🍁Capítulo 7🍁

3.1K 412 400
                                    

Capítulo 7:

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Capítulo 7:. Sem arrependimentos

 
Dizer que naquela noite depois do gesto de Xiao Zhan para com Yibo não havia mexido com ambos seria uma mentira. O empresário  depois que chegou em casa se pegou pensando porque depois daquela ação se sentia diferente em relação ao amigo do filho. Yibo parecia tão indefeso e pequeno ali diante de si que foi impossível para ele não se sentir tocado por ele.
 
     Ele estava sentado na sala de sua casa com um copo de Whisky na mão, seu olhar perdido fixavam-se no crepitar da lareira acessa. Em sua mente rondava as palavras de Yibo, em como ele estava acostumado com olhares julgadores, preconceito e a sua maturidade em resolvê-los. Para alguém tão jovem agir assim é porque havia passado por muita coisa. Quão difícil devia ter sido a vida de Yibo até aquele momento?
 
     Seus pensamentos foram brutalmente interrompidos por usa porta sendo aberta de maneira truculenta. Mei Ling entrou na casa do empresário como um verdadeiro furacão.
 
     — É sério isso, Xiao Zhan? – a mulher estava enfurecida e jogou os papéis que estavam em sua mão no outro.
 
      — O que pensa que está fazendo aqui? Achei que já estivesse bem claro a minha posição. Você está proibida de chegar perto do meu filho.
 
      — Uma ordem de restrição? Francamente, Xiao Zhan. – a mulher estava inconformada com a atitude dele.
 
   O empresário  agradeceu pelo filho ter ido fazer o relatório do estágio na casa de Yibo.
 
      — O que você acha que eu faria depois da palhaçada que você fez? Achou mesmo que eu ficaria parado vendo você fazer essas sandices com A-Yuan? – ele não pouparia suas palavras dessa vez. — Eu aturei você ao longo dos anos por causa dele, mas acredite que não cometerem o mesmo erro.
 
     — Eu fiz e faria qualquer coisa pelo meu filho. Você mesmo disse que ele também gostava de garotas, então acredito que ele esteja apenas confuso.
 
     — Você realmente deve estar maluca. Você colocou uma mulher pelada dentro do quarto de hotel dele, isso não é apenas moralmente errado, é crime. Isso se chama Assédio sexual, sua cretina. – ele se exaltou. — Você teve sorte de eu não ter chamado a polícia. Tem noção do quanto isso mexeu com ele? Você devia se comportar como uma mãe, mas age como uma cafetina.
 
     — Eu estou fazendo o que qualquer  mãe faria no meu lugar. Você só aceita essa anormalidade por causa daquele seu irmão, então sim, cabe a mim trazer a razão de volta a cabeça do meu filho.
 
    Xiao Zhan andava nervoso pela sala, em sua mente ele avaliava se sua política de não violência vigoraria por muito tempo com aquela mulher.
 
     — Você não devia nem estar aqui para começo de conversa. Anormal é você que não consegue entender que não há nada de errado com A-Yuan, ele é o garoto mais incrível que eu conheço, mais gentil e doce. Sobre o meu irmão, você não tem qualquer qualificação para falar sobre ele, nem moralmente  e nem profissionalmente. Ele é melhor do que você apenas por respirar.
 
    — Isso também é culpa sua que permitiu que esse tipo de gente se aproximasse dele.
 
   — “Esse tipo de gente?”. A-Yuan é muito mais maduro do que você pensa, até mais do que você pelo visto. Você nunca esteve presente tempo o suficiente na vida dele para saber, nunca esteve quando ele precisou, nunca sequer fez seu papel como mãe. Eu assumi essa responsabilidade sozinho porque você não era capaz, então lave muito bem a boca para falar sobre ele.
 
      — Eu não estava preparada, mas eu nunca deixei de amar meu filho.
 
     —  Amar? Francamente. – Xiao Zhan  arremessa o copo que tinha nas mãos na parede com força. — Eu também tinha a mesma idade que você, a diferença é que eu entendi a responsabilidade que vinha com o nascimento dele. No entanto você só queria um jeito de me arrastar ao altar.
 
     — Mentira! Eu te amei.
 
