Visita

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Dio:

Não trabalhei hoje porque minha folga é no domingo, então decidi ir até a casa do Jonathan pra poder dar uma olhadinha no meu filho, e talvez levar ele pra comer e passear por aí comigo...

Bati na porta e demorou pra mim ser atendido, e quando eu fui, foi pelo Jojo... Ele estava todo suado e usava uma roupa de ginástica.

- Ah olá, eu passei aqui pra ver o Giorno... — Levantei a sombrancelha. - Tudo bem...? — Questionei após ver que ele estava um pouco ofegante.

- Ah, sim! Pode entrar! — Ele me deu passagem e eu entrei. - Pode se sentar ai, demorei porque estava praticando zumba na televisão com os meninos...

- Entendi... — Me sentei na cadeira que ele indicou e analisei sua feição suada. - Não sabia que fazia zumba...

- As vezes eu faço, gosto de me exercitar com frequência! — Ele respondeu com um sorriso largo nos lábios.

- Interessante...

O clima estava estranho e logo ficou silencioso.

Analisei o local, e posso dizer que o ambiente é bem decorado... Tem vários desenhos, provavelmente feitos pelo Jorge, na geladeira.

Era bem colorido e bonito, uma parte de mim ficou feliz ao ver que sua vida estava boa, e outra ficou com uma certa inveja.

Logo vi meu filho indo até mim e me dando um abraço forte, eu estranhei um pouco, já que ele não costuma abraçar e evita alguns contatos.

- Oh, nossa! — Retribui o abraço com um sorriso.

Era bom ver ele feliz. Logo o filho de Jojo apareceu e parecia estar bem animado.

- Oi tio!! Eu e o GioGio estávamos brincando de pega pega e ele me pegou, dai depois eu peguei ele e o papai trouxe chocolate pra gente e nos chamou pra fazer dança! — Ele dizia na maior euforia.

- GioGio...? — Perguntei com um sorriso, achei graça desse apelido... Soava bastante com "Jojo".

- Sim! É o apelido que eu dei pra ele, agora nós somos melhores amigos, né?! — Ele perguntou se virando pra Giorno, que balançou a cabeça em um "sim".

- Fico feliz com essa notícia... — Respondi e afaguei os cabelos do Giorno. - Então, "GioGio", quer ir pra sorveteria comigo?

- O Jorge pode ir junto? — Ele perguntou animado.

- Ah... Claro, se Jojo autorizar. — Olhei pra ele que observava de longe com um sorriso.

- Por mim tudo bem! — Ele respondeu de modo alegre.

...

Estávamos no carro, e Jojo acabou indo junto conosco... Aliás, ele também estava de folga.

Fomos até uma sorveteria e todos pediram sabores diferentes de sorvete, havia uma piscina de bolinhas no local e nossos filhos queriam ir até lá ficar brincando depois dos sorvetes... Oque me depositou um momento a sós com Jojo.

Quase não conversamos, apenas trocamos algumas palavras...

- Então... Você está feliz? — Ele me perguntou e eu olhei pra ele curioso.

- No momento sim... Por que a pergunta? — Questionei.

- Bem... Faz um tempo que nós não conversamos. — Ele desviou o olhar pra baixo. - Então... Eu queria que nós não tivéssemos problemas em conversar um com o outro... Por mais que nós tenhamos um passado um pouco ruim juntos, em certas partes... — Olhei pra ele um pouco surpreso e ele logo voltou seu olhar pra mim.

- Por mim tudo bem... — Vi ele voltar a sorrir. - Não tenho problemas com isso, aliás percebi que meu filho gostou do seu, então passaríamos a nos encontrar com uma certa frequência, e não queria que ela fosse desagradável. — Respondi com uma feição séria e ele concordou com a cabeça.

- Obrigado por aceitar bem... Vi que você amadureceu muito nesse tempo. — Ele disse e eu sorri forçado.

- Sim, você também. — Respondi. - ... Isso é tão nostálgico.

- Realmente...

Ficamos observando Giorno e Jorge brincando juntos, e falamos sobre os nossos filhos... Os gostos, as manias, oque nós gostamos neles... Essas coisas.

Estava sendo um momento agradável, e estranho... Mas dessa vez era um estranho bom.

Nos despedimos e eu dei o meu número de telefone pra ele me ligar caso aconteça algo com Giorno.

Levei eles até em casa e nos despedimos.

Jonathan:

Havia chegado em casa e os dois foram correndo pro quarto juntos... Fui lá com eles e eles me pediram pra botar algum desenho e fazer uma comida.

Então eu fiz, deixei eles a vontade e tomei banho... Logo depois fui pra sala e recebi uma ligação do número da Erina.

- Amor, tudo bem? — Perguntei.

- Não muito... Estou te ligando pra dar uma notícia um tanto triste... — Ela disse e eu levantei uma sombrancelha.

- Oque aconteceu...? — Questionei receoso.

- Bem... O seu pai ele... — Ela mencionou e eu comecei a ficar preocupado. - ... Ele morreu.

- O-oque...?!! — Questionei assustado. - Você fala sério?!! Quando, como??

- N-não fique assim...!! Eu sei que é uma notícia triste mas eu não quero te ver assim, me dói ter que falar isso... Eu não sei direito, acho que foi ontem a noite... Te liguei pra avisar que ele queria que deixassem algumas coisas enterradas com ele...

- ... — Fiquei em silêncio, ainda estava formulando essa notícia.

Meu pai morreu...?

- Eles pediram pra você pegar a lista que ele deixou no escritório dele pra quando morresse... Você pode ir lá ainda hoje?

- Eu... Ok... — Respondi e desliguei.

Comecei a ficar com uma crise existencial, meu pai morreu...? Eu ainda estava desacreditado...

Tudo bem que ele já era velho e não me dava muita atenção, mas mesmo assim... Ele era importante pra mim e eu amava ele.

Fui até o quarto onde estavam as crianças.

- Ahm, nós... Vamos lá na casa do vovô... — Avisei e Jorge ficou animado.

Ambos se aprontaram e fomos até lá, eu fui um pouco devagar com o carro... Ver aquela grande casa e bater na porta sem ter o sorriso caloroso que o meu pai dava quando nos atendia pessoalmente, é estranho e doloroso.

- Bem, vocês podem ficar brincando na sala... Eu preciso dar uma olhadinha no escritório dele.

- Cadê o vovô?? — Jorge perguntou.

- Ele... Foi passear. — Menti e subi até o escritório pra não ter que dar mais satisfações dolorosas pra ele.

Não achei a lista de vista, então fiquei mexendo em algumas coisas... Até que uma caixa caiu e nela haviam muitas cartas...

Comecei a fuçar, poderia ser algumas dessas cartas...

Fiquei fuçando até que achei uma coisa um tanto curiosa, era uma carta que o meu pai havia dado pra Erina quando nós tínhamos 12 anos... Então abri curioso pra saber oque era, até porque não lembro deles terem muito contato nessa época.

Assim que abri, fiquei desacreditado com o conteúdo que estava naquela carta...

- Não creio... — Murmurei pra mim mesmo enquanto lia.

Não Vou Desistir De Você! [Jonadio]Onde histórias criam vida. Descubra agora