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Minha mãe realmente não demorou e me trouxe um cobertor de verdade, o dia foi lento e chato, tudo bem que passar o dia lendo e ouvindo música é o que eu faço sempre, mas parece que ser mil vezes mais legal quando faço isso em minha casa e na minha cama.

- Mãe você pode ir jantar na lanchonete, não precisa comer essa comida horrível aqui comigo._ tento convencer minha mãe , olhando para uma comida nada atrativa a minha frente.
- A comida não é horrível, ela apenas não está pingando gordura ou cheia de corantes, agora coma a sua comida calada._ ela está sem paciência desde que trouxeram o meu jantar e por outa coincidência eu não parei de reclamar desde esse momento também.
- Ok, eu só achei que como você tem opção, talvez você quisesse comer algo descente.
- Coma Atena._ depois de receber um olhar atravessado acho melhor comer mesmo.
...

Estou me revirando nessa cama desconfortável há meia hora, para dormir em uma coisa dessas é preciso mesmo estar dopada.
- Mãe?_ sussurro mas não tenho resposta.- mãe? Está dormindo?._ novamente sem respostas.
É, parece que a cama dela é mais confortável, ela apagou. Bem, acho que não faz mal dar uma volta pelos corredores até que o sono venha né?.
Levanto e tento sair da bendita cama sem fazer barulho e falho miseravelmente quando a cama estrala fazendo um barulho alto, olho para minha mãe e graças a deus ela continua dormindo, acho que ela não concordaria com meu passeio noturno pelo hospital.

30 minutos depois...
Eu definitivamente estou perdida, é a terceira vez que passo por esse corredor e isso me traz a triste certeza de que realmente estou perdida. Droga, porque os corredores aqui tem que ser todos iguais?! Meu passeio secreto não será mais tão secreto assim agora que tenho que pedir ajuda para voltar para o meu quarto, antes que minha mãe acorde entre em pânico, ou eu posso tentar me encontrar sozinha só mais uma vez, aqui vou eu.
Minutos depois...
Tá bem eu me rendo, penso ao passar pelo leito 36 pela quinta vez, mas algo me chamou a atenção, quando olho pelo vidro da porta, ali deitado naquela cama, ligado a aparelhos está ele, Jeon Jungkook, e o miserável conseguia ser bonito até mesmo pálido em uma cama de hospital. Quando me dou conta já estou dentro do quarto olhando-o de perto.

- Uau... Ele é mesmo mais bonito de perto._ penso em voz alta e cutuco a bochecha do moreno deitado na cama.
- O que essa maluca tá fazendo? Eu não acredito que vou ser molestado em meu leito de morte._ ouço uma voz masculina vinda do fundo do quarto e me assusto afastando do corpo do Jeon, me viro mas o dono da voz está em uma parte pouco luminada do quarto onde não posso vê-lo direito.
- Me desculpe eu só estava olhando, estou perdida e entrei aqui sem querer, você é enfermeiro? Pode me ajudar?.
- Espera, você me ouviu? Está me vendo aqui?._ pergunta com um tom de voz surpreso e feliz? Que cara estranho.
- Bem, sim eu estou te ouvindo mas não consigo te ver direito, já que está no escuro. Pode me ajudar ou não? Eu preciso voltar logo._ tenho tanta paciência quanto minha mãe.
- Ai meu Deus, eu nunca pensei que estaria tão feliz em conversar com uma garota estranha, obrigada Deus te devo uma._ diz saíndo do escuro e quando posso enfim olhar seu rosto dou alguns passos para trás assustada. Isso não pode ser real.
- Jeon Jungkook? Como... Mas você está... Aí meu Deus eu fiquei louca._ toco minha cabeça para ter certeza que estou acordada.
- Ei eu conheço você._ diz se aproximando.
- Droga eu preciso mesmo dormir._ disse ignorando o provável fruto da minha loucura na minha frente.
- É Atena, não é? A garota que sempre chega atrasada nas aulas de química.
- Eu devo está mesmo maluco o Jeon de verdade nunca reparou em nada além de si mesmo, mas o Jeon da minha alucinação reparou em mim._ penso em voz alta.
- Ei eu não sou um babaca narcisista._ o Jeon da minha alucinação parece estranhamente ofendido com meu comentário.
- Sim você era._ resolvi dar atenção a minha alucinação.
- Tudo bem talvez um pouquinho.
- Eu não acredito que estou discutindo com a minha alucinação.
- Atena entenda eu sou real, e você é a única pessoa que conseguiu me ver até agora._ diz parecendo aliviado.
- Isso é surreal._ Eu definitivamente estou assustada mas isso parece muito real.
- Eu sei.
- Como isso aconteceu? Digo, você virando um fantasma.
- Eu não acho que sou um fantasma, ainda estou vivo.
- Não diria que está vivo._ digo olhando para o corpo dele na cama de hospital.
- Ei!_ me olha bravo.- Olha eu não sei como aconteceu, eu só acordei aqui depois do dia do ataque do Edward e meu corpo ficou aí na cama enquanto eu saía pedindo ajuda pelos corredores, mas ninguém me ouvia ou via._ disse abaixando a voz ao fim da explicação.
- Então você é tipo um fantasm há mais de um mês?.
-Sim.
- E o que você faz? Vaga pelo hospital sozinho?.
- Na verdade eu "vago"._ faz aspas com as mãos. - por toda a cidade, sabe como é, quando a gente é quase um fantasma não tem muito que fazer._ Gosto do senso de humor dele.
- Uau!_ digo ainda abismada com toda a história.
- Existem outros fantasmas pela cidade, e eles são meio antisociais ou só não gostam de mim, pois tentei falar com eles mas me ignoram._ diz fazendo uma careta, que eu tenho que admitir o deixava ainda mais bonito. Fomos logo interrompidos pelo doutor Charles entrando no quarto.
- Atena? O que está fazendo aqui? Você tinha que estar em sua cama, não é permitida a entrada de pacientes neste quarto.
- Não diga a ele que pode me ver, ele provavelmente te internaria na hala psiquiátrica._ Jeon diz se posicionando ao meu lado.
- Me desculpe é que não estava conseguindo dormir, então saí para caminhar mas fiquei perdida e entrei aqui._ doutor Charles me olhou desconfiado mas acho que ele acreditou na história, afinal é verdadeira.
- Venha, eu vou te levar para o seu quarto._ disse segurando a porta e eu olho uma última vez para Jeon que sussurrou um " Pode ir", e então passo pela porta acompanhando o doutor Charles pelo bendito corredor até o meu quarto.

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⏰ Última atualização: Feb 13, 2023 ⏰

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