3- Dragon children having fun.

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Lucerys sorriu para Viserys, seu rosto iluminado por uma expressão divertida enquanto explicava:

— Meu pai chegou bem na hora, e o Mond não deixou eu cair no chão. — Ele lançou um olhar cheio de carinho para Aemond, que retribuiu com um pequeno sorriso contido, mas satisfeito.

O rei olhou para os filhos, claramente orgulhoso. O sorriso que se formou em seus lábios foi um raro momento de leveza, e ele assentiu enquanto respondia:
— Parece que nossas crianças sabem se proteger, mas também sabem cuidar uns dos outros.

Rhaenyra interveio, sua voz doce e determinada ao mesmo tempo:
— Lucerys está certo, pai. Se os meninos não tivessem ido atrás de Laenor, algo muito pior poderia ter acontecido. Eles se comportaram como verdadeiros príncipes. Foi uma atitude sábia, e acho que merecem ser recompensados. — Ela lançou um sorriso orgulhoso para seus irmãos mais novos, que se entreolharam surpresos.

Daeron devolveu o sorriso de Rhaenyra e se aproximou da cama para ficar ao lado dela. Lucerys observava tudo com atenção, e uma ideia travessa surgiu em sua mente. Ele trocou olhares com Joffrey e Jacaerys, que imediatamente entenderam o que ele queria fazer.

Sem aviso, Lucerys puxou Aemond para a cama, enquanto Jacaerys empurrou Aegon para se juntar ao grupo. Joffrey, por sua vez, não perdeu tempo e deu um salto certeiro, aterrissando diretamente em cima de Daeron. A confusão foi instantânea, mas totalmente divertida.

Helaena, que estava próxima, riu alto com a cena e decidiu ajudar os irmãos mais novos. Ela segurou os braços de Aegon e Aemond com delicadeza, mas firmeza suficiente para garantir que eles não escapassem tão facilmente.

— Isso é injusto! — protestou Aemond, enquanto tentava, sem sucesso, se desvencilhar da emboscada de Lucerys.

— Vocês só dizem isso porque estão perdendo! — Joffrey respondeu rindo, enquanto Daeron tentava se erguer, mas era puxado de volta para o colchão pelos gêmeos.

Logo todos os "pestinhas reais", como Laenor os apelidara carinhosamente, estavam embolados na cama em uma confusão de risos, travesseiros e braços tentando se segurar. Os três garotos mais velhos lutavam para escapar, enquanto os mais novos contavam com a ajuda estratégica de Helaena para mantê-los presos.

Rhaenyra e Viserys observavam a cena com sorrisos amplos, e até mesmo Laenor não conseguiu conter a risada.

— Parece que nossos filhos e irmãos estão se entendendo muito bem — Laenor comentou, cruzando os braços e balançando a cabeça em uma mistura de exasperação e afeto.

Viserys riu junto.
— Talvez a melhor recompensa seja deixá-los continuar assim. Pelo menos enquanto não destróem a cama.

Rhaenyra suspirou, mas seu sorriso deixava claro que ela concordava. Afinal, mesmo em meio às dificuldades, ver os filhos e irmãos unidos era a maior vitória.

Laenor chamou as crianças com um gesto firme, ainda com um pequeno sorriso.

— Certo, crianças, agora o Luke precisa descansar, a Helly tem aula de música, e o resto de vocês têm aula de comandos no Fosso dos Dragões.

A movimentação foi imediata, embora com algumas reclamações. Helaena, porém, hesitou ao ouvir sobre a aula de música, seus olhos se movendo nervosamente entre Laenor e Rhaenyra. Foi então que a princesa herdeira franziu o cenho, percebendo algo estranho.

— Por que a Helly tem aulas separadas dos garotos? — perguntou, cruzando os braços. Havia uma nota de irritação em sua voz.

Rhaenyra sabia muito bem como havia planejado o cronograma. Todas as aulas que envolviam dragões, sejam de comandos, estratégias ou voo, eram ministradas juntas por seu pedido direto. Ela havia argumentado com seu pai usando uma lição que sempre se lembrava de Baelon: "Cavaleiros de dragão são peças essenciais nos exércitos da coroa, mas sua força é maximizada quando trabalham como um time."

Laenor, por sua vez, não hesitou em responder. Ele nunca teve paciência para encobrir as intenções de Alicent.

