Capítulo Único

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Harry sempre foi o orgulho de sua família, o exemplo que seus primos deveriam seguir e o mais amado dos netos, era o garotinho perfeito até se assumir gay e perder tudo o que tinha, desde o amor de sua família até a casa em que morou por quinze anos. Vejam bem, sua família era muito religiosa e muito unida, então saber que o mais jovem dos Styles havia se tornado algo que a bíblia dizia ser "pecado" foi um choque para todos.

Num momento o garoto de quinze anos chamado Harry Edward Styles tinha tudo o que qualquer outro adolescente tinha e sonhava em ter, mas num piscar de olhos ele já não tinha mais o Styles em seu nome, duas costelas quebradas, um pulso torcido, um olho roxo, dois cortes em seu delicado rosto e alguns roxos em sua pele leitosa. Além disso ele ainda fora expulso de sua própria casa com somente metade de seus pertences na maior mochila que achou e algumas libras que conseguiu roubar de seus pais antes de sair correndo e desviando das facas que eram lançadas em sua direção.

Ninguém fez nada. Nem sua irmã mais velha Gemma fez algo para lhe ajudar, ela apenas ficou lá o encarando com desgosto e um pouco de satisfaça, afinal, ela seria a nova queridinha dos Styles.

Sem sobrenome, sem família ou esperança, Harry morou nas ruas perigosas de Londres por alguns meses e quase morreu por frio e falta de comida e bebida, mas uma gentil senhora dona de uma doceria o acolheu alegando que ele lembrava muito seu filho que havia morrido há alguns anos por um grupo de homofóbicos que o agrediram na calada da noite. A idosa não tinha muito, mas ajudou o jovem a arranjar um emprego que lhe pagasse mais e o acolheu em sua própria casa, assim o cacheado conseguiu se formar no ensino médio.

Já com seus vinte anos, Harry tinha um apartamento próprio e um emprego mais estável, porém decidiu começar uma faculdade para conseguir ir mais além e optou por fazer gastronomia já que tinha muita proximidade com a área. Atualmente trabalhava como cozinheiro no restaurante Bib's onde podia explorar todo seu potencial.

Assim que se formou e começou a trabalhar naquele restaurante, Harry decidiu adotar uma criança. Foi uma ideia inesperada, mas muito bem planejada depois de plantada em sua mente, teve relacionamentos frustrantes onde todos acabaram em término destruindo cada vez mais seu sonho de se casar e ter uma família grande, então decidiu que não precisava de um parceiro para poder amar uma criança, ele poderia facilmente fazer isso e tinha condições para tal. Foi então que Valerie apareceu, uma doce garotinha de olhos verdes grandes, covinhas adoráveis, lábios finos, nariz redondinho e cabelos castanhos lisos que chegavam até seu ombro. No dia em que Harry fora visitar o orfanato ela havia acabado de chegar, tinha somente três anos e estava em seu sétimo lar adotivo, logo depois de adotada era devolvida pelos pais por ser muito quieta e chorona.

Harry se apaixonou pela pequenina.

- Vava, cadê você? - Harry andava de um lado para o outro dentro do apartamento em que moravam a procura de sua filha. - Está atrasada para a escola amor!

Ele já não tinha mais energia para correr atrás da pequena, seus vinte e nove anos o impediam.

- Não quero ir. - O som abafado se sua voz vinha debaixo da cama de princesa. - Você disse que eu não precisaria voltar. Mamãe mentirosa!

Harry suspirou se sentando na cama dela.

- Eu não menti minha fofuxa, nós realmente não precisamos ir pra escola nas férias, mas agora precisa voltar.

Agora com seus sete aninhos de idade Valerie era extremamente esperta e atenta a tudo o que diziam, nunca esquecia nada e principalmente promessas.

- Você é uma mamãe malvada. - Valerie resmunga se arrastando para fora da cama. - Mas eu faço isso por você.

Meu SalvadorOnde histórias criam vida. Descubra agora