Comunidade Sapphire

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L U C A

— Já vai sair meu filho? — minha mãe questiona se aproximando de mim com meu chapéu em mãos.

Como eu odeio dia de patrulha. Quer dizer, eu gosto de ajudar as pessoa que precisam mas eu me sinto terrível vendo o que a cidade se transformou após aquele cachorro maldito infectado em Washington morder sua dona, o vírus destrutivo machucou muitas pessoas com sua transformação lenta e doída e agora eles quem tentam nos machucar para alimentar sua fome insaciável. Se não fosse um pequeno descuido meu avô ainda estaria aqui. Ah, são tempos que não voltam nunca mais.

— Vou sim, mãe. — a mulher baixinha me entregou o chapéu em mãos e eu o coloquei na cabeça. — Vou só pegar minha espingarda e vou saindo já.

— Cuidado lá fora, hein. Me diz, o que você quer jantar hoje?

— Eu queria mesmo era um frango assado com batata e refrigerante. — ela riu, se divertindo com minha imaginação fértil.

— Não se faz de bobo, Luca!

— Okay, acho que vou querer repolho e torradas.

— Vou falar com a sua irmã. Tenha cuidado meu filho, lá fora está muito perigoso!

— Eu volto em breve. — deixei um beijo no topo da sua cabeça antes de me despedir vagamente do resto das pessoas ali.

Peguei minha espingarda e entrei na caminhonete do me avô. Esse dia será longo.

( . . . )

Y / N


Hoje era um daqueles dias que eu precisava sair pra buscar comida ou água, os mantimentos tem acabado cada vez mais rápido. Ou talvez estivesse mais difícil de encontrar qualquer coisa que não estivesse contaminada ou sem dono. Eu não tenho nada a perder, prefiro morrer lá fora do que presa dentro dessa casa gelada sozinha, com fome e com frio. Juntei um pouco de coragem em mim e peguei uma cesta pra por o que quer que eu achasse dentro.

O ar do lado de fora ainda é pesado, provavelmente por conta desse cheiro de cadáver que infesta as ruas de cidade e queimam meus primos após cada respirada profunda. Caminhando em passos silenciosos eu comecei a minha jornada, não quero chamar atenção nem de gangues e nem de zumbis, acho que pior do que morrer de fome seria morrer pra uma gangue de arruaceiros. O mercado que antes eu vinha comprar comida toda semana hoje já está completamente diferente, o desespero da população foi tanto que eles começaram a quebrar as lojas e saquear mantimentos sem pensar nos outros. Eu também não pensaria nos outros, antes eles do que eu. Mas agora minha barriga está roncando e tudo que eu queria era entrar naquele lugar e achar algo pra comer. Estava muito escuro, era melhor não arriscar.

Olhando pelo vidro quebrado do mercadinho minha visão desfocou do interior da loja pra olhar a mim mesma no reflexo. Nossa, acho que nunca estive tão magra e pálida em toda minha vida, sem contar toda a sujeira que eu tinha mas minhas roupas e no meu corpo em si. Era melhor ficar suja do que desidratada.

Continuei andando pra que não entrasse em depressão ali mesmo.

L U C A


Caramba, rodei a cidade inteira e nada de encontrar alguém. Já tá começando a cair a tarde, é melhor eu ir embora antes que fiquem preocupados comigo. Dei meia volta no trajeto e perto do mercado onde eu costumava comprar comida com o vovô eu senti o pneu do carro meio murcho.

— Era só o que me faltava. — desci da caminhonete e fui verificar o pneu da frente.

Que estanho, ele estava normal. Deve ter sido só impressão minha mas depois do jantar eu vejo com o pai pra ver se ele conserta o que quer que tenha dado problema aqui. Abri a porta do motorista e cheguei perto de entrar toda via, antes que eu pudesse, ouvi um barulho estranho. Como se fosse alguém gritando socorro...

The End Begins - Luca LuhanOnde histórias criam vida. Descubra agora