feelings - shoto todoroki

again

em meio a multidão onde todos os olhos eram curiosos, tudo se via, tudo observavam, a forma como andava, como falava até mesmo observavam o fundo de sua alma. pessoas com copos gigantes em suas mãos e bebidas inundando suas cabeças cheias de drogas e ilícitos. 

pessoas que caiam, tropeçavam, esbarravam. o cheiro forte de bebida e perfumes misturados, às drogas, cigarros e eletrônicos usados era quase insuportável. 

mas não tão insuportável quanto a vista que fez seu coração dar uma leve pontada. não era novidade, shoto todoroki era um homem atraente, era bonito, ele era charmoso e o melhor de tudo: popular. mas não popular por motivos idiotas como garotas ou por ser um universitário rebelde. mas popular pelas suas habilidades incríveis sendo estudante. notas boas, exemplo curricular, presidente do grêmio estudantil. ele era grande. seu currículo era extenso. 

ver shoto sendo gentil era algo comum, sua natureza gentil e sua prestatividade traziam uma bom senso de liderança e ajudava sempre em diálogos necessários. tão gentil. parecia gentil quando seu sorriso estava tão perto de um outro, parecia gentil quando a segurava tão bem em seus braços como uma boneca. 

era dilacerante, no entanto era mais doloroso sentir as leves sensações de tristeza invadindo todo o seu corpo, estômago e seja lá quais lugares elas costumam adentrar. tudo que restou foi uma sensação horrível que predominava sua boca do estômago, novamente estava passando pela desilusão. shoto todoroki à fazia experimentar as mais diversas sensações, sendo ela a mais predominante: decepção. 

se ele jurava amor, por quê ele sempre arrumava alguém melhor? 
se ele afirmava que gostava de si, por quê sempre havia alguém melhor? 

era angustiante a vista, mas não tão dolorosa quanto o aperto no peito que sentia agora. os pés agora sem controle, a única vontade era de correr. sair. andar o mais rápido que pudesse. 

e ela fez, mas não antes de perceber seus olhos tão brilhantes e insuportavelmente lindos lhe olhando, lhe fitando e sorrindo. como ele sempre fazia. ele sempre sorria, sempre. 

se locomover de dentro do pub parecia impossível, desde que aquele sorriso cínico estava direcionado para si. engolindo seco, caminhando, acenando e com aquela rotineira vontade de querer morrer. se enfiar num buraco agora não parecia uma má idéia, sumir por dois ou três meses talvez. ou apenas se jogar dentro do carro de um amigo parecia bom o suficiente. 

dentro do carro de bakugou no banco de trás. era lá que a sensação de falta de ar e aperto no peito fazia sua cabeça latejar. não havia noção de quantas vezes tinha passado por essa mesma sensação, a mesma sensação de acalmar-se sozinha e respirar. parecia quase impossível se focar em alguma sensação que não fosse a imensa vontade de chorar. shoto todoroki era horrível, em todos os sentidos românticos. 

dentro do carro no barulho abafado, a tristeza não só se fazia presente mas doía cada pedaço de si, as lágrimas que torceu para que não caíssem realmente não vieram, e mentalmente agradeceu a qualquer Deus que pudesse estar lhe prestando apoio emocional agora, mas a dor ainda era insuportável, tal qual sempre fora. shoto todoroki causava-lhe muitas sensações, a dor era uma delas. 

o sentimento de queimação em seu corpo e sua cabeça latejando era tenebroso, fechava os olhos com calma. sentiu seu peito acelerar, era solitário mas tinha que estabilizar sua respiração sozinha ou tentar até que não sobrasse nada além do silêncio. 

a exaustão, a tristeza, a angústia, tudo isso misturado, por dentro tão cheia de dores e cansaço emocional. superficialmente tudo parecia bem, embora por dentro o misto de sensações lhe tirasse a paz. 

não entendia o porquê disso acontecer consigo, nunca havia feito algo parecido com alguém, então por quê? por que todoroki sempre a fazia experimentar essa sensação dolorosa? será que em outra vida ela era adúltera? havia causado algum mal à alguém? não havia explicação pra isso. não havia explicação para que mesmo que se repetisse milhões de vezes, a única coisa que seu cérebro gritava era pra ficar. shoto mexia muito com suas emoções, assim como a dependência.