A filha do pastor

Desejos

Já perdi as contas das minhas visitas à igreja, sei que o motivo não é o mais louvável, mas como eu poderia deixar de vê-la?
Todos os dias ela estava lá, radiante como o sol, trazendo luz para as trevas que eu carrego no intimo do meu coração, seus olhos castanhos, me parecem o portal do paraíso, e como eu desejo entrar nesse paraíso, mesmo que seja aparentemente impossível, fecho os meus olhos e imagino seu toque, ela é tão doce e angelical, que parece uma blasfêmia pensar nela dessa forma, quero ser intima dela.
Sou uma estranha, uma estranha que observa os passos dela de longe, que tem acompanhado sua rotina e que deseja uma aproximação, estou voltando do trabalho, pensando que talvez hoje eu não consiga ir à igreja, até que me deparo com uma silhueta conhecida no caminho, paro meu carro lhe ofereço uma carona, ela hesita em aceitar, mas acaba entrando, durante o percurso ficamos alguns minutos em silêncio, até ela quebrar aquele gelo e puxar assunto, percebemos que temos muitas coisas em comum, umas delas são o mesmo gosto musical e filmes de comédia romântica, essa é a primeira vez que consigo vê-la sorrir de tão perto, ela consegue ser ainda mais bonita, seus longos cabelos estão soltos e parecem dançar com o vento enquanto ela fala sobre a rotina do seu trabalho.
Finalmente chegamos, estou em frente à sua casa, ela me agradece pela carona e pede para que a avise quando chegar em casa, meu coração parece que vai pular pela boca, finalmente eu tive contato com ela e pude ter seu telefone, vou correndo, apenas para poder dizer oi quando chegar, corro para o celular, já tinha mensagens dela, posso sentir minha caixa torácica perder todo o ar, passamos praticamente á noite conversando, no dia seguinte lá estava eu, na igreja. Por ela, apenas por ela, a filha do pastor, ela me viu de longe, esperou o culto terminar e veio correndo ao meu encontro de braços abertos envolvendo meu corpo em um abraço, eu pude sentir cada gota do meu sangue superaquecer, ela conseguiu, ela me fez querer possuí-la mais do que o desejo pode desejar, seus braços me soltam deixando meu corpo livre do seu contato físico, a tortura de ter ela colada a mim acabou, preciso repreender meus pensamentos que nesse momento só queria estar em outro lugar com ela, a filha do pastor... 
Uma mensagem inesperada assim que chego em casa, era dela, me perguntando se eu desejava pegar um livro que ela havia comprado pra mim, não pensei duas vezes, aceitei sua proposta e me dirigi à sua casa, estou um pouco envergonhada se quer deixei para amanhã enquanto pensava nisso ela abre o portão e me convida para entrar, percebo que ela estava usando apenas uma camisola preta de puro cetim, respirei fundo, sentei no sofá e aguardei ela retornar com o livro, minutos depois ela reaparece com o livro em uma mão e uma taça de vinho na outra, oferece-me a taça e senta ao meu lado, e me pede para ler uma passagem qualquer daquele livro, prontamente lhe obedeço dedilho algumas páginas e escolho uma...
Meu corpo queima ao toque distante do teu sorriso...
De repente o livro é arrancado das minhas mãos, ela sobe no meu colo, me olha profundamente e toca seus lábios nos meus, o beijo começa macio e suave, até que vai ficando mais feroz e ardente, minhas mãos estão sobre sua cintura, posso sentir meu corpo superaquecer, subo minha mão por trás da sua nuca e vou beijando seu pescoço lentamente, minha língua finalmente sente o sabor adocicado da sua pele, em um movimento rápido tiro sua camisola, ela não usava nada por baixo, sugo seus seios como alguém que encontra uma fonte d'água no deserto, deslizo minha mão para mais baixo, afasto suas pernas, sinto ela estremecer, lhe toco com a ponta da língua, seu corpo estremece ainda mais, o movimento vai ficando mais acelerado, até o momento que ela não aguenta mais e goza, sinto seu sabor na minha boca, ela me puxa para o beijo, agora lento e calmo, me afasto um pouco para ver seu rosto, está corado e sorridente, ela me abraça e diz ao pé do meu ouvido.
- Eu esperei tanto por esse momento.

Autora: Joselma Aragão