Capitulo XI: Episódio Cardiovascular

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Regina viu Emma subir no pequeno palanque montado na câmara de vereadores da prefeitura especialmente para essa ocasião. As duas mulheres tinham saído em completo silêncio de seu escritório ignorando os olhares preocupados de sua assistente e os olhares curiosos da imprensa.

Regina ignorou todos eles.
Ela tinha uma proposta para ser aprovada e tinha que focar nisso.
Não que ela conseguisse.

Tudo que ela podia pensar era como a Xerife Swan tinha enganado a cidade inteira. E pior... Como Regina nunca tinha desconfiado?

Ela ainda tinha perguntas que queria respostas. Há quanto tempo todos pensavam que ela estava noiva?

Ela balançou seu celular na mão, bloqueando a voz da loira fazendo sua apresentação. Não conseguia nem olhar em sua direção e tinha que fingir não estar escutando sua voz ou Regina iria subir naquele palco e dar três tapas no rosto da loira.

Como ela ousa colocar Regina nessa situação?
Lhe expor dessa maneira?
A confusão estava lentamente saindo de sua mente e dando lugar a raiva e ela ignorou uma pontada no peito.

Olhou para seu celular de novo.
Como não tinham falado com ela sobre isso?
Lentamente, ela abriu suas redes sociais... Suas redes sociais oficiais e viu as diversas notificações que estava ignorando a semanas. Se tivesse aberto antes o que teria acontecido? Teria parado essa farsa?

Até o jornal de Stobryooke?
Ela prendeu a respiração e soltou devagar ao ver as imagens que estavam publicando e lhe marcando. Encontros casuais com a Xerife, encontros normais de chefe com empregada sendo tirados do contexto...

Seu dedo coçou e sua vontade era escrever ali mesmo um texto desmentindo tudo e publicar. Ela olhou na direção da loira novamente. Para um observador casual, não havia nada de errado com Emma Swan, mas no pouco tempo que estavam passando juntas, Regina já reconhecia alguns de seus trejeitos e sabia que, por exemplo, sua passada de mão no cabelo indicava que a loira também estava nervosa.

Bom, Regina decidiu não sentir pena da mulher, afinal, ela que tinha inventado toda essa história. Se Emma Swan queria tanto se aproximar de Regina porque não a chamou pra sair ao invés de inventar um noivado falso?

Que?
Por que ela pensou isso?

Claro que Swan não deveria lhe chamar para sair. Não deveria lhe chamar para nada. E além do mais, estranhamente, Regina acreditava na história da mulher. Acreditava que a mentira tinha sido um impulso, afinal, qualquer pessoa que tivesse parado para pensar durante um segundo saberia que isso estava fadado ao fracasso.

Regina engoliu seco olhando todas as interações que teve por mensagem nas últimas semanas. Tanto com sua família - Cora - quanto com seus subordinados. Claramente, todos sabiam desse suposto noivado.

Um aplauso grande ecoou pela câmara e a tirou de seu devaneio.
Ela aplaudiu no automático.

Era agora...
Em poucos minutos os vereadores iriam votar sobre o curso de desarmamento e a totalidade de sua proposta seria aprovada. Ela já tinha uma vitória com a legislação, mas para concretizar ela também precisava dessa aprovação.

E isso foi a única razão que a impediu de arrancar a cabeça de Emma Swan em seu escritório.

Mas teria tempo para isso!
Os cliques de câmeras eram diversos e ela sorriu pensando na humilhação que Emma passaria em alguns minutos. Sim, a mesma humilhação que a loira a fez passar por lhe fazer de idiota perante sua cidade.

Ela pousou a mão sobre seu peito enquanto via a dita cuja andando em sua direção. Tudo que Regina sentia era um misto de exasperação e raiva nesse momento, olhando para os cachos loiros balançando sobre o ombro da xerife.

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