Save Me | taekook

[com você]

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Snifa a primeira linha da noite. A melhor essência que qualquer perfume. A cocaína em grãos minúsculos chamam a atenção de Taehyung, o que o faz, impulsividade, cheirar uma dose repartida desesperadamente.

Quem é Kim Taehyung? Se a droga falasse, seria melhor dar-lhe espaço para posicionar-se e responder com clareza entre náuseas e agitação. Contudo, ela é silenciosa, escondida e procurada por quem mais quer experimentar e tem curiosidade. Não tem voz para responder todas as questões pensadas e pesquisadas, como por exemplo: Quanto tempo demora para fazer efeito? Onde procurar? Quais os preços? Posso morrer com ela? Realmente, o que importa pesquisar, pensar duas vezes, se a merda irá ser feita mesmo assim?! E as pessoas não querem morrer - pelo menos não a maioria -, elas querem escapar e sentir liberdade, o sangue nas veias a aquecer. Só que sem responsabilidades, é claro. Caso contrário as pessoas procurariam algo leve que deixasse a consciência igual a uma pena de pássaro.

O fim é simples apesar da complexidade por trás: O Kim com a sua postura inclinada, o nariz a poucos centímetros da pia, inspirando os grãos pequenos. O consumo tira-o da realidade, seu maior objetivo. Aumenta a frequência cardíaca e, contraditoriamente, o faz sentir vivo, a respirar. O efeito rápido grita por Taehyung como um doce chama por uma criança. E o Kim pouco se importa de ser visto como o viciado que é. Afinal, quem não tem um vício ou uma obsessão que consiga conduzir a mente e deixá-la entorpecida ao mesmo tempo dá desejo à pessoa de procurar por mais que cresce sem parar? Pelo menos é dessa forma que ele encara a situação por achar cada pessoa que aparece à sua frente dramática.

Taehyung pouco se importa onde cheira, se está sozinho ou acompanhado, sendo observado ou ignorado. Taehyung quer ficar chapado, essa é a mais pura realidade. Ele quer tomar suas decisões sem uma mão a agarrá-lo. Ele encontra-se mais cego do que propriamente doente. É um caso de se encarar e pedir ajuda, no entanto, ajuda o Kim não dispensa.

Expira todo o oxigénio preso nos pulmões e aperta os olhos, tendo alguns espasmos nas pontas dos dedos. E o certo é que não sabe de nada. Ou talvez faça alguma ideia e goste de ignorá-la para continuar sem preocupações ou situações complicadas para lidar. São desculpas atrás de outras que tropeçam constantemente.

O reflexo responde por si só: bolsas marcadas abaixo dos olhos, o olhar entreaberto, as roupas desajeitadas e o cabelo azul bagunçado. Sem brilho, sonhos ou luz. Apenas Kim Taehyung e seu vício, o conhecendo perfeitamente bem e sabendo como ele funciona. É um velho amigo, a mesma satisfação de sempre.

Puxa algumas folhas de papel de onde estão presas até rasgadas e limpa o nariz, tirando a razão de cima de si e felicidade uma vez sentida na vida. Aproveita para limpar a pedra provida de uma cavidade e abre a torneira com o intuito de lavar a cara enquanto o coração acelera com o passar dos minutos. Doía no início. Agora, no entanto, é indiferente. Qualquer sentido deixou de fazer sentido, e essa frase é tão idiota e estranha quanto seus pensamentos conturbados e esquisitos. A perturbação pode ser comparada com o que se chama de abandono, adeus e deixado na mão. Ele suspira profundamente, levando a visão em torno de si próprio.