beach

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Sam's POV

— PARE DE FINGIR QUE SE IMPORTA COMIGO, DROGA! — Gritei irritada. Skoop atrás do meu banco, gemeu assustado. — Você não sabe nada, Mon.

— Sobre a cirurgia? — Ela perguntou me surpreendendo. — É impossível não saber. Sua mãe só fala sobre isso.

— Ela não quer que eu faça. — Eu disse virando meu rosto para o lado da minha janela. Cruzei os braços. — Ela acha que é arriscada.

— É arriscada! — Afirmou Mon. Me virei para ela, sem acreditar.

— Eu não vou estar perdendo nada. Se der errado a cirurgia eu vou continuar sendo cega. O próprio doutor disse isso.

— Você não está querendo entender o lado da sua mãe... — Mon murmurou. Sua voz já estava mais calma, mas ainda continha irritação.

— Ela não quer entender o meu.

— Nós nos preocupamos com você, Sam.

— Nós? — Eu ri ironicamente mostrando indiferença, mas meu coração bateu forte. — Não me venha com essa.

— Droga! — Ela exclamou batendo no painel do carro. Eu me assustei. — Não comece com essa sua indiferença!

— Como se você se importasse. — Murmurei dando de ombros.

— Você não sabe de nada, Sam... Deve ficar quieta!

— Não sei o que? — Desafiei me virando para o seu lado. — Me fale o que eu não sei, Mon.

— Esquece... — Ela sussurrou dando partida no carro. — Vamos embora.

— Eu não quero ir para casa...

Ficamos em silêncio, o carro ligado, sem se mover.

— Para onde quer ir?

— À praia. — Respondi baixo. Ela riu.

— Se é isso o que você quer...

Eu sentia as lágrimas descerem pelo meu rosto enquanto fazíamos o caminho para a praia. O mesmo caminho que eu não havia terminado de fazer com Jim. Mon estava calada ao meu lado e Skoop parecia dormir.

Imagens de momentos que passei com Jim cruzavam minha cabeça como relâmpagos. "Vamos nos divertir muito" ela disse sorrindo. Foi o último sorriso que eu vi em seu rosto. O dia estava tão bonito e nos prometia tanta coisa...

Eu lembro de sua expressão de pavor que nunca saiu da minha cabeça. O sentimento de desespero que eu senti quando olhei para o lado e a vi desmaiada ou já morta. As lembranças pareciam não ter fim.

Eu queria que o tempo pudesse voltar atrás... para que eu pudesse consertar tudo. Mas agora tinha Mon, pensei abaixando a cabeça.

(inicie: labyrinth — taylor swift)

Será que, mesmo que eu não tivesse sofrido o acidente, ela me encontraria? Será que nos encontraríamos?

Senti lágrimas pingando em minhas mãos que estavam sobre o colo.

— Você está bem? — Perguntou Mon baixo. Sua mão pousou em minha cabeça.

— Mon. — Murmurei engolindo o nó que se fez em minha garganta. — Você acha que, se eu não tivesse sofrido o acidente, nós nos encontraríamos?

Ela pensou um instante.

— Eu te encontraria. — Ela respondeu segura. — Com certeza eu te encontraria.

Eu tentei sorrir, mas o choro veio mais forte que antes e eu não pude aguentar. Vários soluços escaparam e eu tapei a boca com a mão. Por que era tão importante para mim ouvir isso? E por que eu me sentia tão triste?

be my eyes - monsamOnde histórias criam vida. Descubra agora