Prólogo

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Sua visão estava desfocada e suas mãos suavam, mas a sensação da droga fazendo o efeito necessário para o seu corpo o fazia sentir-se mais livre como nunca. Seus olhos tentavam focar em um ponto preto no teto de seu quarto, a risada alterada era a trilha sonora daquele lugar, Jimin mal lembra a última vez que esteve tão feliz assim sem precisar estar sobre efeito de drogas e bebidas, muitos diriam que o garoto não precisa disso, afinal, tem um emprego maravilhoso de modelo, um apartamento luxuoso, uma mãe famosa e um padrasto que o trata como filho. Mas tudo não passa de uma grande fachada para as câmeras, sua mãe era uma tóxica obcecada por fama e poder, seu padrasto era um assediador de merda que o tocava e "mimava" sempre que tinha oportunidade. E ele? Bom, para seguir o sonho da carreira de modelo que sua mãe continuava a viver através de si ele teve que se submeter a muitas merdas. Era humilhante, sufocante e ele não aguentava mais, mas ao mesmo tempo como todas relações tóxicas, ele não conseguia sair tão facilmente, o apego emocional, o breve sentimento ao ter as minímas migalhas que recebia, a falta de aconchego, o achismo de que mãe é mãe independente de tudo e o fato de que em sua mente ele teria que fazer e aceitar tudo por ela.
Um estrondo é escutado na porta do seu apartamento, era ele, era sempre ele naquele horário.

- O que você quer? - Jimin se pronuncia com a voz falha

- Esqueceu que hoje você tinha casting na empresa? - Seu padrasto e dono da empresa que trabalha diz o analisando de cima a baixo

- Oh... Me ocupei - Ele dá as costas para jogar a garrafa de whisky vazia que continha em sua mão no lixo

- Se embriagando e ficando chapado como sempre? - Dita entre dentes - Estou farto dessa merda, se sua mãe souber ela...

- Ela não vai saber porque você está ocupado demais tentando "mimar" - Fez aspas entre os dedos - O filho dela para o foder - Ri em escárnio - Babaca - Sussurra a última parte

- Ainda bem que é esperto - Seu tom de voz era maldoso, suas mãos deslizaram lentamente pela cintura do mais novo que desviou na mesma hora - Qual é Park, vai bancar o difícil agora?

- Não tô com disposição pra suas merdas hoje, volte para mamãe, está tarde

- Porque? Drogado demais? Assim é melhor - Se aproxima - E sua mãe? Sabe que ela não liga se eu dormir aqui

- Cala a boca - Sua voz sai por um fio, ele sabia muito bem que sua mãe pouco se importava, contanto que ele continuasse a obedecendo como um cachorrinho adestrado, mas ouvir aquilo em alto e bom som sempre doía pra caralho

O homem mais velho se aproximou totalmente - enquanto que as costas do loiro se chocaram contra a grande janela de vidro - os lábios dele pousaram no pescoço branquinho do mais novo deixando uma marca ali como sempre fazia.

- Dessa vez, vamos até o final, sem drama, sem jogos, sem choro e desculpas. Entendeu? Estou cansado de esperar - O garoto apenas assentiu sentindo seu corpo estremecer, e não no bom sentido. O homem sorriu satisfeito levando uma de suas mãos até a bunda do mais novo, este que já ficava cada vez mais zonzo pelo medo e por conta das merdas que usou e tomou naquela noite, estava tão arrependido de tal escolha

- E-espera - Se pronunciou finalmente - Me espera no meu quarto, levarei uma bebida pra gente, farei uma surpresa!!

Mesmo receoso o homem acatou o pedido, Jimin respirou fundo aliviado por aquelas mãos asquerosas e aqueles lábios que lhe dão asco não estarem mais em seu corpo, na ponta dos pés ele vai até a saída e abre levemente a porta tentando fazer o minímo de barulho possível - "BUM" - a porta fecha forte demais atrás de si, seu corpo entra em desespero, então ele corre o mais rápido que pode, seus dedos afoitos começam a apertar o botão do elevador que chega no mesmo momento. Ao adentrar no mesmo e virar consegue ver seu padrasto correndo em sua direção, ele estava zangado, outra vez o desespero vem e vai de forma abrupta e momentânea quando a porta fecha sem que ele consiga o alcançar.

Jimin ri e chora, escandalosamente de forma intercalada, sua respiração parecia ir embora cada vez mais, suas mãos tremiam, estava tendo um ataque de pânico e pra completar sua visão estava turva e desfocada, mas não poderia se dar o luxo de parar. Cambaleante ele sai do elevador e corre, outra vez, o mais rápido que pode. A chuva que lá fora caia o encharcava ao que ele seguia em direção a avenida nada movimentada por conta do horário, percebeu que estava descalço quando sentiu o chão molhado sobre a sola de seus pés, cambaleou novamente, dessa vez caindo de joelhos no asfalto e quase de rosto se não fosse por suas mãos evitando com que ele caísse totalmente, levantou guiando seu olhar à sua frente. Era tarde demais "Não, por favor"; Pensou sem conseguir se mover quando viu o carro chegando em sua direção, o garoto fechou seus olhos esperando ser atingido, mas não foi.

- O-o que? - Seu corpo tremia ainda mais que antes, ele virou assustado, o carro havia desviado e capotado - E-ei - O garoto andava tão lento que seus pés se arrastavam, se abaixou soltando um grito abafado por suas próprias mãos ao ver a garota sangrando no banco da frente - Ei, ei, ei. Acorda, acorda!!

- Hyuna? Hyuna que merda tá acontecendo? - A voz completamente alterada do outro lado questonava

- Ambulância... ambulância, chama - O loiro gritou, ele não conseguia sequer formar uma frase

- Park, que porra? - O padrasto de Jimin foi até ele tirando-o de perto do carro

- Foi um acidente, eu não quis... - Soluçou, as lágrimas desciam sem parar, foi a última coisa que a pessoa do outro lado ouviu antes da ligação cair

- Tirem ele daqui, eu cuido disso - Falou para dois dos seguranças que ali estavam

- O que? Não!!

- Obedeça Park, pela sua mãe - O loiro negou, ele sabia que o homem não falou aquilo de fato pela esposa, mas sim por conta da mídia, não era bobo - Levem-no - Um dos seguranças o carregou pelo braço, enquanto o mesmo tentava se soltar a todo custo

Jungkook do outro lado da cidade estava aflito, tentava a todo custo ligar de volta para Hyuna, o que era em vão já que ela não atendia. Então ele começou a ligar para todos os hospitais possíveis até que passado os minutos, recebeu uma ligação da delegacia que trabalhava.

- Jungkook! - Hoseok, o delegado e melhor amigo do moreno se pronunciou assim que ele atendeu - A sua irmã sofreu um acidente, ela não.... - Não conseguiu dizer, não tinha como dizer ao melhor amigo que sua irmã havia falecido, não por telefone - É melhor você vir ao hospital, logo.

Sentiu seu peito apertar, e se segurou para não desabar ali mesmo.

Autora:
Oii pessoas, essa fanfic é baseada em um lakorn que eu gosto bastante, irá conter alguns gatilhos, muito drama, uma pitada de comédia, vingança e amor proibido que eu adoroooooo. Espero que gostem, me ajudem comentando e curtindo muito, coloquem na biblioteca e fiquem de olho nos novos cap, prometo que não vão se arrepender. Beijo de luz.

Happiness - jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora