12 | Que comece as investigações

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Não sei se foi sorte ou só tranquilidade, ou Deus.

Pensando melhor, acho que Deus me deu uma folga do terror noturno, até o momento que estava acordando, pelo menos não lembrava de nada do dia anterior.

Pensei que estava sonhando, ou algo assim, mas o Harry só passou uma noite comigo, não era possível que eu estivesse sonhando com os braços dele ao meu redor, então abri os olhos, pronta para acordar do sonho.

Só que não era sonho, reconheci o braço tatuado por cima da minha cintura, levei um susto e me afastei rápido, olhando para ele, que despertou no mesmo momento, apavorado.

- O que foi? - Levantou o tronco, olhando para os lados, apavorado.

- O que você está fazendo aqui? Como entrou?

Peguei a coberta e escondi meu busto, a minha camisola antiga deixava um dos meus peitos escapar vez ou outra, e ele só riu, depois fechou os olhos e se virou para o outro lado, como se eu fosse louca.

- Harry! - O empurrei para voltar a acordar.

- Hum? - Fiquei com raiva, ele achava que a cama era dele.

- Como você entrou aqui!?

Ele suspirou, virou para me encarar, abriu os olhos e os esfregou com os dedos.

- Porta dos fundos, você deixou aberta, e eu já tranquei, de nada.

Voltou a deitar, como se ele morasse ali há muitos anos, como se tivesse direito de entrar na minha casa, perambular e ainda ir dormir comigo na cama.

- Acorda! - O empurrei de novo.

Ele estava quase fechando os olhos, e os abriu de novo, com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Volte a dormir, sabe que horas cheguei ontem? Pois é, bem tarde, então fica quietinha e feche os olhos. - Meu semblante era de alguém bem irritado, e então ele levou a mão aos meus olhos. - Durma...durma...durma... - Tentou fechar meus olhos, mas não fiz.

- Você não pode entrar assim na minha casa, como se fosse sua. - Bati na mão dele, tirando do meu rosto. - Por que entrou aqui? Não encontrou um lugar para ficar?

Ele ficou me encarando por um tempão, talvez ofendido, talvez pensando que eu fosse ajudar ele com um lugar para ficar.

- Encontrei, consegui entrar no apartamento depois das dez, por sorte o dono morava um andar abaixo e pôde me atender, só que isso fica do outro lado da cidade, meia hora daqui.

- Tá, mas isso ainda não explica o motivo de ter vindo para cá.

Ele respirou fundo, deitou de novo, mas de barriga para cima, e foi quando percebi que estava sem camisa. Esticou os braços, tanto que pude ver os pelos das axilas dele, bem nojento, mas até aquilo o deixava bonito, e então levou as mãos para trás da cabeça, me olhando depois.

- Achei que você ia ter alguma daquelas coisas de terror noturno. - Deu de ombros. - Toda vez que te vejo está com um hematoma novo, e me sinto mal, então pensei que se eu estivesse aqui, poderia te impedir. - Fechou os olhos, virando a cabeça para cima. - Mas, por sorte, você ficou quietinha a noite toda.

Fiquei calada por um bom tempo, pensando sobre aquilo, se estava mentindo ou contando a verdade, mas não tinha nenhuma mala no quarto, então provavelmente havia encontrado algum lugar para ficar.

Era só ele ali, como um intruso que entrou na minha casa no meio da noite só para tentar me proteger, era romântico e um pouco psicopata da parte dele. Deitei de novo, me aconchegando nas cobertas, e ele me encarou com uma das sobrancelhas arqueadas, talvez se perguntando se eu aprovava aquela ideia.

Por todo o meu amor • Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora