Eu estava olhando os meus rascunhos e encontrei essa fic que comecei a escrever meses atrás, mas que não cheguei a postar. Estou um pouco afastada do mundinho BL, mas ainda tenho muito carinho por My School President, então espero que gostem!
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É um pouco depois do café da manhã quando Tinn começa a guardar sua mochila e toda a bagagem que levará para a praia no carro da mãe. Ele havia feito a refeição com os pais de forma relaxada e alegre, como geralmente é, não escondendo o quão ansioso estava por finalmente ter a oportunidade de viajar com Gun – apenas eles dois.
Não o leve a mal, Tinn adora todos os membros da Chinzhilla, mas nada se compara a um tempo à sós com seu namorado.
Namorado. Ah... depois de tanto tempo, Tinn ainda se pergunta como foi tão sortudo para conseguir ter seus sentimentos correspondidos pelo garoto mais lindo que já pisou nessa terra.
Tinn checa o conteúdo da mochila pela quinta vez, se certificando de que tem tudo o que precisa ali: roupas de baixo, de banho, escova de dentes, perfume e... outras coisas. Isso também inclui os seus casacos, que mesmo pertencentes a Tinn, já haviam basicamente se tornado propriedade de Gun devido ao fato do rapaz sentir muito mais frio do que ele.
— Mãe! Pai! Já estou indo! — Tinn exclama na base da escada da casa e espera a resposta dos pais.
Potjanee é a primeira a aparecer no andar de cima, e pergunta: — Tem certeza de que está levando tudo? Precisa de algo? — Segundos depois, o pai de Tinn logo aparece e pede para que o filho tome cuidado na estrada, o que faz Tinn sorrir com a preocupação dos pais, mas também confortá-los ao dizer que está tudo certo e que ele tomaria todo o cuidado possível.
— Tudo bem. — Potjanee diz, mesmo que ela sempre pareça estar preocupada com o filho, e Tinn se despede, indo até a porta da casa. — Ah, e não se esqueça de falar com o Gun sobre o almoço! — A mãe o lembra quando ele já está quase do lado de fora da residência, e ele sorri consigo mesmo ao ouvir o lembrete.
Mesmo depois de um ano desde que Tinn e Gun oficializaram o relacionamento, ainda é difícil acreditar que tudo ocorreu tão bem como havia sido. É claro, Tinn não desistiria de Gun nem se o chão rachasse ao meio e os separassem, mas foi uma surpresa extremamente positiva quando seus pais – principalmente sua mãe – o acolheram prontamente depois de ele contar que não era hétero e que pretendia passar o resto da vida ao lado de Gun.
As semanas após esses fatos foram cheias de formalidades entre as duas famílias e alguns momentos em que Tinn desejou se enfiar em um buraco. Como quando Gim, a mãe de Gun, brincou ao dizer que já sabia do relacionamento entre os dois antes deles mesmos e Potjanee fez inúmeras perguntas sobre aquela época. A intenção de sua mãe era das melhores – saber sobre uma versão recém-conhecida do filho –, mas Tinn precisou se segurar para não interromper a sogra, que contava sobre quando o encontrou abraçado às costas de Gun enquanto o rapaz varria o chão de seu estabelecimento.
Mas tudo valeu à pena: as histórias vergonhosas que faziam Tinn e Gun ficarem com as bochechas vermelhas, as regras frustrantes sobre deixar a porta do quarto aberta e não dormirem na mesma cama, as conversas embaraçosas sobre sua vida sexual... Tudo isso havia valido, pois a realidade atual é uma em que sua mãe – a diretora conhecida por ser rígida e séria – pede para que seu namorado – o aluno que causava inúmeras dores de cabeça à ela – venha ao almoço que irá preparar para comemorar o relacionamento dos dois.
— Bebê? — Com o celular em viva-voz, Tinn chama quando a ligação que está fazendo é atendida, ao mesmo tempo em que liga a ignição do carro. Do outro lado da chamada, a voz de Gun ao respondê-lo coloca um sorriso imediato em seu rosto. — Eu já estou saindo de casa para buscar você. — Ele acrescenta, logo recebendo o "OK" do namorado, mesmo que pelo som apressado de roupas sendo amassadas e jogadas, ele provavelmente ainda esteja arrumando a mochila.