C H A P T E R IV

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Luana Francis

As aulas terminam, e eu vou até meu armário levar os materiais que eu tinha deixado lá. Levo também meu sobretudo o colocando. O inverno está bem severo, apesar de ainda ser Agosto. Dou uma olhada no meu cabelo, no espelho acoplado à porta do meu armário e sorrio, o meu penteado ainda está intacto.

Levo o papel que preparei para a entrevista de emprego, com algumas coisas que achei relevantes.

Respiro fundo, tenho que conseguir essa vaga de emprego. Caminho em passos largos até a saída da escola, subindo o ónibus escolar dos bolsistas. Me aproximo do motorista, que mais parece um mordomo para pedir que ele me deixe no centro da cidade.

Ele concorda e me manda sentar perto da porta. Depois de alguns minutos de viagem chegamos ao centro da cidade e eu desço bem perto da Times Square, pelo endereço, estou perto.

Não preciso apanhar outro ónibus, continuo caminhando pelo centro da cidade até encontrar o edifício da loja de roupa de grife, Blossom. Entro na loja e admiro o local.

É enorme, e já entendo porque tem tantas exigências para os candidatos a vaga de emprego, eu estou me candidatando a vaga de emprego de meio período. Uma atendente sorridente vem em minha direcção.

— Boa tarde senhorita, em que podemos ajudá-la? — ela diz com um sorriso falso e forçado quase rasgando os cantos da boca.

— Hm, boa tarde! Vim para a vaga de emprego. — ela automaticamente muda a expressão e me olha de cima a baixo.

— Tem certeza? — ela diz, deve ser pelo uniforme. A maior parte das garotas da West School vêem aqui estourar o limite de seus cartões de crédito, eu pelo contrário, não tenho condições para tal.

— Sim! — respondo.

— Me acompanhe então. — sua expressão está completamente mudada, agora me olha com desprezo.

Caminhámos até uma sala, que tem escrito em maiúsculas prateadas numa placa dourada Manager.

Entro na sala e vejo uma mulher mexendo em vários papéis. Ela é branca de cabelo preto e liso, tem óculos de grau e quando ela ergue o olhar para a porta posso ver que seus olhos são âmbar.

— Senhora, mais uma para a vaga de emprego. — a atendente diz e sai da sala.

Encaro a mulher sem saber o que fazer até que ela aponta com a mão para a cadeira a sua frente. Engulo em seco e me sento na sua frente.

— Boa tarde, seu nome! — ela diz firme e com os olhos no computador agora.

— Luana, Luana Francis. — digo coçando os braços como sempre faço quando estou ansiosa.

Ela digita em seu computador, se calhar está procurando meu currículo e meu cadastro para a entrevista de emprego.

— Trabalho à meio período, não é isso? — ela diz olhando para mim e eu consinto.  — Aqui diz que você não tem experiência em trabalhar em uma loja com a Blossom.

— Sim, eu li que os candidatos terão um mês de capacitação remunerado, e eu estou disposta, a dar o meu melhor nesse mês. Eu aprendo rápido. — digo trémula.

— Você estuda na West School, a escola é conhecida pelo seu excesso de carga de estudo, você conseguirá conciliar? — ela me pergunta já olhando para mim.

— Sim, senhora! — confirmo segura das minhas palavras.

— Você vive bastante longe daqui, Luana. Não terão atrasos da sua parte? —  a mulher continua a me pressionar.

— Não senhora, eu venho para aqui, logo que as minhas aulas acabarem, o ónibus dos bolsistas me deixa na Times Square e eu venho caminhando o resto do caminho até aqui.

Ela continua me analisando e analisando o meu currículo no computador. Até que ela sorri, um sorriso quase imperceptível. 

— Entraremos em contacto com você até amanhã. Boa sorte! — ela diz, eh sorrio e saio da sala.

Caminho até a paragem de ónibus o subo o que vai até Brooklyn.  Desço na minha paragem andando até minha casa.

Abro a porta encontrando meu pau assistindo o noticiário.

— Por quê demorou tanto filha? — meu pai diz um pouco mais trémulo, quando está frio ele passa muito mal, seus músculos não aguentam.

— Saímos mais tarde agora pai, então o senhor terá que se habituar a esse horário. — minto, ainda não tenho coragem de falar para ele do emprego.

— Está bem! — meu pai diz apenas.

— Vou cozinhar algo, bem rapidinho. — sorrio e caminho até meu quarto tirando meu uniforme e deixando no cesto de roupa suja. Levo a toalha e vou ao banheiro tomar um banho quente. Relaxo meus músculos e aproveito para lavar o meu cabelo, que está entupido de gel de toda essa semana. Acho que farei umas tranças para poupar o meu cabelo.

Saio do banho, vestindo uma calça moletom e um cropped. Vou até a cozinha e preparo Mac n' Cheese para mim e para o meu pai. Sirvo a ele e comemos juntos na sala vendo um filme da Bollywood, rindo do exagero de efeitos especiais.

Depois de lavar a loiça e ter certeza que meu pai tomou os últimos medicamentos e que está dormindo, levo meu uniforme e algumas roupas e ponho na máquina de lavar.

Enquanto espero, recebo uma notificação do WhatsApp.

Número desconhecido: Hey Luana. Aqui meu endereço. York Heights, 40th Avenue,  34567.
Matthew Thompson.  :)... salva aí. 

Eu: Hey. Obrigada e já salvei.

Matthew Thompson: Valeu, Lua. Te vejo amanhã. ;)

Eu: Claro. :').

Desligo a tela tirando o uniforme e as roupas, e coloco na máquina de secar. Depois de alguns minutos estão tudo limpo e seco. Deixo no cesto, para organizar amanhã.

Vou até meu quarto, pensando na entrevista de hoje. Espero que ponderem e que me dêem essa vaga de emprego. Eu farei tudo que estiver no meu alcance para ver meu pai bem e feliz.

Não vou medir esforços para tê-lo sempre ao meu lado, ele é tudo que tenho. Tudo que Deus deixou para mim, então tenho que cuidar dele.

— Se você estivesse aqui Bela, eu ia te falar desse rapaz que passa a vida implicando comigo na escola. Essa escola está dando cabo de mim, o ensino é ótimo. As pessoas nem tanto, tirando a Indie e o Matthew. Bem, eu conheci o Matthew hoje, ele me parece gente boa, apesar de passar um ar de mau, por causa das tatuagens e seus cabelo preto. Você sempre me disse para não julgar o livro pela capa. — falo olhando para cima do beliche como se ela estivesse realmente ali. — Sinto sua falta, mana. De todos vocês. Espero que estejam olhando por mim e pelo papai. — algumas lágrimas rolam dos meus olhos. — Não posso falar com vocês que já começo a chorar. — sorrio. — Bem, boa noite.

Cubro o edredão e apago a luz do abajur.

A Culpa Do Amor  [ Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora