Dia de Neve

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Depois do jantar, subi para colocar Thomas na cama, mas ele estava inquieto, não queria dormir antes de dar um beijo em Freen.

— Mommy, chama a mamãe pra vir me dar um beijo de boa noite, por favor. 

Implora com os olhinhos brilhando. Como negar algo para ele? Se ele me olha com esses olhinhos cinzas tão lindos e essa carinha fofa, como? É impossível. 

— Tudo bem. — Concordo e ele sorri, pega a chupeta e coloca em sua boca. Preciso começar a ensinar ele a dormir sem isso, já passou da hora dele largar a chupeta. — Já volto.

Ele apenas acena e agarra o coelho de pelúcia que está em seus braços. Levanto-me do chão e saio do quarto, a porta do quarto onde Freen dorme está aberta, o que quer dizer que ela não está ali. Desço as escadas em busca de Freen, nada de sala, penso em ir em seu escritório mas, ao ver a luz da cozinha acesa deduzo que ela está lá.

— Fre...

Me calo ao me deparar com aquela cena, engulo seco e travo no lugar. Freen está encostada em um dos balcões da cozinha, ela lê algo em seu aparelho celular enquanto come alguma fruta que está no pequeno pote verde ao seu lado. Mas o que me chamou atenção não é o que ela está fazendo e sim a forma que ela está vestida. Pigarreio e balanço a cabeça, tentando em vão desviar a atenção de suas pernas.

— Que susto, porra. — A voz alarmada de Freen me faz voltar a olhar seu rosto, ela está com uma mão na boca e os olhos meio arregalados. — Desculpa, você me assustou, amor.

Amor...

Poderia até tentar pensar em alguma coisa mais coerente, mas por que raios as pernas dela parecem tão atrativas? Por que Freen está usando essa camisola, robe, não sei o que é. E por que eu simplesmente não consigo raciocinar ou ter reação de não olhar para ela?

Freen parece ter algum tipo de áurea sexual que te atrai como um imã. Não é porque não me lembro de alguns anos da minha vida que parei de apreciar a anatomia feminina, afinal, sempre gostei de admirar as garotas da escola. E admito... Freen sempre foi uma delas. 

Mesmo sendo irritante e idiota, Freen sempre foi linda. Confesso.

— Oi? Tudo bem? — Freen estala seus dedos em frente ao meu rosto, salto com o susto e quase caio no chão, mas Freen me segura pelos ombros. — Está sentindo alguma coisa? Você está meio pálida. 

Sua voz demonstra preocupação, balanço a cabeça negativamente. Freen solta meus ombros e dá um passo para trás, mantendo o olhar em meu rosto, estudando-o com cautela, como se estivesse se certificando de que está mesmo tudo bem comigo.

— Eu estou bem, eu só...

— Quer cereja? — Freen me interrompe, olho para ela e a vejo pegar o mesmo potinho que vi antes. — Essas estão doces, do jeito que você gosta.

Ela pega uma cereja e leva até sua boca, seus lábios envolvem a pequena fruta e ela fecha os olhos para saboreá-la. Meus lábios se abrem um pouco sozinhos, minha respiração falha e tenho que me controlar para não pensar besteira alguma. Por que de repente tudo em Freen me faz pensar em algo sexual?

Foi a maldita dança... Maldita Bachata!

— Eu não quero, não, obrigada. — Finalmente consigo dizer, Freen dá de ombros e pega outra cereja. — Eu vim te chamar, Tom pediu que você fosse dar um beijo nele de boa noite.

— Hm. — Freen se afasta do balcão e deixa o pote em cima do mesmo, limpa a boca com as costas de sua mão. — Eu esqueci de ir lá falar com ele.

Sorri sem jeito ao passar por mim, apenas dou um sorriso de lado, abaixo a cabeça e espero ela passar. Olho para as costas de Freen e meus olhos automaticamente descem até sua bunda, que se move graciosamente enquanto ela caminha. Tudo ficou em câmera lenta ou é só na minha cabeça?

Stupid Wife - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora