"Mãe! Já cheguei!" Eu deixo a minha mala na mesa e corro para o meu quarto. Eu estou feliz em viver com a minha mãe. É bom que a universidade em que eu ando não é muito longe de casa, por isso eu só tenho de apanhar o bus para lá chegar.Algumas pessoas gostam de partilhar o quarto com alguém, fazer novas amizades, sair, embebedar-se, mas isso simplesmente não é para mim. Por isso, continuar a viver com a minha mãe e não em qualquer dormitório com qualquer rapariga, é fantástico.
Eu diria que a vida de universidade não é para mim. Eu estou lá pelos estudos, não pelos rapazes.
Contudo, eu às vezes penso se não seria melhor se eu não vivesse com a minha mãe. Não é que eu não goste, mas é que eu tento ter o mínimo de conversas com ela possível, para não me apegar muito (mais ainda). Porque, mais tarde ou mais cedo, ela vai morrer e eu vou continuar aqui por muito, mas muito mais tempo e eu não quero que doa tanto como doeu com o meu pai.
Daí, eu tenho estado a pensar em arranjar um emprego e com alguma ajuda da minha mãe mudar-me de casa e começar a viver sozinha.
Afastar pessoas - é simplesmente uma maneira de me proteger a mim mesma.
Proteger-me da dor.
(...)
Eu estou no meio de uma pesquisa quando o meu telemóvel apita. Deus, é aquelas publicidades outra vez?
Eu rebolo para o lado e pego no telemóvel. Para que é que eu tenho esta coisa afinal? Oh, sim... na mente da minha mãe é uma forma de eu estar mais segura. Sempre tão atenciosa.
Eu abro a mensagem e vejo que é uma mensagem de um número desconhecido. Que raio?
Eva Lockhart?
Eu olho para a mensagem durante uns segundos, a assimilá-la. Porque é que algum número desconhecido acabou de me mandar uma mensagem com o meu nome? Certamente, isto não é uma daquelas publicidades. Deve ser alguma brincadeira de mau gosto, como é óbvio.
Não.
Feito. Agora, de volta aos estud-
Mas eu tenho o teu cão.
Que raio? Eu nem sequer tenho um cão. Embora queira muito, mas mesmo muito um.
Isso é impossível, eu não tenho um cão.
AH! Sabia que eras tu, Eva Lockhart.
Merda. É por isso que eu não devia responder sem pensar duas vezes. Não importa, eu não vou responder e quem quer que seja que está a fazer isto irá fartar-se. Problema resolvido.
Eva?
Eva, porque é que tu não me estás a responder?
Responde-me.
Eu suspiro alto. Eu só quero estudar, e agora eu tenho de lidar com esta brincadeirinha.
Olha, eu não sei quem tu és, e sinceramente, eu também não quero saber. Eu tenho de estudar para uma cena, está bem? E também, eu não estou interessada em fazer parte da tua partida ou o que raio é que tu estás a tentar fazer ao falares comigo. Para ser sincera, eu nem sequer sei como ou porquê tu tens o meu número. Por isso, deixa-me em paz, okay? Adeus.
A maior parte das pessoas fica intimidada por longas mensagens e com alguma sorte, ele ou ela também é uma dessas pessoas.
Isto não é uma partida. Eu só quero falar contigo.
Agora, eu estou-me a assustar. Porque raio um estranho está a ser tão insistente em falar comigo?
Quem és?
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Violet Eyes (Hiatus)
FanficJá deves ter lido algures sobre a doença “Alexandria’s Genesis” que faz com que se tenha olhos cor violeta, que se viva à volta de 150 anos e que faz com que nunca se tenha pêlos na cara ou no corpo, sem ser o da cabeça, sobrancelhas e nariz. Também...