Capítulo 11

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POV Carolyna

Continuei assinando e lendo os contratos que eram colocados na minha frente enquanto o Austin permanecia calado, apenas me observando e provavelmente me julgando de todas as maneiras possíveis dentro daquela mente perversa dele.

- Consigo ouvir sua cabeça trabalhando e mais um pouco sairá fumaça pelas suas orelhas. - comentei sem desviar os olhos dos papeis e ouvi meu amigo respirar fundo. - Anda, diga o que quer me dizer.

- Carol... - começou de maneira cautelosa e eu sabia que algo bom não sairia da boca dele. - Você sabe que eu te amo e que me preocupo com você. - afirmei com a cabeça ainda sem olhá-lo. - e por isso me sinto na obrigação de lhe aconselhar.

- Por que eu tenho uma leve impressão de que não irei gostar do que você tem para me dizer?

- Porque eu nunca me meto na sua vida. - disse e eu olhei-o descrente. - Ok, eu sempre me meto, mas agora é por pura preocupação. Carol, você é minha melhor amiga desde o colégio e você nunca se importou com a opinião alheia. - respirei fundo e decidi deixar os papéis de lado apenas para ouvi-lo. - Mas você também nunca fez algo tão imoral quanto trair alguém. - ele disse me encarando.

- Couto...

- Não, Anna Carolyna, me ouça! - pediu gentilmente e eu concordei. - Você sempre foi a mais sensata entre a Malu e eu, no nosso trio era sempre você que usava a cabeça e não nos deixava fazer tantas merdas. - Agora, me explique por que você agiu feito uma adolescente inconsequente e que não quer enfrentar as consequências?

- Couto, eu não sei - falei irritada escondendo o rosto entre as mãos. -Eu estou tão confusa, meu casamento chegou em um ponto que eu nunca pensei que chegaria e eu não sei o que fazer! Estou indo contra todos os meus princípios continuando com isso, essa não sou eu, mas também não sei como reagir.

- Eu sei, meu bem, eu sei. - ele deu a volta na mesa e me abraçou com carinho.

- Em duas semanas eu volto para Nova York definitivamente, está tudo tão bagunçado. - confessei engolindo o nó que se formava na minha garganta. -Eu adoro aquele lugar, aquelas pessoas, nunca pensei que isso aconteceria e...- Respirei fundo.

-... ainda tem ela...

- Você não disse que foi apenas uma vez?

- Eu sei o que eu disse. - revirei os olhos e meu amigo se afastou para sentar-se novamente - mas quando eu estou com ela, me sinto tão bem sabe...

- Você está apaixonada?

- Meu Deus, Nicholas, não! - neguei com a cabeça e arfei. - Pelo menos não ainda e honestamente, tenho medo de que isso possa acontecer muito rapidamente.

- Carol, olha pra mim. - fiz o que ele havia pedido de maneira cautelosa. - Ninguém nunca gostou do João, ele sempre foi um escroto egocêntrico que exibia você como um troféu e nem você era apaixonada por ele, mas se casou mesmo assim. Agora, você está tendo a oportunidade de vivenciar uma paixão repentina e isso abala as suas estruturas tão bem construídas ao longo dos anos, por isso você não sabe o que fazer.

- Eu odeio você por me conhecer tão bem. - murmurei mordendo os lábios e Couto sorriu.

- Eu não vou te dizer para acabar com o seu casamento e ir morar com a ruiva fabulosa. - falou. - Você não tem mais dezoito anos e isso não é um filme adolescente lésbico romântico. Quero que você se pergunte se vale realmente a pena continuar nesse casamento e....

- Não vale. - respondi sem pensar duas vezes, sentindo o peso das palavras do Couto. - Não vale mais...

- Então por que continua?

Red Line - CapriOnde histórias criam vida. Descubra agora