Insetos na floresta

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POV JUNGKOOK.

Estamos desesperados. Os policiais organizaram uma equipe de busca pela mata, ela não é  tão grande, mas é  cheia de trilhas.  E isso pode dificultar para gente.

Mas acabamos organizando uma equipe por conta própria. Todos ajudaram!

Os meninos, os professores da escola, muitos pacientes do Jimin. Muitos mesmo!

Todos estão ajudando da sua maneira.

Jimin está até me preocupando. Claro que eu também estou apavorado, mas por Jiny ser autista, ele acha que provavelmente Jiny está em crise desde quando entrou na floresta.

Eu confio no meu filho, sei que ele é  muito esperto. Mas é  só um garoto.

JM_ Tá escurecendo...

JK_ Calma, anjo. Vamos achar eles.

Fui até meu chefe que conversava com um outro policial que estavam liderando as buscas. 

Escutei uma última frase deles, que me fez entrar em desespero.

C_ Também acho que devemos parar.

JK_ Parar o que?

C_ Jungkook, está escurecendo. Pode ser perigoso entrar na floresta...

JK_ É  perigoso para nós  e ainda mais perigoso para dois garotos.

C_ Eu entendo Jungkook, mas você sabe que é  assim que funciona. Sempre paramos as buscas a noite.

JK_ E  agora que eu tô do outro lado, vi que erramos muito. Esse tempo que estamos seguros na nossa cama, crianças estão passando frio na floresta. Claro que  vocês não podem se arriscar, mas não foi isso que juraram fazer quando vestiram essa farda? 

Eles me olharam sem responder.

Eu entendo que é protocolo.  Mas é o meu filho que está perdido. Eu não vou parar de procurar ele.

POV Sehun

Eu não sei se fiz certo em fugir com o Jiny, mas eu ouvi o cara falando com um outro no telefone.

Ele disse que ficando com o Jiny, ele teria dinheiro pelo resto da vida. Então, talvez o plano dele seria levar o Jiny mesmo depois de ganhar o resgate.

Então decidi fugir.

Abri a porta com um grampo, que sempre carrego comigo no bolso da calça, e fugimos.

Mas agora, estando com Jiny no meio do mato com ele segurando uma crise, não sei se fiz certo.

Ele está desde a hora que saímos de lá, enrolando o cabelo e hora ou outra vejo  ele se arranhar.

Se_ Vai dar tudo certo, anjinho. Meu pai vai achar a gente.

Qualquer som assustava muito o Jiny e o doutor já tinha me falado sobre isso. Quando ele está em crise a sensibilidade auditiva dele aumenta.

Se_ Acho que podemos ir por aqui.

JN_ Já passamos por essa árvore três vezes.

Olhei para ele surpreso.

Ele falou isso sem realmente me encarar. Seus olhos olhavam em volta assustado e seu braço já estava todo vermelho de arranhões.

Se_ Você consegue diferenciar uma árvore de outra?

JN_ claro. Elas não tem a mesma quantidade de galhos.

Fiquei surpreso, mas talvez isso ajude.

Se_ Por qual árvore ainda não passamos? Consegue dizer?

Ele ia responder, mas bateu um vento e várias folhas vieram em nossa direção.

Para mim são só folhas. Para o Jiny é  um pesadelo. O corpo dele está cheio de areia, poeira e isso para um garoto que não pega nem em farinha, é  terrível.

Se_ Bebê, me escuta. Consegue  dizer qual árvore ainda não passamos?

Ele estava mordendo os lábios, segurando um choro que já não dava mais para segurar.

JN_ Tem insetos, eu tô sujo e  eu pensei que florestas fossem silenciosas. Mas tem muito barulho. Eu já ouvi 7 corujas. Corujas não são bichos fofinhos. E tem bichos passando perto da gente.

Ele sabe quantas corujas. Eu nem ouvi coruja. Isso aqui deve estar sendo um pesadelo.

Se_ Jiny, eu sei que está assustado. Olha só para mim._  cobri seus ouvidos e segurei seu rosto para ele me encarar. _  olha em volta e veja se encontre uma árvore que não passamos ainda.

Ele respirou fundo tentando se acalmar e olhou em volta.

Jn_ Não passamos por ali.

Se_ Ótimo, bebê. Vamos sair daqui, ok?

Ele afirmou e eu peguei em sua mão para sairmos dali, mas ele não saiu do lugar e ainda me olhou apavorado.

Se_ Jiny?

JN_ minha perna....

Ele sussurrou assustado e eu olhei para o chão.

Meu Deus....meu Deus...

Tem um monte de formigas subindo pelo pé  dele.

Se_ Calma, eu tiro.

JN_ S-Sehun são formigas de fogo....elas têm veneno.

Tirei minha camisa e bati na perna dele, tirando o máximo de formigas possível.

Puxei ele para corrermos dali, para sair o máximo possível de perto delas.

Quando estávamos em uma distância segura, olhei para ver como estava a perna dele.

Se_ Jiny...

Ele foi picado várias vezes. As formigas deviam estar em sua perna a muito tempo. Ele devia estar sentindo dor a muito tempo. O doutor Já tinha me falado sobre isso também.

Jiny é  muito sensível com  o que ele vê. Por exemplo,  se ele ver um corte pequeno na mão, ele vai fazer um escândalo e ficar apavorado.

Mas se ele não ver, ele ignora a dor.

Se_ Qual o veneno dessas formigas? O que elas causam?

JN_ São como vespas. 

Então ele vai dar reação.

Precisamos sair daqui.

Se_ Consegue ver se já passamos por alguma dessas árvores?

Ele olhou em volta e chorou desesperado.

JN_ Sehun, tá escuro.

Tentei acalmar ele e dar um abraço, o que só piorou a situação, porque ele chorou mais ainda e começou a puxar os cabelos.

Se_ Bebê, vamos contar? Pode me ajudar a contar quantas árvores tem aqui?

Ele continuou chorando e eu segurei Deus braços para ele não se ferir.

Se_ Conta comigo Jiny, quantas árvores?

Depois de insistir muito, ele começou a contar. Mas não foi fácil acalmar ele e sei que ele só prendeu a crise.  Se sair tudo que ele está sentindo, estamos perdidos.

Precisamos ser encontrados, rápido!

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