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havia alguns dias desde que a conversa com o todoroki tinha acontecido, alguns dias do desabafo mais sincero que havia feito para o bicolor. um desabafo que havia se encerrado com um "quê" de brigas e desavenças, mas ainda sim um desabafo. 

as idas à faculdade haviam se tornado bem monótonas desde que havia perdido um pouco da simplicidade que tinha lhe chamado atenção no campus, todoroki ainda sim era um fator, mesmo sendo babaca as vezes – na maioria. 

era comum vê-lo andando pelo corredor pois o mesmo era sempre muito chamado, alunos de diversas áreas pediam conselho pro veterano, a calourada sempre havia perguntas para fazer ao mais velho. 

ver shoto ainda causava uma nuvem de desconforto e mágoa, todos os sentimentos que ele havia lhe causado eram até demais para suportar ou bloquear em pouco tempo. todos os sentimentos mais singelos haviam sido direcionados a shoto, mesmo quando ele não merecia nenhum. mesmo quando ele a fez ficar dependente, todos os sentimentos mais sinceros, dos bons ou ruins, eram direcionados ao bicolor. 

pensamentos esses que compartilhava quase sempre com bakugou — e agora sua namorada, que agora fazia parte da sua roda de amigos. quase todos os fins de semana bakugou lhe fazia uma visita e colocava o papo em dia, assuntos esses mais conhecidos popularmente como: fofocas. 

— é sério, você precisa continuar indo pra lá. vai ser bom, eu faço e é bem bom. - o loiro deu de ombros enquanto mexia uma panela com molho. 

essa noite os três jantariam macarrão ao molho, feito especialmente por bakugou e uma ajuda mínima de duas mulheres, essas que ele insistia em chamar de encostadas. 

— é patético, eu sou patética katsuki. é tão patético pensar que 'tô fazendo terapia pra superar um caso que nunca teve definição alguma, é pior do que fazer terapia por um namoro. - disse a garota se lamentando. 

— você não 'tá fazendo terapia por um caso não definido, você 'tá fazendo terapia por causa da dependência emocional. - bakugou disse tentando melhorar a situação. 

— nossa como isso muda minha perspectiva de algo ruim. - disse a garota sarcástica. 

— se não melhorou você que se foda, oxe. - disse o loiro em claro tom de irritação, fazendo as duas rirem. 

— o que o katsuki quer dizer é que você não tá se tratando por causa do shoto, sabe? você tá se tratando por conta de todos os motivos que te fizeram ter dependência emocional por ele, traumas de infância e medos, 'saca? - a namorada de bakugou disse de pronunciando pela primeira vez na noite. 

— eu sei. - disse suspirando. — é complicado, o shoto ainda mexe muito com a minha cabeça. - disse derrotada. 

— você voltaria com ele agora se ele te pedisse?- bakugou perguntou aflito. 

— não faço idéia kats, eu não faço a mínima idéia. - suspira. — tenho quase certeza de que ele me convenceria. 

e com essa frase, o diálogo terminou. ficou no ar com o clima. bakugou não sabia dizer se sentia decepcionado, triste ou com qualquer sentimento de pena ou empatia. era difícil para si ver a sua amiga mais próxima com dificuldades como essa, vê-la era sempre uma surpresa, mas não pensou que um dia se surpreenderia tão negativamente com tudo que acontecera consigo. 

para ele não era fácil ouvir tudo isso sem ficar ressentido consigo mesmo, bakugou não fazia idéia que o relacionamento — ou seja lá que porcaria era essa relação que eles tinham — era assim, ele não fazia idéia até ela lhe contar há algumas semanas atrás. bakugou se culpou nas duas semanas em que esteve ouvindo tudo isso, se culpou pois não havia percebido, se culpou pois não havia nem sequer notado. 

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⏰ Última atualização: Feb 26, 2023 ⏰

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feelings - shoto todorokiOnde histórias criam vida. Descubra agora