     — Ah, por favor! Nós dois transamos uma única vez e eu mal me lembro de tão bêbado que estava. Se você não tivesse acordado do meu lado eu não saberia quem você é. Então pare de falar do passado como se tivesse significado alguma coisa. A única coisa que me importa é o meu filho.
  
    — Se realmente se importasse não teria deixado ele virar isso. O mundo é cruel  com pessoas assim Xiao Zhan,  você devia saber já que seu irmão sempre foi assim. Acha que se você  não fosse rico as oportunidades teria sido as mesmas? Acredite, o mundo só é um pouco mais educado com ele porque sabem que mexer com você não seria saudável.
 
— Isso já devia servir de alerta para você. Você nunca esteve nos momentos especiais dele, nunca esteve em recitais da escola, aulas de judô ou até mesmo na primeira decepção amorosa dele. Sabe quem esteve lá? Eu estive.  – ele apontou para o próprio peito.
 
     — Você sabe que eu...
 
     — Exatamente, é sempre você. Nunca foi ele. A-Yuan nunca foi uma prioridade para você. Em todas às vezes em que ele precisou você estava fora do país viajando, curtindo ou com um novo namorado. Achava que alguns poucos brinquedos eram o suficiente para suprir a sua falta, ele cresceu sabendo que não poderia contar com você, mas se eu tenho uma certeza absoluta é de que ele sabe que não importa o quê, eu estarei sempre ao seu lado quando ele precisar. — Mei Ling sabia que jamais poderia competir com Xiao zhan nesse quesito, mas também não abriria mão do filho.
 
      — Cancele essa maldita ordem de restrição ou eu mesmo vou te processar! – sem qualquer argumentos para refutar o empresário ela precisaria usar as cartas que pudesse, ou blefar.
 
      — Quero ver você tentar. Você tem um minuto para sair da minha casa antes de que possa chamar a polícia.  E se não tenha ficado claro quero você longe do meu filho. — embora ainda estivesse moderando a sua voz, a vontade era de agarra-la pelos cabelos e chuta-la para fora de sua casa.
 
     — Ele não é seu filho, lembra? Ele é só meu.
 
     — Sua vaca! Como você ousa dizer isso?
 
Xiao Zhan estava no seu limite e ainda levantou sua mão no ar, mas algo lhe fez parar antes mesmo de se aproximar da mulher.
 
      — O que você disse, mãe? — a voz embargada de A-Yuan surgiu e os dois rapidamente viraram em direção a porta.  O rapaz estava parado com Yibo do seu lado.
 
     — Fi-Filho, eu...
 
     — Eu ouvi muito bem, como assim eu não sou seu filho, pai? – Yibo segurava a mão amigo que tremia naquele momento.  Xiao Zhan passou pela mulher quase a derrubando.
 
     — A-Yuan, filho...
 
     — É verdade? Eu não sou filho? – o rapaz alternava seu olhar entre seus pais.
 
    Mei Ling continuava estática sem conseguir encarar o filho. Embora quisesse atingir Xiao Zhan, ela não queria que o rapaz soubesse dessa maneira.
 
       — Yibo, você poderia por gentileza nos deixar à sós? Acho que essa conversa precisa ser em particular. – Zhan pediu de maneira cautelosa, ele percebeu que assim como o filho o rapaz também estava em estado de choque.
 
      — Tudo bem. — O platinado virou-se para o amigo e limpou uma lágrima que descia por seu rosto. — Se precisar de mim é só ligar que eu venho correndo, tá?
 
A-Yuan apenas assentiu sem emitir qualquer som, Yibo deixou um beijo em sua testa e saiu em seguida. Xiao Zhan se acalmou um pouco, precisava esfriar a cabeça e ter uma conversa séria  com o filho.
 
    — Filho, suba para seu quarto que eu vou em seguida. – com os ombros caídos e em silêncio ele foi sem questionar. Quando Mei Ling fez menção de ir atrás do filho ele a segurou pelo braço.
 
     — O que você pensa que está fazendo? ‐ ela diz massageando o local apertado.
 
     — Eu que deveria estar perguntando isso.
 
     — Eu estou indo ver meu filho.
 
     — Saia da minha casa ou dessa vez eu realmente irei chamar a polícia. E acredite, eu estou reunindo-se todas as minhas forças agora não fazer pior com você.
 
