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Lorde Voldemort estava irado, tão irado que precisara sair da instituição para que não lançasse um Avada em qualquer um de seus funcionários atuais.

Ele que em seus vinte e três anos obtivera a sorte em dar um golpe no ministério com o auxílio adquirido de bruxos influentes de outras potentes nações, o ministério não teve escolha em não ser se entregar plenamente ao bruxo das trevas.

Tom Riddle como poucos o conheciam e nenhum possuía a liberdade para assim nomea-lo, agora vivia em uma mansão extravagante, tinha servos e mais servos a sua disposição, tinha como seu ao menos quatro nações bruxas, ele era o maior e o melhor governante.

Ele era um governante exemplar, entretanto, nem todo o trabalho ele poderia realizar sozinho, a necessidade de possuir bruxos e outras criaturas trabalhando para si fora inevitável e o bruxo contava com cinco administradores principais, que os tiravam do sério completamente.

Se assentando em frente à imensa fonte em que alocara ao ministério principal, o homem assumi sua versão humana assim desejando não ser reconhecido, estava com raiva e seus olhos vermelhos eram a prova de todos os seus sentimentos.

Eu vou matá-los, todos eles, os torturar até não sobrar cabelo algum em seus corpos, vou pisotea-los e esmaga-los, cruciais não serão suficientes para o que eu desejo fazer, o lorde pensava com os olhos fixos e perdidos na imensidão do nada, no entanto, logo fora interrompido:

- Com licença - uma voz suave e baixa - posso me sentar aqui? - questiona a voz feminina, o homem nada a responde unicamente acenando com a cabeça - bom, vou me sentar, muito obrigada - a voz baixa se silencia até que o homem sente um toque de algo em sua panturrilha, irritado, levanta seu olhar para a mulher, o que ela estava fazendo? Ela...ela era... - me desculpe, sou cega e não consigo me localizar muito bem - um risinho nervoso, soara como pequenos sinos aos ouvidos do lorde - acho que tenho aprender a pegar leve com a Maria Elizabeth - rira novamente, o homem a encara sem entender, quem era a Maria Elizabeth? Procura a mulher sutilmente nos arredores.

- Quem...quem é Maria Elizabeth? - indaga, sua voz saindo mais profunda do que o costume, umedecendo sua boca, o homem se sentia levemente curioso, ninguém costumava se aproximar dele, nem sequer estar a dois passos de distância de si, aquela mulher...aquela mulher belíssima, ele não poderia negar a beleza iminente que seus olhos contemplavam, lindos cabelos cacheados e pretos, sua pele era bronzeada parecia brilhar aos seus olhos, lábios inchadinhos e os lindos olhos inteiramente prateados, uma beleza surreal, de fato.

- Ah, essa aqui - pegara seu bastão guia - minha querida Liz, para os próximos - o entregue o bastão branco, com lindas flores desenhadas em sua extensão, o lorde o segurava em atenção.

- Maria Elizabeth é realmente um bom nome - o homem afirma vendo a mulher acenando em concordância, ela não conseguira o localizar, assim Tom Riddle inevitavelmente se vira segurando o rostinho delicado em mãos e o guiando na direção de seu próprio rosto para que ele conseguisse olhar diretamente para ela - estou bem aqui - não sabia o que estava acontecendo consigo, Tom Riddle não se compadece, Lorde Voldemort não estaria em uma situação como aquela, então, quem ele era agora?

- Oh - suas bochechas ganham a coloração rosada em sua composição, lindamente corada - eu...ora, acho que ainda não peguei o jeito com essa coisa de frente, atrás, lado direito e lado esquerdo - levara uma mechinha de seus cabelos para a atrás da orelha, envergonhada.

- Não se preocupe, nem todas as pessoas são dignas de nosso olhar - sorrira para a mulher mesmo de que ela não conseguisse captar, ele estava sorrindo, merda.

