CAPÍTULO ÚNICO- EX-NAMORADO DOS INFERNOS
Megumi abriu a porta da geladeira distraído, sentiu o estômago vazio da mesma forma que o eletrodoméstico estava, suspirou irritado.
— Yuuji! — chamou alto, a irritação perceptível no seu tom de voz, Itadori temeu por sua vida.
— O que aconteceu? — gritou em resposta, pausando sua série de médicos italianos, Doc: uma nova vida, para ouvir o outro.
Fushiguro caminhou com passos duros até a sala, os olhos azuis furiosos para o garoto.
— Eu pedi pra você fazer as compras no início da semana, Yuu, não tem nem mosquito morto na geladeira — disse irritado.
— Eu esqueci completamente. Desculpa, Gumi! Eu sinto muito mesmo, sou um imprestável — os olhos redondos brilharam pelas lágrimas acumuladas, Yuuji formou um biquinho chateado nos lábios e se encolheu sobre o sofá.
Fushiguro respirou fundo algumas vezes, visando manter a calma, Yuuji estava mais distraído e atrapalhado após o término recente, não o culpava por isso, estava ciente do quanto ele gostava daquele cara, mas estava com fome e de mau humor.
Estavam sendo longos dias de choro, potes de sorvete, brigadeiro e maratonas de série, o combo completo de depressão pós término de namoro.
— Não precisa reagir assim também — resmungou, revirando os olhos para o desespero estampado no rosto do amigo.
— Eu vou agora mesmo, me manda a lista no whats — Yuuji sequer trocou de roupa, usando roupas de moletom folgadas e chinelos com meias amarelas com gatinhos azuis.
— Cabeça de vento — Megumi soltou o insulto bobo em um sussurro.
— Yuu saiu de casa? — Toge perguntou.
O homem vestia apenas um calção de tactel curto, o dorso desnudo, os pés descalços e os olhos inchados indicavam que ele ainda estava com sono, uma visão tranquila que era quebrada pelas tatuagens do seu rosto, nada como Sukuna, ao redor de sua sua boca, sinalizando que palavras poderiam ser maldições, mudar a vida das pessoas, causar trauma, feridas, um aviso de que sempre deveria tomar cuidado ao abrir a boca para falar, um ideologia que Megumi admirava muito, mas era incapaz de seguir.
— Não que tenha sido fácil — respondeu, andando junto dele até a cozinha, provavelmente teria que fazer mochi, uma receita simples do seu país de origem — ele quase começou a chorar porque eu reclamei da geladeira
— O que tem a geladeira? — perguntou confuso, analisando o retângulo prateado de duas portas, parecia estar normal em sua visão.
— Tá vazia, Inumaki, igual a cabeça de vocês! Não é possível que ninguém tenha notado o buraco negro ali dentro — resmungou, abrindo os armários para pegar ingredientes, até lembrar que não tinha arroz mochigome nem coisas para fazer recheio.
Irritado bateu a porta de madeira, a tensão aumentando ao perceber que nem pó de café tinha naquela casa, porra havia saído dos cuidados de Satoru para passar fome? Preferia aguentar o "adulto" insuportável a ficar sem condições de comer um pão com ovo.
— Mau humor?
— Desculpa, amor, eu tô com fome — murmurou, abraçando o corpo menor, escondendo seu rosto contra o pescoço claro.
Toge havia acabado de sair do banho, estava com cheirinho de sabonete e os fios dos cabelos brancos úmidos, sentiu cada músculo de seu corpo relaxar ao ter os braços abraçando-o, um beijinho sendo depositado em sua bochecha, era sua forma de demonstrar que estava tudo bem.
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Posso Ajudar? | Goyu
Fanfiction- Oi, o senhor pode me ajudar? Yuuji deveria ter percebido que tinha algo errado quando os ombros largos ficaram tensos ao som de sua voz, mas não queria se agarrar a paranoias, queria mesmo dar o fora daquele lugar, porém, tudo foi por água abaixo...