♚ Chapitre Onze ♕

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…··· Ordre Étrange ···…

Margaridas, lírios brancos e violetas. Havia lindos buquês com essas três flores dispostos por todo o corredor negro iluminado pelas luzes púrpuras que traziam uma sensação ainda pior de despertencimento para si, sabia o desprezível significado daquelas flores: fertilidade, maternidade, lealdade, nobreza e poder, tudo o que era esperado de uma imperatriz.

Por isso, odiava esses buquês.

A Deusa conhecia parcialmente as histórias dos tempos de guerra muito antes da atual imperatriz ser nomeada como tal, sabia o quanto ela era sádica, fria e apaixonada por tortura, mas também conhecia a terrível verdade por trás dela ter se transformado nisso, essa era a única coisa que ambos os clãs tinham em comum. Leu nos livros a maneira como os amantes dos governantes de ambos os clãs passavam por testes psicológicos que mais se assemelham a uma lavagem cerebral, aulas práticas de maneiras como poderiam satisfazer seus cônjuges na cama, testes de poder, testes físicos, aulas sobre diversos assuntos, entretanto o que mais chegava a assombrar era a maneira detalhada e o prazer que aquelas folhas de couro transmitiam ao descrever tamanha tortura caso algum deles não atingissem o padrão determinado em cada aula.

Não ouviu ruído nenhum. Não via nada além da grandiosa porta de mármore esculpida com detalhes de ouro. Apesar disso, sentiu. Sentiu o grito ficar preso na garganta, as lágrimas brotarem sem poder descer, a dor que alastrou como fogo em uma linha diagonal desde o ombro esquerdo até o lado direito do quadril, só que nenhuma daquelas sensações era sua, sabia que nenhuma daquelas dores e sentimentos negativos pertencia a si, contudo não foi exatamente por isso que aquele estranho demônio a mandou ali? Ela era ligada a tudo. Ela sentia tudo.

Sorriu arrumando a postura curando as feridas que transferiu para o próprio corpo segundos atrás mais semelhantes a minutos, uma ordem suave saiu por seus lábios modificando sua roupa e abrindo as portas de mármore passando a deslizar sentindo o tecido de seda sendo substituído por musseline. Ouviu a exclamação horrorizada dos demônios dentro do cômodo ao vê-la, sentiu a surpresa, a repulsa, a curiosidade e a esperança infantil das pequenas demônios com roupas sensuais demais para uma garotinha que deveria ter sangrado pela primeira vez a, no máximo, um mês.

— Desculpe-me, estou interrompendo? — Sarcástica questionou e levemente divertida inclinou a cabeça passando a observar todo o lugar

Aquele ambiente era descente e iluminado com algo para simular o sol do mundo humano, plantas brotavam pelos pilares, árvores e flores cresciam das paredes enfeitando todo aquele lugar branco e imaculado. Reconhecia a arquitetura do medievo em cada mínimo detalhe do cômodo anexado ao palácio que mais parecia um portal para outro mundo, grande, ventilado, tons neutros e muito luxo, aquilo poderia ser um paraíso caso não houvesse uma mulher-demônio loira amarrada ao teto com feridas feitas por um chicote ainda escorrendo sangue, talvez tivesse sido as feridas dela que tomou para si. O sangue dela que manchava o chão.

— Quem é você, deusa imunda? E como ousa invadir o harém do Lorde Meliodas?

— Não poderia mudar os xingamentos? Parece que vocês, demônios, conhecem apenas esse — Assumiu tranquila olhando calma em volta e sorrindo gentil as duas garotinhas que se esconderam atrás das mais velhas bisbilhotando presas aos vestidos alheios cheias de curiosidade, no final indiferente as raças crianças seriam apenas isso: crianças.

— Ela é malvada, unnie? — Baixinho uma das meninas perguntou no ouvido da mulher-demônio que a abraçou querendo protegê-la

— Sim, ela é malvada como todas as deusas — Estereótipos estabelecidos de um clã para outro, os conhecia tão bem de tanto serem proferidos a si no antigo campo de batalha.

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⏰ Última atualização: Jul 27, 2023 ⏰

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