- Ei cegueta - um grupo de engravatados passava perto da fonte onde estavam, ela não conseguirá acompanhar da onde a voz viera e unicamente os olhos do lorde os viram, exatamente quem era aqueles homens - cega, o que faz sentada aqui? Por acaso não sabe que preciso do meu manuscrito em até duas horas? Você está sendo paga pra vagabundear? - o homem gritava com a delicada mulher que mordia seu lábio inferior em medo, bem, ela não estava fazendo nada de errado.

- Senhor King - sua voz suave o chama pelo seu devido nome - eu estou em meu horário de almoço, assim que o mesmo acabar eu voltarei ao trabalho - afirma ao segurar seu bastão com mais força.

- E como você sabe que está no horário para você almoçar? Quem te deu a permissão para ir almoçar? Como você sabe que é hora do seu horário de almoço se você é cega? - o bruxo a esnoba em frente aos outros - você nem sequer deveria estar aqui, é uma imprestável, no que você pode ajudar? Você não pode ler, nem escrever, nem sequer se mover sem essa bengala...o seu salário é uma caridade que fazemos, fique ciente disso, você está tirando a vaga de quem realmente pode fazer algo pelo ministério, mas, não podemos contrata-lo porque somos obrigados a aceitar gente inútil como você, Safira Tolski - o homem simplesmente cospe em frente à garota, assim partindo para longe da mesma junto dos outros bruxos.

A mulher estava em silêncio, assim como seu parceiro estava em silêncio, Safira claramente sabia o que viria depois, ele iria embora, porque claramente Safira não era ninguém e se ele quisesse crescer naquele meio, ele não deveria estar com ela.

Envergonhada, completamente envergonhada, Safira aperta seus dedos das mãos em silêncio, abaixando sua cabeça, uma lágrima, duas lágrimas, chorando em silêncio e sem ruídos.

- Sabe - o lorde chama sua atenção - nesses momentos, eu não me incomodaria em você usar a MariLiz de uma forma mais...agressiva, acho que ela ficaria mais do que satisfeita - seu riso rouco a preenche de energia, levantando sutilmente sua cabeça em direção à voz dele.

- Hm...você pode ir, senhor - sussurrou para ele, como um segredo em que estava compartilhando.

- Por quê devo partir, senhorita Safira? - indaga ao tocar em seu rosto calmamente.

- Porque...porque eu não sou ninguém aqui dentro, sou...sou só uma estagiária que bem...é cega e sei que para crescer aqui você precisa ser influente e eu sou alguém que pode manchar sua imagem e também...te atrapalhar com a minha...deficiência - uma lágrima, olhos belos, olhos de uma borboleta...quantas vezes você deve ter se esforçado para sair do casulo, pequena borboleta? O lorde indagava fascinado pelo rosto amável.

- Se eu crescer mais...acho que posso facilmente alcançar os 1,95, por aí - o risinho de Safira fora sincero - não estou interessado em crescer aqui, Safira, nada é maior do que eu neste lugar - a mulher novamente ri, achando graça em suas palavras.

- Eu...muito obrigada, senhor...qual é o seu nome, senhor? - procura suas mãos ao tatear no vazio, o homem prontamente segura as pequenas e delicadas mãozinhas.

- Tom Marvolo Riddle, mas, pode me chamar de Tom - a informa dando um beijo suave sobre suas mãos - fique tranquila, eles não mais irão incomoda-la, nem ninguém - afirma com suas orbes avermelhadas, aquilo era uma promessa.

- Não preciso, não ligo para eles...eu agora...tenho um amigo, você é o meu primeiro amigo, senhor Tom Riddle - seu risinho o faz sorrir e o cruel lorde das trevas, se sentia pela primeira vez em sua vida, como um simples e mero humano.

No entanto, Tom Riddle havia adquirido naquele exato instante, uma nova obsessão, ele queria uma borboleta, como seria criar uma borboleta? Enjaular uma borboleta? Cercar uma borboleta? Ele queria aquela borboleta, a borboleta sorridente de olhos belíssimos, toda bela, doce e amável...borboleta, uma borboleta para si.

Hidden Passion - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora