas era. Parecia ser. Até eu ser desperto da lembrança que deveria ser prazerosa, mas que carregava uma dor que levaria comigo por anos, anos...

19:23pm

Ele me encarava após me tirar daquele transe desgraçado, doloroso; a realidade estava bem em minha frente, olhando fixamente em meus olhos. E ele trazia em seu olhar algo que eu não saberia como descrever de tão... Assustador. Eu o temia, segurava-me para não desabar em meus pés.

Por que eu era tão sensível quando se tratava dele?

— Sério, Gulf... Por que você disse aquilo?

Fechei os olhos e engoli em seco, e lá vinha mais uma discussão...

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18/05/2020

11h16am

— Às vezes, no começo... A primeira cena NC. Talvez... O que eu sonhei?

Os movimentos do martelo de brinquedo de Supassit aumentavam enquanto eu falava, porém, consegui me manter pensativo, tentando, ou fingindo tentar, recordar o sonho nada inocente — do contrário da imagem que criaram sobre mim, com essa personalidade inventada — que tive com ele, logo no início das gravações. 

A pergunta? "Com qual cena NC Gulf sonhou com P'Mew?", eu lembrava de cada detalhe. Ah, como lembrava...

— Eu sei que tinha a cara desse Nong. 

Nessa entrevista, nossos papéis estavam invertidos. Eu, phi. Ele, nong. Era estranho, sabia que iria falhar várias vezes em o tratar como mais novo. Mas isso não era o que mais estava preocupando-me...

— E o que eu fazia nessa cena?

— Não era uma cena da série.

Desviei.

— Era uma cena fora da série? Por que você é tão sem filtro?

Dessa vez, o martelo bateu contra mim. Não era a primeira vez e nem foi a última durante a entrevista, mas essa em específico... Eu sabia que não era um bom sinal.

— Sem filtro? Eu só sonhei com esse Nong e foi isso.

Foi isso... Foi mais que isso. Ah, Mew... Se você soubesse de cada pedacinho desse sonho, talvez você se sentisse enojado de mim.

Com a pergunta respondida, pensei que o assunto estaria encerrado. Belo engano meu...

— Os meus sonhos foram sobre trabalho e entrevistas, esse tipo de coisa.

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18/05/2020

19h25pm

— Só respondi a pergunta que fizeram, phi. O que tem de mais?

Realmente não entendia, não tem como termos controle dos sonhos. Mas, caso fosse possível... Faria com que todos os dias ele fosse o dono dos meus melhores sonhos, dos mais dóceis aos mais eróticos. Que pecado...

— É normal. Ainda mais quando se trata de um colega que você beija praticamente todos os dias e sente o mesmo tesão do personagem para passar verdade nas cenas. Eu não pedi pra sonhar isso com você, phi Mew.

Pediria se pudesse, todavia, ele não fazia ideia disso, eu achava... 

Seu olhar assustador seguia inabalável, ainda mais agora. O que eu tinha dito de errado?

— "Sente o mesmo tesão do personagem"?

Ah...

— O que eu quis... Quis dizer... Mew...

Não consegui formular a frase corretamente, minha respiração acelerava ao passo que via Mew se aproximar vagarosamente de mim. Eu sequer conseguia recuar, o olhar seguia fixo em mim, ainda assustava, mas parecia carregar algo diferente agora...

— Kanawut...

Sua voz era rouquinha, tão baixa que parecia querer me contar algum segredo. Sentia-me tão nervoso e ele estava cada vez mais perto, acomodando sua mão em meu rosto enquanto eu apenas consegui fechar os olhos, aproveitando do deslize áspero de seu polegar em minha bochecha.

Seu rosto estava tão pertinho, não me contive na vontade de inclinar minha cabeça  em sua direção, meus lábios se partindo para ir de encontro aos dele...

— Era só isso que eu precisava saber.

Ríspido, sem um mero roçar de nossas bocas, o baque veio em seguida. Um vazio.

Eu havia sido deixado sozinho naquela sala. Perdido em meus pensamentos, nas minhas confusões. 

Mew saiu batendo a porta e eu quis gritar. Eu tinha me entregado tão fácil ao teste dele.

Que inferno.

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⏰ Última atualização: Aug 15, 2023 ⏰

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