A arte de sentir

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A felicidade é inimiga do tempo
E de tempos em tempos
O tempo se torna amigo da ansiedade
A exaustão se torna indispensável
O ritmo se torna lento e desagradável
A corda entre o ato de sentir e o ato de existir se encontra deplorável
E vai se perdendo todo o ânimo de existência
E tudo a sua volta parece estar em concorrência
Com seus planos, com seus anseios, com suas lutas
Faça isso, faço aquilo, nada muda
A rotina exaustiva perpetua
As mesmas pessoas, as mesmas conversas as mesmas ruas
Mas será mesmo que é a rotina que te rouba a alegria?
Não seria, talvez, a sua apatia
A arte de sentir nem sempre significa sentir demais
Pelo contrário, a arte de sentir também é não sentir anseio mais
Não somos feitos como as máquinas
O ser humano é carne, osso, é emoções
E também é vazio
E esse vazio, eu aceito comigo
Esteve ao meu lado e não o faço meu inimigo
Eu aceito o vácuo que eu sinto como um amigo
E faço da arte de sentir, a arte de não sentir também o meu abrigo.

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