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puta merda. eu não fiquei triste por isso, até porque ele é incrível, para caramba, mas não daria certo, walter é só meu amigo e nada mais. assim como eu, ele só está confundindo as coisas, né?

- e o que tem aí? - stella falou
- nada demais - eu respondi, logo em seguida saí

estou me aproximando do dormitório, será que walter vai está lá? talvez não deveriamos fazer tudo juntos e conversar o tempo todo. eu vou fazer o que? fingir que não recebi nada?

cheguei. será que ele está aqui? abro a porta?
não deu tempo, o mesmo já abriu. ficamos a poucos centímetros de distância. fudeu

- por que você tá parado aqui? - walter perguntou
- eu... é que... eu vim pegar meu celular
- ele está em sua mão
- ah, é mesmo! - respondi nervoso - e você, está indo para onde?
- estava te procurando
- pois?
- queria te perguntar se você queria assistir the boys in the band
- tá, é... deixa eu entrar

nos sentamos na cama dele. ele ligou o computador e colocou entre nós

- e então... recebeu mais sonetos? - walter disse
- além do de Celine, só mais um, mas não era um soneto - eu respondi tremendo
- foi o que eu mandei?
- é, foi
- e você não vai falar nada?
- acho que você está confundindo as coisas
- eu acho que não é bem assim, por que você acha isso?
- porque assim como você, eu me senti desse jeito, mas notei que so estava me enganando. eu não gosto de garotos
- na verdade, Henry, assim como todas as outras vezes você está negando o que sente, é sempre assim
- não é "sempre" assim... e de qualquer forma isso não vai mudar nada entre nós?
- não - ele respondeu enquanto em seus olhos escorriam lágrimas

*
é, ele falou que nada mudaria, mas mudou e eu não posso culpá-lo,

O que vem depoisOnde histórias criam vida. Descubra agora