Prólogo

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       O calor fazia seu corpo suar. O celular tocava que nem louco no seu ouvido. Uma cama que claramente não era a sua e que incomodava seu corpo cansado.

     Com certeza Ash Lynx não estava em sua casa. O problema era se lembrar o que tinha feito noite passada e como foi parar naquele lugar desconhecido. No entanto, tudo que queria fazer era continuar deitado até a coragem de se levantar surgir.

     Quando o celular tocou pela décima vez, Ash desistiu. Sua mão procurou de onde vinha aquele barulho chato e o achou na cabeceira ao lado da cama. Foi só quando levantou a cabeça para desligar o alarme que percebeu não estar sozinho. A pergunta mais cabível seria quem era aquela pessoa com um sono pesado ao seu lado, mas sinceramente, ele não se importava.

     Se sentou, sentindo a cabeça latejar como se tivesse levado uma pedrada. Seu celular tocou outra vez, o avisando que aquilo não era um alarme. O susto de ver as horas e ver quem o estava ligando o fez pular da cama com tudo, e sem nada.

- Merda, merda...- Olhou para a tela do telefone, decidindo se atendia ou levava a bronca pessoalmente.

     A mulher ao seu lado se mexeu, seus cabelos cacheados negros deciam sobre a pele oliva e pelas curvas mais cheias do corpo, Ash constatou que ela era linda. Pena não lembrar seu nome, isso com certeza vai tirá-lo da lista de possíveis encontros futuros com a desconhecida.

- Bom dia, Ash.- Disse, espreguiçando-se manhosamente.

- Oh olá, você.

     Sua careta denuncia o lapso de memória, o que a fez rir.

- Você esqueceu meu nome, não foi?

- Claro que não, como esqueceria de um rosto tão lindo como o seu.

- Me chamo Naya, prazer.

     Naya se ergueu e caminhou nua até o loiro, que por um momento se esqueceu do celular tocando como se fosse um alarme de incêndio. Ash suspirou com a visão e imaginou coisas que poderia fazer para recompensá-la pela falha que cometeu. Naya pegou o vestido que estava jogado no chão do quarto e o vestiu.

- Não vai atender? - Apontou para o celular tocando. Isso tirou Ash do transe, que olhou mais uma vez para o aparelho, meio desesperado com o que poderia vir.

- Licença, Naya.- Atendeu e pôs o telefone no ouvido, com a outra mão vestiu a calça que estava jogada na estante junto com o celular, pulando como Saci Pererê.

- Me diga que você demorou tanto para atender porque estava treinando feito um louco.

- Max, cê me conhece. São e salvo em casa, bro. Treinando feito louco.

     Ash olhou para todos os lugares, onde cargas tinha deixado sua blusa. Quando Naya o entregou, ela sorriu e ele realmente sentiu que mais algumas horas ali não o faria nenhum mal.

- Preciso que venha a empresa agora, bro. - Zombou.- Temos que conversar com você urgentemente.

- O professor também está aí?

- Claro que está, mais um motivo para você vir correndo. Sabe como ele odeia atrasos e você já me fez perder muito tempo com as vinte ligações que não atendeu.

Wave after WaverOnde histórias criam vida. Descubra agora