Chapter I - Divine justice

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UNHOLY


CAPÍTULO I:

"Justiça divina"


Father, forgive them, for they do not know what they are doing.

Luke 23:34


Parque Natural de Florentia, 16 de abril, 8:27 A.M


[9 meses antes]


Era apenas mais um sábado comum de primavera, o dia em que o parque da cidade ficava lotado de famílias fazendo piqueniques, jovens se reunindo para beber cerveja barata em plena luz do dia e dezenas de crianças brincando perto do lago. Naquela época do ano o clima era bastante agradável, não era quente e nem frio demais como costumava ser na região, o momento ideal para um passeio em meio as árvores e flores que já começavam a desabrochar espalhando seu perfume por todos os lados.

Heeseung e Beomgyu caminhavam lado a lado, compartilhando os fones de ouvido, ele tinha que lutar contra a vontade imensa de entrelaçar seus dedos na mão do namorado. Tinha muita gente ali e se o fizesse certamente receberiam muitos olhares desconfortáveis – talvez até mais do que isso, os moradores daquela cidade conseguiam ser bem preconceituosos quando queriam.

Nos finais de semana aquele parque se tornava um ponto de encontro comum entre os estudantes da cidade, tanto os colegiais quanto os universitários, não era como se houvessem muitas opções de qualquer forma. Só o fato de poderem passear um pouco, comer porcarias e jogar conversa fora já aliviava bastante o cansaço por causa das matérias acumuladas e das provas que se aproximavam – no caso de Heeseung, o estresse de muitas outras coisas que ele carregava silenciosamente.

Last Friday night! Yeah, we danced on tabletops and we took too many shots – Beomgyu cantarolava baixinho uma música da Katy Perry e balançava a cabeça de um jeito adorável, o que arrancou uma risada do outro – o que foi? Não aprova a minha performance digna de um artista global?

— Não é isso, é que é engraçado ouvir você cantar sobre festejar na sexta-feira. Ontem você passou o dia inteiro estudando e depois foi jogar Minecraft – explicou, recebendo um soco fraco no braço e uma careta do outro.

— Você está proibido de contar isso para as pessoas, eu tenho uma reputação à zelar nessa cidade – bateu a mão no peito, como se estivesse orgulhoso – imagine se acharem que sou um nerd? Estarei arruinado.

— Mas você é um nerd, Gyu – provocou – o meu nerdzinho linho e esforçado.

— Elogios não me compram! – apontou o indicador para ele, fingindo uma expressão de ameaça – eu sei que você joga League of Legends, posso muito bem usar isso contra você.

— Nós jogamos juntos.

— Apenas detalhe, posso mentir dizendo que você me obrigou – deu de ombros como se tivesse vencido a maior discussão da sua vida.

A personalidade de Beomgyu era uma das coisas que mais o atraía nele, tudo parecia tão simples quando estavam juntos, era como a ruindade do mundo simplesmente parasse de existir quando ele aparecia... desejava que as coisas continuassem daquele jeito para sempre. Sentiram fome enquanto caminhavam, por sorte estavam no caminho de um food-truck que era o favorito de Heeseung, eles vendiam os melhores sanduíches de todo o parque.

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