Uma noite de março, durante uma queda de energia elétrica, uma cidadezinha se encontrava em completa escuridão, se não fosse uma bela lua cheia no céu refletindo sua luz no asfalto e nas construções molhadas pela chuva. Uma noite não tão incomum na selva de concreto, agora que quase todos já dormiam pacificamente durante o período sombrio que era clareado pelo astro pálido.
Espere o que é isso? Uma pequena construção... Uma humilde família está a dormir, enquanto uma criança mantém os olhos fortemente fechados esperando o sono chegar, alguém deixou a janela aberta e o vento frio da noite invade o quarto escuro, seria uma voz que invadiu com a baforada gélida e disse "Abra os olhos".
A criança força mais os olhos tentando afastar de sua mente todos os ruídos, até que um coiote uiva distante em uma área verde próxima ao bioma cinza que agora estava pintado de preto assim como o resto do mundo sem contar as luzes de néon que brilhavam em alguns cantos, nas cidades que não estavam apagadas pelo blackout. O coiote uiva novamente e uma voz vem de seu uivado "Abra os olhos" por que a janela ficou aberta? Os choros da noite invadem o quarto junto de um ar pesado e congelante á pele, não só à pele à alma.
Uma presença espreita, e desliza pelas cortinas que balançam feito uma bandeira em um mastro, e um ruído se move no armário, algo se escondeu! Algo foge a luz do luar!
— Abra os olhos — Uma sussurro lento e frio e deixado no ouvido da criança.
A mesma finalmente abre os olhos, para não ver nada mais além de um breu completo e um silêncio atormentador; a única irregularidade é um quadrado esbranquiçado; a janela que envia a luz do astro branco para o cômodo.
— Se levante — O sussurro faz um segundo pedido, mas aquilo não seria um pedido? Seria uma ordem exprimida na frágil mente de uma criança que apenas queria ir para a terra dos sonhos.
A criança empurra os lençóis se sentando na cama e olhando aos arredores. Nada além de escuro e uma janela aberta, as pupilas totalmente dilatadas capitavam apenas contornos de móveis no escuro, móveis que a criança já sabia que estavam em seu quarto mas nada parecia fora do normal.
— Se levante — Repete a misteriosa voz que se esgueirava no quarto, vindo sempre de uma direção diferente.
A criança coloca seus delicados pés nus no chão frio, e se levanta um tanto cauteloso.
— Quem está aí? — Pergunta a criança de pé no vazio era um menino com uma voz frágil, mas não parecia nada assustado. Resposta alguma vem, mas um vento frio invade o quarto novamente.
— Vá até a janela — É feito o terceiro pedido, a voz parecia preencher o quarto de uma forma estranha. E preenchia os ouvidos do pequeno menino ainda mais.
Os passos interrompem o silêncio, ao todo são quatro passos curtos que o menino executa para chegar até a janela. A lua estava esplêndida, e sua luz banha o jovem menino. A luz clareia o e revela tua aparência, menino com uma aparência frágil. Pálido com bochechas rosadas, uma criança magrinha, com cabelos marrons e pouco mais que um metro de altura, a brisa fria da noite acariciava seus cabelos enquanto ele ficava de pé na janela como pedido.
— Agora... Pule — Seria o quarto o último pedido da voz misteriosa?
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Não tenha medo do escuro
Mystery / ThrillerO escuro está em toda parte, o canto vazio. Onde seus olhos se tornam inúteis, mas a eternidade real; pois a luz e esvai, mas a escuridão é eterna. Mas será que o escuro é mesmo vazio? Não... coisas se esgueiram por aí, coisas estão ocultas na ausên...