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YASMIN LANUTTI AMAVA viver novas experiências. Quando seu pai foi transferido para Barcelona pela empresa onde trabalhava e levou consigo sua família, Yasmin, mesmo que tenha deixado sua vida e suas amigas no Brasil, se sentiu completamen...
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Poucas coisas Yasmin amava mais do que ver o pôr do sol da sacada do seu apartamento. Ela amava sua família, seus amigos, pijamas com estampas bonitinhas, suco de laranja, livros, música e gatinhos, mas nada se comparava ao amor que sentia ao ver o pôr do sol. Morava em Barcelona a cerca de 6 anos e sempre que tinha tempo admirava aquilo que, para ela, era o seu paraíso.
E isso era raro, já que arrumar um tempo para fazer alguma coisa que não seja estudar, trabalhar e cuidar do seu irmão mais novo era difícil. Sua faculdade era o que lhe tomava mais tempo.
Decidiu cursar psicologia porque sentia um enorme prazer em ajudar aqueles que sentiam o mais profundo vazio e, para ela, essas pessoas eram as mais dignas de receber ajuda. Sabia disso porquê ja foi uma delas. Quando tinha 15 anos, perdeu sua tia, vítima de câncer nos ovários.
Nunca havia sentido a dor do luto e, quando sentiu, achava que essa dor nunca iria embora. Yasmin e tia Célia eram uma dupla inseparável, quando ela se foi, Yasmin sentiu a culpa de não estar segurando a sua mão nos seus últimos momentos. Tia Célia era psicóloga/psicanalista e foi e sempre será a maior inspiração de Yasmin.
Por isso, quando Isabel lhe mandou uma matéria dizendo que o Barcelona, um dos maiores clubes da Europa, estava procurando uma estagiária, não hesitou em preencher o formulário. Nunca se quer tinha pensado em trabalhar na área do esporte, o seu maior sonho era ter a sua própria clínica, já tinha tudo montado na sua cabeça; mas não viu nenhum problema nisso, já que estaria lá apenas por um motivo: ajudar aqueles que precisavam ser ajudados.
Agora estava ali, observando o pôr do sol para tentar acalmar a sua ansiedade. O resultado do estágio saia em mais ou menos 30 minutos.
Ela realmente queria aquele estágio, pois assim sairia do seu emprego de atendente em uma cafeteria que odiava para um emprego como psicóloga onde, com certeza, iria amar.
Não que ela precisasse realmente trabalhar na cafeteria, seus pais tinham uma condição estável, mas ela queria ajudar, claro. Sua mãe, Laura, era enfermeira em um hospital no centro de Barcelona e seu pai, Alexandre, trabalhava em uma empresa de Software, eles viviam bem.
— Yas, esse resultado não sai logo não? - Disse Gustavo, seu irmão de 11 anos. Ele era alguns centímetros mais baixo que a irmã, tinha os olhos e os cabelos castanho escuro e cílios grandes, o que fazia Yasmin sentir inveja. — Eu quero ir trabalhar com você, já imagino eu e o Pedri sendo melhores amigos, aí ele pode falar de mim pro Messi!
— E quem disse que eu vou levar você comigo?
— Eu! porque você me ama. — Disse dando um sorriso e fazendo a sua melhor cara de cachorro sem dono. Yasmin soltou uma risadinha pelo nariz.
