Janela - Christopher Velez

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Tentava olhar as horas no relógio pendurado na parede daquele bar, mas os números não paravam de trocar de lugar depois de incontáveis martinis - maldita Carrie Bradshaw por me viciar nessa bomba.

Olhei mais uma vez pro celular e ele pra mim, tenho feito isso desde o segundo drink, e o contato dele continua na tela, mas não faço ideia do porquê.

O idiota do irmão da minha melhor amiga não saía da minha cabeça desde que me defendeu do meu ex no meio do refeitório da faculdade.

Pode parecer que eu estou agradecida, mas NÃO, eu estou extremamente irritada por estar tão confusa, nós sempre vivemos de trocar farpas, bem, sempre desde que meu ex relacionamento começou e o Christopher mudou da água pro vinho comigo.

Quer saber? Foda-se!

Pressionei o "Ligar" no celular sem nem saber ao certo o que queria falar pra ele, mas esperei ansiosamente ele me atender...

"Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de men..."

- IDIOTA! Por que não me atende? - gritei pro telefone e as pessoas ao meu redor me olharam torto.

É claro que eu não ia tentar só uma vez, se ele estiver dormindo vai acordar e se só estiver enrolando pra me atender, eu vou ligar até meu dedo cair e ele decidir atender.

- Que porra tá acontecendo Natalie? Você por acaso botou fogo na sua casa? - Christopher atendeu depois de 4 ligações indo pra caixa postal.

- Por que você fez aquilo? - perguntei imediatamente.

- Aquilo? Aquilo o quê? - ele perguntou claramente desnorteado, é, tava dormindo.

- Por que você me defendeu do Pete? - perguntei em um tom mais leve, preocupada por tê-lo acordado.

- É sério Natalie? É serio que você está me ligando às 04:35am pra me perguntar isso? Amanhã a gente conversa...

- NÃO! - acabei gritando sem querer. - Desculpa! Mas me responde, por favor Chris. - pedi falando seu apelido que não saía há anos da minha boca.

- Onde você tá? - ele pergunta e eu hesitei.

- Só me responde. - peço mais uma vez.

- Nat, me diz onde você tá, por favor. - ouvir o Chris falando meu apelido aqueceu meu coração, Deus, como eu sinto a falta dele.

- Eu tô no Carmens. - decidi falar.

- Me espera, estou indo aí, ok? Nem se move. - ele fala e desliga o telefone, eu não deveria ter ligado, isso só vai causar problema.

Encosto minha cabeça na bancada do bar e o que parece ter passado 5 segundos daquela forma, pelo visto foram vários minutos pois de repente ouvi sua voz em meu ouvido.

- Nat, vamos embora daqui, ok?

Me viro e encaro aquele olhar terno dele, aquele olhar que me acalmava não importava a situação.

Assenti e ele passou meu braço por seus ombros, me ajudando a levantar do banco e caminhar pra fora do bar.

Entramos no carro dele em silêncio e foi assim por todo o percurso até minha casa.

Ao chegarmos ele procurou as chaves em minha bolsa e quando encontrou sorriu vendo o chaveiro de coelho que ele me deu na infância. Eu sorri também, mas sem ele perceber.

- Precisa de ajuda com o banho? - ele perguntou, apenas neguei com a cabeça e caminhei para o banheiro. - Eu vou passar um café enquanto isso.

Não sei com que coragem, mas entrei na ducha fria, de cara foi péssimo, óbvio, mas tudo foi melhorando quando minha cabeça parou de girar.

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⏰ Última atualização: Feb 19, 2023 ⏰

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