Embora estudassem na mesma sala, Kim Taehyung nunca tinha reparado na existência de Jeon Jungkook antes. Mas isso muda totalmente quando Jungkook tenta se matar no banheiro da escola, atraindo todas as atenções pra cima de sua tentativa desesperada...
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Taehyung abriu os olhos de uma vez, sentindo as lágrimas grossas escorrendo por suas bochechas.
Seu coração batia rápido, sua respiração estava ofegante, seus dedos tremiam e as imagens continuavam presas em sua mente, naquele mesmo filme de terror repetitivo.
Fechou os olhos com força e se encolheu entre os cobertores. Já tinha desistido de desejar que aquilo parasse, só lhe restava aceitar que nunca mais teria uma noite tranquila de sono, sem aqueles malditos pesadelos atormentando sua mente. Pesadelos que tinham se tornado ainda piores nos últimos dias, já que agora sua mãe fazia parte de quase todos os cenários.
Quando uma mão tocou sua cintura, Taehyung tremeu por completo, tomando um susto.
— Amor… — a voz preocupada de Jungkook preencheu seus ouvidos.
Ao se lembrar que ele estava bem ao seu lado, Taehyung rapidamente se aproximou e o abraçou com força, passando a chorar contra o peito dele. Jungkook o abraçou de volta e deslizou os dedos por seu cabelo; com a mão livre, ele fez carinho em seu braço.
O toque queimou a pele de Taehyung e sua mente nublada e assustada implorou para que se afastasse. Mas Taehyung apenas se encolheu entre os braços de Jungkook, buscando ainda mais contato. Era seu namorado ali, e por mais doloroso que fosse, jamais rejeitaria os carinhos dele. Aquele trauma maldito já tinha lhe tirado muito, tinha custado sua infância e sua paz, não iria permitir que o afastasse das pessoas que amava também.
— Jungkookie… — chamou, se engasgando com o próprio choro.
— Eu tô aqui — Jungkook sussurrou, deixando um beijo em sua testa. — Tá tudo bem, meu ursinho.
Taehyung respirou fundo e tentou se agarrar desesperadamente nas palavras dele. Tudo bem. Estava tudo bem. Estava seguro. Ninguém nunca mais iria machucá-lo daquele jeito. Seu pai não deixaria. Namjoon não deixaria. Jungkook não deixaria. Estava tudo bem.
— Amor… — Jungkook chamou outra vez. — Eu… eu te amo.
Em meio às lágrimas, Taehyung abriu um sorriso fraco. Adorava as tentativas dele de tentar distrair sua mente, era sempre fofo demais.
— Me ama muito, muito? — perguntou, tendo a voz embargada e manhosa.
— Muito — Jungkook o abraçou com mais força e beijou sua bochecha. — Muito mesmo.
— Mais do que ama morangos?
Jungkook deixou uma risada fraca escapar.
— Ok, tudo tem limites.
Taehyung ergueu o rosto, tendo uma falsa expressão indignada, que Jungkook com certeza não conseguiu ver por causa da escuridão do quarto.
— Saí da minha cama agora — murmurou, arrancando outra risada do namorado.
