024 • pov

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Point of view
Sina Deinert

Minhas mãos tremiam só de ver a prova de matemática, havia passado a noite toda conversando com Noah e me esqueci que teria prova.

A agonia e ânsia de choro me dominava. Cada número e letra era como uma fisgada em meu peito, eu não sabia nada.

— Deinert, está bem? — Meu professor pergunta.

— Não estou me sentido bem, posso ir pra secretaria? — Ele assente.

Me sinto bem por um segundo, eu não estava me sentindo mal, a não ser pelo meu quase surto por não ter estudado.

Fui ao banheiro ligeiramente e baguncei meus cabelos um pouco, peguei minha sombra acinzentada e passei em minhas olheiras, respinguei água na minha testa e sai do banheiro.

Agora sim, pareço doente, só preciso de uma boa encenação para a coordenação.

Bato na porta e adentro.

— Você está bem? — É a primeira coisa que a diretora diz ao me ver.

— Não me sinto bem. — Enfraqueço a voz.

— O que sente? Sente-se. — Ela questiona.

— Cansaço, dor de cabeça e enjoou.

— Se alimentou direito? Dormiu mal? Não se preveniu na última relação?

— Acho que é só um mal estar. — Virou entrevista de emprego velha?

— Ah sim, quer ir embora ou consegue ficar?

— Quero ir para casa.

— Tudo bem, diga sua turma e seu nome, vou assinar que estará saindo mais cedo.

— Sina Maria Deinert, 3ºB

— A sua turma está em prova agora, não está?

— Está sim.

— Precisará de um atestado se quiser refaze-lá. — Ela diz com seriedade e me entrega um papel de permissão para sair.

Ando até o portão e mostro o papel ao segurança, saio da escola e sigo por um rumo sem destino.

Agora tenho duas opções.
Chorar por não conseguir um atestado,
Ou,
Chorar por zerar uma das provas mais importantes do semestre.

Meus passos me levam até a praça local, o lugar perfeito para se ter um surto.

Sento-me ao gramado, me apoio na árvore, coloco minhas coisas no chão e cruzo os braços na perna.

Eu não sabia o que fazer em tal situação, como contar aos meus pais que havia perdido a prova do semestre por que passara a noite conversando com um garoto. ELES VÃO ME MATAR.

O arrependimento e a culpa vem átona.

Lágrimas escorrem e vejo meu futuro indo pro ralo, abaixo a cabeça e me perco em minha mente.

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