♚ Chapitre Neuf ♕

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『 ❖ 🦋 ❖ 』
…··· Beau et fort comme L'Argent ···…

Tudo ao seu redor estava fedendo a sangue e cinzas, também ouvia perto de si e mais ao longe o barulho de armas se chocando como o som de magias sendo conjuradas, defensivas, ofensivas e de cura, umas atrás das outras. Aquilo era uma guerra. Reconheceu tardiamente o cheiro do enorme pessegueiro que usava para se encontrar com a amiga vampira na borda dos limites do tratado entre as deusas e os demônios, na verdade parecia estar tonta devido a algum golpe que levou na cabeças por conta da latência incomoda que sentia na nuca assim como os pontos pretos que voavam complicando sua visão, mas sabia que nada daquilo era real, pelo menos não ainda.

— Por que você não pode simplesmente morrer? — Estava tonta e fraca demais para reconhecer a voz que a chamaria em algum momento do tempo com tamanho desprezo e ódio

— E qual é a graça na morte? — Com toda certeza sua alma insolente diria algo assim, mas não tinha controle sobre nada do que fazia

— É culpa sua que toda essa guerra começou — Houve uma pontada de culpa em seu peito, como ela sabia que aquilo era culpa? Nunca sentiu nada parecido com aquilo.

— Acho que você não me conhece bem o bastante — Sua visão estava voltando revelando o cenário antes belo e esplêndido agora totalmente destruído em sua visão periférica sangue roxo, penas e membros espalhados por todo o ambiente — Eu não me importo com esse tipo de coisa insignificante.

Mentirosa. Sempre odiou mentiras, se recusava a mentir e despreza acima de tudo mentirosos, o que a levou a se tornar… aquilo? Respirou fundo defendendo um ataque pela direita pouco antes da dor descomunal percorrer seu corpo quando tentou abrir suas asas pouco antes de ser atacada pela esquerda e seu poder sagrado curá-la por inteiro limpando desde sua visão até a dor excrucitante em suas costas, então tudo se apagou.

O cheiro irritantemente forte de álcool abaixo de seu nariz a fez resmungar sentindo seus sentidos antes apagados voltando um após o outro. Havia um gosto ferroso em sua boca, provavelmente mordeu a língua quando desmaiou, o cheiro de álcool ainda a incomodava provavelmente o que aquele maldito demônio a sua frente tinha usado para acordá-la tornando seu único conforto a cama macia onde tinha acordado isso se ignorasse a latência incômoda em sua testa no lado esquerdo, caso fosse reparar nesses detalhes teria um ataque de ódio.

— Bom dia, bela adormecida — A fala sarcástica ressou pelos ouvidos da deusa que sorriu venenosa

— Infelizmente meu príncipe não atende aos meus padrões, o casamento não vai acontecer — Sua resposta saiu o mais gentil que conseguia fazendo o demônio revirar os olhos fazendo a deusa sorrir vitoriosa

— É uma pena que seus padrões sejam tão baixos — A devolutiva fez a albina abrir a boca pronta para retrucar, porém ele a impediu de continuar — Você é a princesa herdeira das deusas?

— Não, não sou — Não mentiu, realmente não era a herdeira de seu clã e nem queria aquela posição

Aqua Elizabeth Gianni Angellic de Goddess, a Deusa Sangentra — Aquele título a fez sorrir presunçosa levantando da cama alongando os membros de seu corpo dando a ele uma resposta quase cantarolante:

— Presente.

Meliodas ainda olhava a deusa tentando compreender sua falta de excitação ao responder seu chamado, tudo nela era curioso desde sua aparência pura e angelical até sua destoante personalidade venenosa e arisca. Quando a viu pela primeira vez não pode deixar de notar o quanto ( mesmo maltrapilha ) a mulher ajoelhada no salão de conferência do palácio era linda e completamente oposta a energia do ambiente, nunca havia conhecido uma demônio com cabelos tão esbranquiçados ou uma insolência tão voraz em sua presença e de sua mãe, se ela não fosse uma deusa diria que poderia gostar dela.

Os cabelos eram longos e lisos se assemelhando a seda branca que provavelmente um dia formou o vestido simples cuja única função parecia ser impedir que sua nudez ficasse exposta entrando em contraste com a pele rosada que lembra um pêssego maduro e se destacando perante as cores do novo par de roupas que a deusa usava. Seus olhos eram alongados e pequenos com cílios esbranquiçados tão longos ao ponto de acariciarem as maçãs proeminentes do rosto femino também servindo quase como uma cortina para as brilhantes turmalinas azuis que enfeitavam as írises da deusa, horas mais escuras, horas mais claras, o nariz pequeno fazia contraste a fina linha tênue bem desenhada de sua boca avermelhada como morango. Com toda certeza jamais se cansaria de olhar para aquela deusa, mas ela possuía uma incrível capacidade de tirar a pouca paciência que tanto lutava para ter fora que seus corpo que parecia tão frágil foi capaz de deixá-lo com uma cicatriz cujo ainda fechava. Ela era bonita e brilhante como uma joia, porém forte e resistente como uma armadura, talvez fizesse mais sentido descrevê-la como uma barra de prata lapidada.

— Sua mãe enviou uma carta ameaçando recomeçar a guerra caso os demônios tenham te sequestrado — Contou fixando os olhos negrumes nos azuis brilhantes que refletiam a tranquilidade do céu no mundo humano

— Parece que teremos uma nova guerra — Havia algo naquele sorriso sarcástico como se sua mensagem e o conteúdo dela já fossem esperados — Você acreditaria em mim caso contasse que fui jogada desse lado da fronteira pra quê a guerra recomeçasse?

— Você tem algum inimigo? — Era uma questão plausível, por que alguém iria querer recomeçar uma guerra? No lugar dele teria aquela mesma visão

— Por que as deusas são boas e os demônios ruins para os humanos? — Devolvendo a questão a albina sorriu olhando orgulhosa para o demônio inexpressivo — É tudo uma questão de conceitos, ganhos e perdas. Os deuses ganham força ao serem adorados, quanto maior o números de fiéis sinceros maior poder do deus — Contou se afastando do demônio atrás da água no canto oposto a cama onde a cama se encontra

— Isso não responde minha pergunta — Ele retrucou tendo uma teoria se formando em sua mente de onde a deusa queria chegar

— Os membros da família real são a única exceção dessa regra, eu sou uma exceção de todas as regras — Não me faça explicar mais do que isso, foi o que pediu ao demônio com os olhos sendo atendida para sua surpresa

— Alguém a quer morta para que sua mãe recomece a guerra — Meliodas afirmou observando a deusa olhar ao redor do quarto, provavelmente uma mania própria dela

Hey, Meliodas, o que acha de me ajudar? — Perguntou virando o corpo na direção do demônio tirando os das colunas chamativas que se estendiam pelo menor ambiente do castelo que chegou a ver

O repuxar ladino dos lábios masculinos a fez prender a respiração em nervosismo sentindo a marca negrume passear por seu corpo como uma carícia gelada, mas fingia estar calma olhando fixamente dentro dos olhos obscuros do ser demoníaco totalmente relaxado na poltrona azul cobalto bem diferente dos tons claros daquela ala hospitalar estranha, provavelmente algum servo a trouxe ou então ele a invocou com magia, pensar sobre essas coisas inúteis era nem melhor que a perspectiva de que seria rejeitada perante o profundo silêncio que aquele ambiente oito por sete ( 8x7 ) de tons cinzentos até ouvir novamente o forte timbre do primeiro príncipe dos demônios:

— O que você vai me oferecer em troca da minha ajuda?

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