— Bem, estrelinha, a rainha achou melhor que Helaena tivesse mais aulas de música e bordado. Como é "adequado" para uma princesa. — O tom dele era propositalmente desdenhoso, e ele soltou a bomba sem qualquer tentativa de suavizar.

A expressão de Rhaenyra se transformou no mesmo instante, o rubor de irritação colorindo suas bochechas. Alicent não tinha nenhum direito sobre a educação de Helaena, especialmente agora que Viserys havia conferido a ela, como guardiã da princesa, total autonomia sobre os assuntos da menina.

Ela rosnou, um som baixo e ameaçador que fez até Aemond e Aegon darem um passo para trás, embora soubessem que não era dirigido a eles.

— Borboletinha — Rhaenyra chamou Helaena com uma voz suave, mas havia uma intensidade por trás de suas palavras. — Vá se trocar. Nós duas iremos ao Fosso com os rapazes.

Helaena olhou para Laenor, buscando alguma confirmação, e ele apenas sorriu, acenando com a cabeça. Mas o que mais chamou a atenção foi o olhar de Rhaenyra. Os olhos violetas da princesa brilhavam com uma intensidade quase vermelha, como se o fogo de Syrax estivesse queimando em sua alma.

Sua voz soou mais firme, carregada de autoridade, como o rugido de um dragão:
— Não cabe à rainha decidir o destino de minha irmã.

Viserys, que estava observando a cena em silêncio, não se moveu nem interveio. Ele sabia que Rhaenyra estava certa. Alicent não tinha mais o direito de impor nada a Helaena ou Daeron. Ele havia cedido esse controle à herdeira por um motivo.

Ele suspirou internamente, cansado da tensão constante entre sua esposa e sua filha. No fundo, só queria o melhor para todos os seus filhos. Se Helaena e Daeron encontravam segurança e direção ao lado de Rhaenyra, ele não iria questionar. Alicent que lidasse com as consequências de suas ações.

— A partir de hoje, vou garantir que minha irmã tenha as aulas que realmente importam. — Havia um tom de determinação feroz em sua voz, um lembrete de que ela estava disposta a lutar por aqueles que amava, custe o que custar.

— Até daqui a pouco, maninhos, papai, mamãe. Até mais tarde, avô. Lu, eu trarei o livro para você depois das aulas. — Helaena sorriu suavemente, inclinando-se para se despedir de Lucerys antes de sair do quarto com passos leves, como se estivesse flutuando.

Os outros não tardaram a segui-la. Aegon e Aemond passaram ao lado da cama, bagunçando os cabelos negros do sobrinho, arrancando dele um riso baixo e meio sonolento antes de desaparecerem atrás da irmã.

Jace e Joff, sempre mais travessos, se aproximaram de Lucerys com sorrisos de pura diversão. Antes que ele pudesse protestar, os dois apertaram suas bochechas com força, arrancando um pequeno resmungo indignado.

— Tolos — murmurou Lucerys, mas a risada deles enquanto saíam correndo pelo corredor o fez sorrir também.

Daeron foi o último dos irmãos a se aproximar. Ele envolveu Lucerys num abraço caloroso, e foi então que Luke percebeu o cheiro. Aquele aroma de canela doce, quente e reconfortante, tão único e acolhedor.

— Até logo, Lulu — Daeron disse baixinho, apertando-o mais uma vez antes de se afastar.

Quando Daeron se foi, Laenor deu um passo à frente, inclinando-se para abraçar o filho com um sorriso genuíno, o orgulho brilhando em seus olhos. Ele não disse nada, mas o gesto falou mais alto do que palavras.

Rhaenyra foi a última a se aproximar. Sentando-se na beira da cama, ela passou os dedos delicadamente pelos cabelos de Lucerys antes de se inclinar e beijar sua testa com ternura.

— Descanse, meu pequeno dragão — murmurou ela, a voz suave e cheia de amor.

Lucerys sentiu-se aquecido pelo gesto e fechou os olhos por um momento, deixando o conforto do toque de sua mãe tomar conta de si. Quando abriu os olhos novamente, já estava sozinho no quarto.

Um sorriso suave ainda brincava em seus lábios enquanto ele se ajeitava nos travesseiros. Apesar de tudo, ele não podia deixar de se sentir sortudo. Não importava quantos desafios enfrentasse, sabia que nunca estaria sozinho. Ele tinha sua família, e isso era tudo que importava.

The Savior Prince |House Of The Dragon| (Em renovação)Onde histórias criam vida. Descubra agora