      — Mas...
 
       — Já não basta o estrago que você fez?  O que mais você espera fazer? Apenas vá embora, e eu juro pelo meu filho que dessa vez eu não responderei por mim. – Mei Ling podia ver que Xiao Zhan não estava brincando quanto as suas ameaças. — Saiba que a partir de hoje você está proibida de se aproximar de A-Yuan. Meu advogado entrará em contato com você. Agora saia da minha casa.
 
 Ele não esperou que ela dissesse mais nada e subiu as escadas, realmente estava preocupado com o filho. Quando ele chegou na porta do quarto do filho ele respirou alguma vezes antes de bater à porta.
 
    — Pode entrar. – ele ouviu o filho dizer.
 
    A-Yuan estava sentado na sua cama com um semblante entristecido. Algo que partiu completamente o coração de ferro de Xiao Zhan. Ele sentou-se ao seu lado pensando nas palavras certas a serem ditas naquele momento.
 
     — Filho...
 
     — É verdade? – A-Yuan olhou para seu pai em busca de respostas e pela primeira vez ele viu uma vulnerabilidade em seu pai. — Eu não sou seu filho?
 
     — Sim, você é. – Xiao Zhan apesar de sempre ser muito aberto com seu filho e não terem dificuldades para falar sobre qualquer assunto, naquele momento sentiu-se inexperiente e fraco. — Você é meu filho desde sempre. Desde o momento em que te peguei no meu colo pela primeira vez, isso não vai mudar. Você não ter meu sangue não muda o que eu sinto. Você entende isso?
 
   A-Yuan  estava confuso e sobrecarregado.
 
     — Desde quando você sabe?
 
     Xiao Zhan fechou os olhos como se recordasse daquele momento.
 
     — Você tinha três anos de idade, tinha passado o dia com sua mãe e ela havia dado yogurt de morango pra  você, de novo. Você precisou ir as pressas para o hospital por choque anafilático, depois que você já tinha sido medicado o pediatra me sugeriu que fizéssemos um mapeamento genético sobre alergias se você tinha herdado alguma outra alergia além de morangos. Como sabe eu sou alérgico a salsa, então seria prudente verificarmos se alguma outra coisa poderia ser perigosa para você no futuro. Sua mãe tinha uma viagem a “trabalho” e não estava presente no dia dos testes, então apenas você e eu fomos testados. Quando os resultados saíram o médico pediu para refazê-los pois achou que algo tinha dado errado, então mandamos as amostras para um segundo laboratório e os resultados foram os mesmos. Então o médico muito preocupado em como abordar o assunto revelou que os resultados do mapeamento genético deu inconclusivo porque nós não compartilhávamos nenhum alelo genético, que infelizmente era impossível eu ser seu pai biológico.
 
   Algumas lágrimas desciam silenciosamente pelo rosto do garoto, mas ainda assim ele precisava saber de tudo.  
 
     — Como você  ficou quando soube? – a voz trêmula de A-Yuan  deixou Xiao Zahn realmente preocupado. Porém ele lhe contaria toda a verdade naquela noite.
 
       — Eu não queria acreditar, pedi um teste de DNA que confirmou tudo aquilo o que o médico havia dito antes. Eu tinha uma escolha a fazer, deixar você com sua mãe e esquecer os últimos três anos ou fingir que nada daquilo aconteceu. Quando você acordou naquela  manhã eu ainda tinha o resultado do DNA nas minhas mãos, você se virou para mim e disse que estava com medo. Eu te abracei e vi que aquele pedaço de  papel não significava nada, você ainda era meu A-Yuan, meu filho. Como eu poderia te abandonar?
 
O todo poderoso CEO Xiao Zhan tinha os olhos úmidos naquele momento.
 
     — Você sabia todo esse tempo e mesmo assim você quis ficar comigo. – o rapaz chorava enquanto falava e Zhan segurou sua mão.
 
     — Você é meu filho. Foi e sempre vai ser. Quero que você entenda isso, você é meu presente, filho. Vou continuar te amando e protegendo como eu sempre fiz. Se eu não contei antes foi simplesmente porque não mudou absolutamente nada pra mim.
 
    — Minha mãe, ele fez isso de propósito? 
 
   — Sinceramente, eu não sei. Porque como eu disse antes, não faria diferença para mim. Eu não abriria mão de você,  por isso eu lutei pela sua guarda definitiva. Eu não ia deixar aquela desmiolada ficar com você.
 
A-Yuan riu sem humor.
 
    — Eu preciso falar com ela também.
 
   — Eu sei disso, mas eu espere um pouco. Esfrie a cabeça e depois veremos isso. Eu consegui uma medida protetiva contra ela, o que ela fez com você na viagem é crime. A única razão para eu não ter denunciado a polícia foi  por você. – o empresário realmente não queria que o filho se sentisse diferente. — Quero que você entenda que nada mudou, você continua sendo o meu filho querido.
 
    O rapaz sabia que seu pai está sendo sincero, uma vida inteira juntos dava esse privilégio de conhecerem e entender um sobre o outro. Xiao Zhan ainda estava tenso quando o filho o abraçou, A-Yuan até pode sentir quando seu pai respirou aliviado retribuindo o gesto.
 
    Para o estudando universitário ele nunca se sentiu tratado de outra maneira pelo pai, mesmo que não dissesse muito ou demonstrasse com frequência ele sabia que Xiao Zhan o amava muito.
 
      — Obrigado, pai. Obrigado por ser o melhor pai do mundo.  – Xiao Zhan abraçava o filho com força controlando suas próprias lágrimas e ao mesmo tempo aliviado por tudo aquilo ter acabado.
 
      — Eu sei que você ainda tem estágio amanhã, é melhor ir dormir e descansar. Tentar pelo menos. – ele diz tentando limpar seu rosto. A-Yuan riu vendo o pai disfarçar que estava chorando.
 
       — Eu amo você, pai.
 
       — Ah garoto, para. Você realmente quer me ver chorar. – o empresário  ria e limpava suas lágrimas ao mesmo tempo. — Eu também te amo, filho. Agora descanse.
 
      Ele saiu do quarto do filho antes de voltar a chorar, Xiao Zhan tinha muito orgulho da maturidade do filho. A maneira como o garoto encarava todos os problemas sempre como um adulto, foi assim com a sua sexualidade e até mesmo quando ele apresentou Cheng orgulhosamente como seu namorado.
 
     Xiao Zhan voltou para a sala para pegar seu celular que ainda estava jogado por ali. Assim que desceu as escadas notou que Mei Ling deixou a porta aberta e assim que foi até lá para fecha-la e notou uma certa cabeleira loira.
 
    Yibo estava sentado nos degraus da entrada da residência, ele ainda usava as mesmas roupas de horas atrás e passava a mão pelos braços já que aquela noite estava um pouco mais fria.
 
      — Yibo? O que você ainda está fazendo aqui? – perguntou assustando o rapaz.
 
       — Gege, eu fiquei preocupado com A-Yuan. Eu queria estar por perto se ele precisasse de mim. – o rapaz dizia e Zhan podia ver que ele estava ali um tempo, mesmo sem qualquer maquiagem as bochechas e ponta do nariz estavam vermelhinhas  por causa do frio.
 
      Xiao Zhan tirou sua jaqueta e a pôs sob os ombros de Yibo.
 
     — Você vai acabar pegando um resfriado assim.
 
      — É verdade, Gege? Você não é o pai biológico dele? — Xiao Zhan assentiu e Yibo abraçou sua cintura. O empresário ficou surpreso pelo ato repentino, mas retribuiu.
 
       — Eu sempre soube. No entanto isso não muda o que eu sinto pelo meu filho. Agora vá para casa e descanse também, A-Yuan já foi se deitar e amanhã vocês conversam.
 
    — Tudo bem. – o rapaz desceu alguns lances de escada quando Zhan o chamou.
 
    — Yibo?
 
    — Sim?
 
    — Obrigado por se preocupar com meu filho.
 
 Yibo não respondeu, apenas lhe ofereceu um sorriso caloroso e seguiu para sua casa. Ele entendia que o momento não era para brincadeiras e deixou que a família descansasse em paz. Ele só queria saber se o amigo estava bem, agora que teve sua resposta já podia voltar.
 

My Friend's Father (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora