Five

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Voltei depois de meses :)
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Rosamaria POV

Dois dias se passaram depois daquela humilhação que eu e Roberta passamos na sala de aula. Confesso que no dia seguinte eu implorei pra que minha mãe me deixasse faltar, eu realmente não queria ir. Ela apenas me respondeu dizendo que se eu não fosse só iria piorar a situação, e que não entendia como eu era tão madura pra umas coisas e tão criança para outras. Uma vez que a decisão de não contar nada a ninguém foi minha, eu teria que encarrar as consequências.

Mas enfim, o único proveito que eu tirei de toda essa situação foi que eu conseguir ouvir da boca da Roberta: Vamos refazer a lista! Meu estado de alegria mudou radicalmente. Marquei com ela para nos encontramos às três horas em frente à praça da cidade e, só pra variar, ela está atrasada. Juro que eu pensei que ela tinha desistido, então quando eu menos esperava, eu a vi correndo em minha direção. Ela se desculpou pelo atraso, justificando que o ônibus tinha atrasado mais do que o normal para passar. 

⸺ Tem certeza que quer fazer isso? - Ela me disse enquanto entravamos no estabelecimento. - Sua mãe vai te matar e de quebra, ela vai me matar também. Rosamaria, ela vai surtar você tem noção das consequências disso?

⸺ Betinha, você fala como isso fosse a pior coisa do mundo!

⸺ Não é isso, mas e se não ficar bom? - Ela parou e respirou fundo. - Ok, mas se sua mãe perguntar eu fui contra e não tive nada haver com isso, você me arrastou contra vontade, certo? - Não pude deixar de rir e afirmei com a cabeça.

Eu sabia muito bem que minha mãe ia me matar. Mas também, qual mãe não iria se a filha do nada fizesse uma mudança sem a sua "autorização"? Mas a minha intenção era aproveitar o máximo possível. Eu realmente não me importo com o que os outros vão pensar dos itens da minha lista. Apenas quero fazer o que me dê vontade.

Quando abrirmos a porta, um homem loiro apareceu para nos atender. Roberta agarrou minha mão e perguntou pela milésima vez se eu tinha certeza daquilo. Eu nem fazia esforço pra responder, ela já sabia a resposta. Ele nos levou para a área de espera, nos questionou se já tinha certeza do que queria fazer. Quando eu neguei, ele nos entregou um pequeno livro de amostras, falando que quando eu decidisse o que fazer era só chamar e depois saiu. Quando abrir o livro, Roberta fez uma cara de rejeição, eu a olhei e comecei a rir.

⸺ Ora, vamos Betinha, isso não é o fim do mundo!

⸺ Ai, eu só espero que sua mãe me deixe escolher como eu quero morrer. -Morte, como uma palavra tão pequena, pode significar tanto? Meu coração apertou, lembrando de que essa palavra, mais cedo, ou mais tarde chegaria sem pena para mim. E eu agora, mais do que nunca, tinha que correr contra o tempo. Já que dele não resta muito, tinha que realizar a lista o mais rápido possível. Depois de um tempo Roberta percebeu o que tinha falado, ela sabia o que essa palavra indiretamente me dizia.

⸺ Oh Pink, me desculpe... - Ela disse me dando um abraço de lado. - Ai como eu sou burra!.

⸺ Calma, Betinha. -Disse rindo, com esperança de quebrar o gelo da situação.

⸺ Eu não devia falar de morte na sua frente amiga... - Ela me fitou por alguns segundos, depois bateu a mão na testa e eu ri. - Droga, eu falei de novo. Eu sou uma péssima amiga, droga, droga!

⸺ Você não péssima amiga, vamos mudar de assunto esta bem? - Ela assentiu. - E então que tal essa? - Disse apontando para revista.

⸺ Por favor amiga, se você for mesmo cometer essa loucura, escolha uma melhor.

⸺ Então, qual você gosta mais? -Ela ficou me olhando por algum tempo, analisando meu rosto. - Hein? - questionei impaciente. Por fim, ela tomou a revista da minha mão e começou a folhear. Quando acho algo que a agradasse virou para mim atontando a escolhida.

A lista - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora